quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

As 50 medidas do Governo para estimular a economia

Mais que o excessivo número de medidas ou a sua completa falta de concretização, é o seu carácter de excepção que me preocupa: é com novas e diferentes regras, e não com excepções, que o país pode ultrapassar os seus constrangimentos.
Instalado que está o desnorte e o "estado de urgência", parece que muitos se esqueceram das razões pelas quais um regime de excepção tem de constituir, necessariamente, uma excepção: a impossibilidade ou inconveniência da sua generalização e o consequente aumento de burocracia que implica. Não é difícil perceber que a gestão de dois regimes é mais complexo e implica mais gente que a gestão de um só regime. Ora, não é seguramente de maior dependência do Estado, de mais favor e de mais corrupção que nós estamos a precisar.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Parte da solução ou parte do problema?

Não se percebe como é que o açúcar desaparece das prateleiras em Portugal...

Até porque em 2009 - numa medida da qual Paulo Rangel se sentiria orgulhoso - o Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas aprovou o Programa Nacional de Reestruturação para o Sector do Açúcar...

Querem ver que isto não vai lá com "ajudas suplementares à diversificação", com "apoios à criação de actividades alternativas na vertente utilização biomassa", com "complementos a investimentos em infra-estruturas relacionadas com a evolução e a adaptação da agricultura" ou com a "criação de serviços de apoios à gestão de recursos hídricos" ?

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Marques Mendes na TVI24

aqui o sugeri uma vez mas vale a pena repetir: o programa do Marques Mendes às 22.30h na TVI24 é, hoje em dia, o melhor programa de opinião política: curto, certeiro, incisivo, marca muitas vezes a agenda dos dias seguintes, como foi este final de semana o caso do regime compensatório para funcionários açorianos, ou o caso da nova empresa que este Governo pretende criar.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

ANA é o novo mecenas do Teatro Nacional São João

A que propósito é que uma empresa pública cuja situação económica não é brilhante vira mecenas? não será melhor que utilize as folgas que pelos vistos dispõe para reduzir os custos aeroportuários, melhorando por esta via os chamados "custos de contexto" das empresas a operar em Portugal?
Se o Estado pretende financiar a cultura, prefiro que o faça directamente e em resultado de uma qualquer opção política. Com efeito e bem analisadas as coisas, quem autorizou a ANA a fazer mecenato com o meu dinheiro?
Só espero que esta opção empresarial da ANA de doar dinheiro público para este concreto mecenato nada tenha que ver com as recentes discussões à volta do modelo de gestão do aeroporto Sá Carneiro.