Fico satisfeito que o Dr. Pedro Passos Coelho tenha a frontalidade de assumir a redução do
Estado-Empresa. Preocupa-me que grande parte dos problemas do Governo sejam com os seus
assalariados (professores, médicos, enfermeiros, etc) e não com os cidadãos.
Existem muitas questões a colocar e, recorrendo à linguagem empresarial, exceptuando áreas
core do Estado que se devem manter integradas (Justiça, Defesa), porque não fazer
externalização gradual de áreas não
core como a Educação e a Saúde?
O Estado tem a obrigação constitucional de prestar os SLAs (níveis de serviços) aos cidadãos, de forma mais justa e universal, mas o
provider poderá/deverá ser entregue ao mercado. O Estado deverá manter algumas unidades exemplo, para fomentar
best practices e criar um
standard no mercado.
A
Regulação/Concorrência é o factor arbitral chave e daí a
necessidade constitucional de a tornar mais isenta e eficaz.Como em qualquer processo de externalização a grande dificuldade é a existência de
poderes resistentes à mudança, mas um modelo actualmente em funcionamento, que é uma
best practice do Estado, são as
USFs (Unidades de Saúde Familiar), que partem da própria mobilização dos profissionais de Saúde. Os funcionários públicos são pessoas, e na sua maioria excelentes profissionais, o que precisam é de modelos que os motivem.
Qualquer processo de Change Management tem de ter o compromisso das pessoas.
É necessário estratégia de mudança e coragem política!
Assim estaremos a terciarizar a nossa economia e com o novo mercado do
outsourcing em nearshore, onde já existem vários exemplos - IBM, Cisco, Siemens, Solvay, etc - pode ser potenciada a oferta para dentro e para fora de Portugal. Exemplos de sucesso recentes na Europa são a Polónia, a Hungria e agora a Bulgária. Este é um tema muito actual, mas infelizmente pouco claro para muita gente, especialmente para uma geração política, concerteza com grande saber político, mas com parco entendimento destas
tecnocracias.
E ainda restam alguns fantasmas do PREC...
Fico na expectativa!