domingo, 31 de maio de 2009

Um Xuto na Roubalheira


"Estamos à espera que o PSD se pronuncie sobre a roubalheira do BPN”.

Assim dizia Vital. O mesmo que anunciava aos ventos (e a Ferreira Leite) "A mim não me intimida nem me amordaça. Não conte que me vai calar".

Pois bem, a "roubalheira" já tinha direitos de autor!
Numa música dos Xutos que, certamente por acaso e só por acaso, sem intimidações ou mordaças, acabou por ser calada nas rádios...

Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer

sábado, 30 de maio de 2009

O Evangelho segundo S. Vital


Já era tempo de denunciar e pôr termo a “roubalheiras” e compadrios!

Qual nova e improvável constelação, assim se reuniram os necessários requisitos:
(i) um partido com indiscutível autoridade moral
(ii) composto por gente sem pecado original ou subsequente
(iii) através de um freelancer, sem carteira profissional ou amarras ético-partidárias

Só assim se poderia obrigar a líder do PSD a dizer o que pensa sobre a “negociata indescritível” do BPN, que “mancha a democracia portuguesa” e “onde estão envolvidas pessoas gradas do PSD e seus antigos membros de Governo”.

E esperemos que não se fiquem por aqui! Impõe-se questionar a líder do PSD sobre:
- se teve reuniões com Dias Loureiro, ainda que à mesa do Conselho de Estado;
- se meteu alguma “cunha” para facilitar e acelerar a abertura de alguma agência do BPN;
- se, nos últimos 10 anos, recebeu alguma transferência interbancária proveniente de uma conta do BPN; ou
- se tem tios ou primos depositantes no BPN…
.
Tudo a bem do Pais! Tudo a bem da Verdade!!

Bem haja PS por seres quem sois!!

Ainda sobre a professora de Espinho


Ainda se lembram do caso da professora de Espinho que falava da sua vida sexual nas aulas?

Se ouvirem a gravação integral da aula, o caso muda de figura.

Na Comunicação Social, foram transmitidos apenas excertos, descontextualizados.
Que, como todos sabemos, permitem mudar por completo o sentido das afirmações.

E que podem ser transformados numa poderosa arma de manipulação.
É o que nos andam a fazer.


Nota: Após a audição integral, continuo a achar que os modos da professora são abusivos e inaceitáveis.
Mas incomoda-me o vício da manipulação.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

PS está quase lá.

O PS está quase a conseguir o que pretende com toda a polémica criada por Vital Moreira.

Se repararem Sócrates não tem podido utilizar uma das armas em que é mestre: a da vitimização; faltam-lhe munições. Lello e Sócrates pretendem que o centro-direita responda às declarações de Vital Moreira com a comparação com os casos Freeport, Cova da Beira, "licenciatura", Setúbal, projectos urbanísticos, andares na Rua Castilho, etc.

Espero que o PSD não lhes faça a vontade. Apesar de tudo, creio que é apenas uma questão de horas. Esperemos para ver.

Pequenos pormenores...

Ainda relativamente à deliberação da ERC sobre o Jornal Nacional da TVI, é interessante prestar um pouco de atenção ao que é dito pelo conselheiro (que nomes tão pomposos que eles têm...) Luis Gonçalves da Silva:

"houve desrespeito do princípio do contraditório, o que impediu a TVI de apresentar uma versão diferente, circunstanciada e fundamentada das imputações que lhe foram feitas".

Pequenos pormenores que fazem toda a diferença. José Eduardo Moniz já prometeu não dar tréguas. Veremos se a Arons de Carvalho não lhe sai o tiro pela culatra.

Não compreendo a existência de uma "autoridade" como a ERC que ao longo da sua curta história tem manifestado falta de bom senso, de sentido de justiça e de independência política. Aliás nem poderia ser doutro modo, pois ao ser um orgão composto por conselheiros nomeados pela Assembleia da República, a sua génese, a sua essência é verdadeiramente política!

Desde quando num estado de direito devem ser organismos políticos a regular a actividade da comunicação social? Com certeza que dará jeito a muita gente, mas não tem qualquer sentido.

Na minha concepção de estado de direito, se alguém considera que o seu bom-nome foi ofendido deverá poder recorrer aos tribunais que julgarão a bondade da sua queixa.

O que não tem sentido nenhum é que sejam pessoas que eu próprio nomeei e a quem dou emprego que julguem casos onde eu sou um das partes envolvidas! Ou não será assim?

His Master's Voice


Inicialmente parecia pensar pela sua cabeça… E manifestou a sua falta de apoio a uma recandidatura de Durão Barroso a presidente da Comissão Europeia, em clara divergência com a posição oficial do “seu” PS.

Pareceu, depois, que teria deixado de pensar… E lançou a ideia de um imposto europeu, sem concretizar ou caracterizar, o que deixava para data posterior ao acto eleitoral.

Finalmente percebe-se que, afinal, Vital é simplesmente a voz dos lamacentos pensamentos do PS.
Certamente por acaso e só por acaso todos aqueles senhores são figuras gradas do PSD. Estamos à espera que o PSD se prenuncie sobre a roubalheira do BPN”.

Compreende-se que o PS não esteja em posição de pedir a outros partidos comentários sobre roubalheiras, ou sobre subornos, ou sobre pressões…

Mas ter em Vital o seu "moço de recados" fica mal a Vital e ainda pior ao PS. Sendo que o último poderá vir a escudar-se na conhecida inimputabilidade politica do primeiro…

Em tempo: como nem todos se pautam pela postura indigna do PS e de Vital, Maria de Belém Roseira, deputada do PS e presidente da comissão parlamentar de inquérito ao BPN, veio hoje afirmar não se rever nas declarações do candidato socialista, destacando "a participação activa" do PSD no âmbito da comissão.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

ERC vs TVI: Quem condena o quê?

Naturalmente que a nossa ilustre Manuela Moura Guedes e o seu Jornal de Sexta não deixam ninguém indiferente. Por vezes o nível, o tom e a forma utilizadas para apresentar algumas notícias que por lá passam dão um ar quase anedótico aos assuntos. Para mim, o Jornal de sexta, da TVI tem duas características que são fantásticas: É entretenimento puro do tipo "bigbrother", feito a partir de notícias da actualidade; É também o único programa que se dá ao trabalho de apresentar reportagens incómodas e abordar assuntos que, apesar do seu interesse, passam por aí sem serem vistos.

Vai daí, fui espreitar o parecer da ERC e ver o que efectivamente se condenou. Cá vai o extracto porque acredito que muitos dos que frequentam este blogue prefiram tirar as suas próprias conclusões em vez de se ficar pela análise de títulos do tipo "ERC condena TVI".

Extracto da deliberação da ERC (www.erc.pt):

60. Nas peças analisadas, emitidas pela TVI no espaço informativo de maior audiência da televisão portuguesa, nem sempre se referem as diligências feitas para audição das partes com interesses atendíveis nos casos noticiados, quando tal procedimento se justificaria perante a exposição a acusações e denúncias.
61. Deveria ainda o operador agir com comedimento na absolutização e assumpção da “verdade” de documentos a que teve acesso, sem omissão de elementos necessários à compreensão do seu conteúdo e alcance, atento o dever de rigor informativo, ainda mais quando está em causa uma potencial lesão de direitos dos visados.
62. Também o modo de apresentação das notícias objecto das queixas, quando se constitui como uma forma de comentário, combinado com a não separação entre factos e opiniões, representa uma violação dos princípios de rigor e isenção exigíveis aos jornalistas.
63. Finalmente, nas peças assinaladas e pelas razões descritas ao longo desta Deliberação, verifica-se que a TVI se afastou de alguns princípios expostos no seu Estatuto Editorial, a cujo cumprimento se encontra vinculada, e onde se compromete “a observar, nomeadamente, nos seus programas de Informação, regras estritas de honestidade, de isenção, de imparcialidade, de pluralismo, de objectividade e de rigor”.


Em suma (minha suma, diga-se), a TVI tem mau gosto na escolha da forma de apresentação, não explica muito bem se contactou todas as partes interessadas no sentido de fornecerem a sua versão e mistura opiniões com factos.

Realmente penso que este tipo de atitudes não tem sido vista, por exemplo, nas notícias da RTP desde os tempos do "enxovalhamento" gratuito ao Santana Lopes.

E fiquei preocupado com a possível reação da ERC aos artigos da revista Maria. Por exemplo, "Irmã de Linda de Suza desmente cantora: Ela tem uma boa casa e uma boa pensão". Será que falaram com a Linda de Suza? O termo "boa" também não me parece muito rigoroso e objectivo.

Penso que a ERC vai ter muito trabalho pela frente...

Já sente alguma coisa agora?

Morais Sarmento "não percebeu nem sentiu" as diferenças entre Paulo Rangel e Vital Moreira no que diz respeito às eleições europeias. Confesso que me surpreende. Tenho acompanhado com interesse o programa semanal de Morais Sarmento e Vera Jardim na Rádio Renascença e não me tinha apercebido dos problemas de sensibilidade do Dr. Morais Sarmento.

Mas como é óbvio, tudo ficou esclarecido após a resposta de Paulo Rangel e Morais Sarmento não mais será dessa opinião, certamente. E passará a acompanhar mais regularmente a cobertura jornalística da campanha eleitoral.

ADENDA: Morais Sarmento já veio a público afirmar que foi mal interpretado. Admito que sim. Mas não terá antes sido ele próprio que não foi suficientemente esclarecedor?

A legitimidade das decisões


O presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, defendeu ontem o voto obrigatório nas eleições “porque, se a democracia não se proteger, quando precisarmos de autoridade democrática, ela será precária e, quando precisarmos de decidir, duvidaremos sempre da legitimidade das decisões”.

Bem mais importante do que a discussão em torno da obrigatoriedade do voto, será a tónica que Carlos César colocou numa questão fundamental para a democracia: a legitimidade das decisões.

Ora, a legitimidade das decisões não se confunde ou reduz à ideia da participação democrática através do direito ao voto.

A legitimidade das decisões tem, sobretudo, a ver com o cumprimento das propostas e programas sufragados aquando do acto eleitoral, com o cumprimento do mandato conferido pelos eleitores e contido no voto.

Daí que uma decisão contrária a tais propostas ou programas (nomeadamente de Governo), oportunamente apresentados e votados, não se encontra legitimada.

Daí que os políticos também não possam pretender receber “cheques em branco” para, após o acto eleitoral, se arrogarem o “exercício do poder em nome do povo”.

Ainda restam esperanças de conseguir explicar a Vital Moreira – que pretende apresentar as propostas sobre uma ideia de imposto europeu só após as eleições – o que significa a “legitimidade das decisões”. Já José Sócrates, pelo que se viu nos últimos 4 anos, será um caso perdido...

Breves considerações sobre o sistema de justiça

A má qualidade legislativa custará ao Estado cerca de 7,5 mil milhões de euros por ano, ou seja, pelo menos 4,5 por cento do PIB, um valor acima da média europeia que ronda os 3,4 pontos percentuais. O número foi avançado pela directora do Cejur (Centro jurídico da Presidência do Conselho de Ministros) num colóquio organizado pela Assembleia da República subordinado ao tema A Qualidade da Legislação. Assustador, não?

O constitucionalista Gomes Canotilho, em sintonia com o Presidente da República, afirma que a má qualidade das leis está relacionada não com a sua própria redacção (muitas vezes ambígua e de difícil compreensão), “mas também com problemas de contradições dos conteúdos e de regimes transitórios, por exemplo”. Ou com o “sistema de justiça, que não é rápido ou eficiente, fazendo com que o processo legislativo acabe por não conseguir resolver os problemas dos cidadãos”.

Referindo-se ainda a algo que muitos pensam, mas poucos manifestam (afinal de contas muitos dos comentadores residentes das nossas televisões são advogados que vivem em parte à custa disso), afirmou que “o outsourcing é obscuro e até um pouco perigoso”, “levantando alguns riscos”, nomeadamente devido a interesses dos clientes desses escritórios.
Obviamente que Gomes Canotilho tem razão é nao é preciso ser jurista para o perceber.
Considero que esta prática não é fácil de ultrapassar de um momento para o outro,pois tal como o constitucionalista reconhece, "há matérias em que não há outra solução, pela falta de especialistas no Governo".
Mas o que é possível é diagnosticar o problema e tentar pensar no assunto e no melhor modo de ultrapassar este tipo de práticas.
Que tal uma reforma da Assembleia da República?
Compreendo que não interesse a muita gente mudar o status quo. E nesta matéria, até concordo com o Bastonário da Ordem dos Advogados.

Estranhamente não se ouve os nossos políticos falar nestes temas. Porque será? Será das avenças? Será porque afinal estamos a falar sempre dos mesmos protagonistas? Será porque alguns deles saltam do parlamento para os escritórios de advogados e dos escritórios para o parlamento?

Gostaria de fazer um reflexão em relação ao nosso sistema de justiça.
Todos reconhecem que este é talvez o principal entrave ao crescimento económico (eu diria mesmo democrático e social) do nosso país.
Trata-se de algo de fácil constatação: no nosso país vive-se num clima de constante suspeição; o nosso primeiro-ministro é alvo de várias suspeitas de corrupção e não é nem ilibado nem considerado culpado dessas mesmas supeitas, o processo Casa-Pia arrasta-se há anos. Raramente é condenado o chamado "peixe graúdo"; pelo contrário, o condutor que é apanhado a conduzir a 160 km/h, o dono da tasca que não cumpre as normas czarianas da ASAE, esse sim é condenado.

E relativamente às fugas de informação? De onde vêm elas? Obviamente que não é da TVI nem do Público pois não são os orgãos de informação que possuem a informação original; nem consta que possam ameaçar com despedimentos ou processos disciplinares quem lhes fornece a informação. Nem sequer gerem o sistema de informação que contem os dados relativos aos processos judiciais (alô MAI?).

As fugas de informação existem porque o nosso sistema de justiça está altamente politizado e existem fortes guerras de poder entre as várias forças partidárias dentro desse mesmo sistema.
É corrente ouvir declarações dos nossos políticos acerca de sistema de justiça: "que não funciona", que "provoca atrasos", que é causa de "atrofiamentos" que isto, que aquilo...
Ok, muito bem, parece que está feito o diagnóstico. Será pedir muito que apresentem a terapêutica?

quarta-feira, 27 de maio de 2009

O Pedro Paradoxal


Pedro Silva Pereira em Vila Real:

"Há uma regra que não é da política mas é da vida: quem não tem jeito para pintar não pinta; quem não tem jeito para marcar golos não joga; quem não tem jeito para liderar um partido não lidera; e quem não tem jeito para liderar um partido não tem jeito para liderar o país".

Paradoxal: como explicar então que tenhamos Sócrates como primeiro-ministro?
E Silva Pereira como político e não no teatro de revista?

Presunção de inocência? Cada uma toma a que quer

Realço aqui as sábias palavras de José Manuel Fernandes no seu editorial de hoje no Público:

"Se tivesse um mínimo de decência, se não sofresse de uma indesmentível “problemática do ego”, também já teria entendido que a sua teimosia embaraça todos os restantes membros do Conselho de Estado – alguns dos quais já o verbalizaram – e coloca numa situação politicamente insustentável o Presidente da República."

Não era fácil de compreender a não demissão de Dias Loureiro ainda antes das declarações de Oliveira e Costa.
Independentemente da presunção de inocência que lhé devida, questiono-me se Dias Loureiro não percebe que cria embaraços ao partido que o ajudou a promover (e ao qual também serviu), ao Presidente da República, à nossa já de si débil democracia, a si próprio afinal de contas.
Pois claro que percebe! Cabe-nos a nós tentar perceber por que não o faz.
No limite, e no que à presunção de inonência diz respeito, também aqui cada um toma a que quer. E Dias Loureiro tem tomado muito pouca...

Adenda: Segundo a SIC Notícias, Dias Loureiro finalmente demitiu-se do cargo de Conselheiro de Estado. Quem o ouviu há algumas horas atrás, não pode deixar de ficar surpreendido...

Não há paciência (II)

Nunca vi um político (a) sério sugerir a criação de um novo imposto e afirmar que depois (das eleições, claro) explicava...

Não há paciência


A propósito de:

José Sócrates: “Nunca vi um pessimista criar um único posto de trabalho”


Os imperdíveis comentários de Helena Matos, no Blasfémias.


Permitimo-nos acrescentar: nem com muito optimismo é possível ignorar os actuais níveis de desemprego...

terça-feira, 26 de maio de 2009

Real politiks-1 Idealismo-0

Tudo leva a crer que Baltasar Garzón (o homem que via amanhecer) terá de pôr algum freio na sua ânsia de justiça universal.
Ânsia essa que é em si é algo de muito bom, não fosse a exagerada dose de idealismo (sim, sejamos generosos e não a apelidemos de ânsia de protagonismo).

Garzón, que conseguiu chamar à justiça espanhola Augusto Pinochet não poderá agora, por exemplo, chamar à barra dos tribunais o amigo de José Sócrates, Hugo Chávez.

A pressão diplomática de Israel e da China (que têm processos em curso na Audiência Nacional) falou mais alto.
De facto, o Bloco Central (ler com pronúncia castelhana) decidiu, pela "porta do cavalo", introduzir uma emenda num dos artigos da Lei Orgânica do Poder Judicial que impede os juízes da Audiência Nacional de actuar em procedimentos sem relação com Espanha. Desaparece a interpretação absoluta inscrita em sentença do Tribunal Constitucional de 2005 que permitia a intervenção da justiça espanhola em casos que não estivessem sob investigação de um tribunal internacional. Cai assim o princípio da justiça universal.

Os principais beneficiados com esta decisão são Israel e a China, claramente dois modelos a seguir no que aos direitos humanos diz respeito...
A excepção são os casos em que existam espanhóis envolvidos.

Real politiks- 1
Idealismo - 0

Alô Presidente!

É de louvar a relação de José Sócrates com o seu companheiro socialista José Luis Zapatero. Resiste a tudo. Inclusivé às naturais dificuldades de comunicação.

Imagino que o espanhol técnico não fosse uma das disciplinas opcionais da licenciatura do nosso primeiro-ministro. Tal como o inglês.





PREC na Educação

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Energia das Ondas: O Futuro

Ora cá está um bom exemplo do que poderá ser o futuro do nosso país, se entregue a governantes visionários e determinados a apostar em áreas como energias alternativas. Veja-se o exemplo da energia das ondas:

24/09/ 2008: Lançamento. Não faltaram aspectos cruciais como uma fragata da Marinha, a cerimónia de lançamento e as palavrinhas do Ministro Manuel Pinho a anunciar o projecto como uma bandeira da liderança portuguesa.

17/03/2009: Parque está parado há 4 meses devido a problemas técnicos. Felizmente a potência instalada é pouco superior à produzida por um aerogerador.

Nota: O insucesso destes investimentos não lhes retira o mérito. O que é lamentável é andar aí a abanar bandeiras propagandistas. E a gastar dinheiro em cerimónias cujo único objectivo é o ilusionismo político.

Por que nos mentem eles?

Sócrates voltou a afirmar que o PSD defende a privatização parcial da Segurança Social. Das duas uma,ou mente ou não sabe ler.

O PSD nunca defendeu nem defende a privatização da Segurança Social. Como afirmou o deputado do PS Jorge Strech, o que PSD defendeu num projecto-lei de 2006 foi que:

"seis por cento da contribuição do trabalhador, ou seja, dois terços dos nove por cento do desconto do trabalhador para a Segurança Social, serão retirados do sistema de Segurança Social para contas individuais do trabalhador, que serão depois opcionalmente entregues a fundos privados ou a um a instituto público do Estado".

A isto chama-se privatização da Segurança Social? Já sabemos que a esquerda radical, da qual provém Vital Moreira (e que Sócrates tem procurado acariciar de modo especial nos últimos meses), é especialista em esvaziar as palavras do seu conteúdo/significado, utilizando-as depois a seu bel-prazer. Tácticas antigas e bem documentdas. Mas a hiprocisia tem limites! Ou deveria ter...

Quanto a Vital Moreira, na senda da manipulação das palavras e da utilização dos chavões, acusa o PSD de ser um "partido neoliberal".
Já percebemos que Sócrates, imitando o seu companheiro Zapatero, resolveu radicalizar a sua linguagem, procurando não um debate de ideias, mas sim catalogar de "maus" todos aqueles que não partilham da sua visão estatizante da sociedade. Em relação a este tema me debrucei há dias. Paulo Rangel reagiu e bem, ao acusar este Governo de ser o governo não da concertação social, mas sim o da "crispação social". Nem sequer neste aspecto Sócrates é original e tem de ir copiar o PSOE...
Mas não deixa de nos assistir o direito de exigir que os nossos políticos justifiquem as suas acusações. Assim, podemos perguntar a Vital Moreira: o que é ser neoliberal? Assim, em que medida podemos afirmar que o PSD é um partido neoliberal?

Como é óbvio, não teremos resposta a esta nem a outras questões, pois se elas existissem acompanhariam as declarações destes senhores. O que é aliás bastante razoável: o mínimo que posso fazer quando publicamente coloco uma etiqueta em alguém, é explicar o porquê dessa minha acusação. Não esperamos este tipo de atitude de Sócrates e Vital Moreira.

domingo, 24 de maio de 2009

Já sabe em quem vai votar nas Europeias?

Já sabe em quem vai votar?
Descubra o seu perfil de votante, e confirme se tem votado em quem defende os seus interesses e ideais:
www.euprofiler.eu

Depois diga-me se corresponde ao esperado.

Os super-candidatos do PS


Estou, cada vez mais, rendido aos candidatos do PS às Europeias.

Elisa Ferreira surpreende pela sua disponibilidade de acumular o Parlamento Europeu com o ataque a Rui Rio e à Câmara do Porto.

Ana Gomes revela uma inesgotável energia para, entre a Europa e a Câmara de Sintra, ainda conseguir atacar Santana Lopes em Lisboa.

Mas só Vital Moreira podia encabeçar tão combativa lista: tanto atacou e desgraçou José Sócrates por todo o território nacional, que não lhe deixou outra alternativa que ir buscar o reforço de Zapatero a Espanha.

sábado, 23 de maio de 2009

Sócrates, o Jeitoso

Sócrates acusa Ferreira Leite de ter falta de jeito para a política.

O que falta a MFL sobra a Sócrates. Ele, de facto, tem jeito para a política.

E para o negócio. Tradição, aliás familiar.

Só não tem jeito para governar, embora se governe muito bem.

Sócrates acusa ainda Manuela Ferreira Leite de ter uma "visão conservadora, que nada tem a ver com o Portugal moderno e do futuro". Não sabia que o nosso primeiro-ministro tinha dotes de vidente.

Já agora, a que futuro se refere o nosso primeiro-ministro? Como vai ser esse Portugal moderno e de futuro?
Será um Portugal com um sistema de ensino minimamente sério?
Quando irá terminar a crise que ele própria negava como provável?

Talvez Zapatero leia a sina ao secretário-geral do PS e este nos possa assim responder a estas e outras questões.


G-2 em Valência

Como se um só não fosse suficientemente mau, resolveram juntar-se os dois em Valência num comício do PSOE.

E continuam empenhados em dividir, em desunir, em "fracturar" a sociedade.
Ou seja, procuram desviar o nosso olhar do desemprego record, do fracasso do sistema de justiça, do clima de suspeição e de medo que instauraram nos últimos anos.

Querem-nos fazer crer que a social-democracia não é a social-democracia; e pretendem identificá-la com o capitalismo selvagem. Diga-se aliás, que não tenho observado a devida reacção e desmontagem destas falácias por parte do centro-direita.

Não lhes interessa se aquilo que dizem é ou não verdade. Produz sound-bites, alegra ao Alegre, atira poeira para os olhos. Faça-se, então.
E se os erros dos orgãos de supervisão (orgãos esses de um rosa-shock) contribuiram para agravar a crise que estamos a atravessar, prometa-se o casamento gay.


Exemplo da hipocrisia dos amigos de José Sócrates, é o novo spot da campanha do PSOE às europeias. Como dizia uma política espanhola: "um vídeo canalha". Ver para crer:



Prefiro a seguinte versão, a verdadeira:



Próximo evento: G-3 com Hugo Chávez?


sexta-feira, 22 de maio de 2009

MFL e a politica 2.0: a radiografia

Dois vídeos que nos ajudam a conhecer algo do que as duas principais figuras do Partido Social Democrata pensam sobre campanha política nos nossos dias.

MFL:



Manuela Ferreira Leite igual a si própria. Como sempre. Começa mal e acaba bem. Transparente; como nenhum outro político em Portugal. Com um excelente sentido de humor. E, por favor, poupem-nos às acusações de colagem ao Presidente da República, apenas devido às suas brincadeiras por terras de Atatürk.

PR:





Quanto a Paulo Rangel e à questão da "desterritorização", sugiro uma troca de impressões, por exemplo com Rui Rio acerca da autonomia dos municípios na gestão das forças policiais. Muitíssimo bem no que diz respeito à lição de língua portuguesa!

Começa a fazer-se sentir o dedo de Branquinho.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Cosec: o que é teu é nosso...


Confesso sempre ter encontrado algum encanto na figura do Don Corleone e na sua antológica frase "Vou fazer-lhe uma proposta que ele não poderá recusar".

A frase veio-me imediatamente à memória quando, esta manhã, li que o Governo volta a ameaçar nacionalizar a Cosec, se o preço pedido pelos accionistas for muito alto.

Que novo sinal será este para assegurar a tão propagada confiança dos mercados e dos investidores internacionais?

Afinal, mea culpa! Que infeliz associação da frase ao caso! Os códigos próprios e regras claras da máfia nunca poderão comparar-se às sinuosas práticas de outras organizações de inspiração puramente venezuelana.

Histeria colectiva ou novo Paradigma...

O tema da subida e queda dos combustiveis sempre agradou aos (tele)jornais, por ser constantemente actual. Ou é porque subui, subiu, ou então porque está a começar a descer, ou como recentemente, porque há diferenças de preços base entre as várias cidades...

O que eu nunca tinha presenciado foi dois jornais darem notícias opostas. o Diário Económico avisa que a gasolina vai ter uma subida continuada durante alguns meses, enquanto o Jornal de Negócios informa que o petróleo está em queda... Não são completamente opostos, embora o último artigo dÊ indicações de potencial abaixamento do preço.

Será um novo Paradigma económico, ou apenas Histeria colectiva?

quarta-feira, 20 de maio de 2009

8,9% de desemprego. Só?...

O INE anunciou na 6a feira uma taxa de desemprego em Portugal de 8.9%.
Parece muito? Parece. Mas a realidade é muito maior do que isso!
Andará aí nos 15%, avanço eu.
Os números oficiais correspondem apenas às pessoas inscritas nos centros de emprego do IEFP.
E os outros? Onde são contabilizados todos aqueles que (já) não estão inscritos?
Onde são contabilizados os jovens à procura de 1º emprego, que não recebem subsídio de desemprego?
Ou os desempregados de longa duração, que também já não recebem subsídio de desemprego?
Todos aqueles que, sem benefício directo financeiro, e fartos das convocatórias intimidatórias do IEFP, optarem por anular a inscrição no IEFP, Puff!... Desaparecem dos números oficiais do desemprego.
Continuam desempregados, mas desaparecem das estatísticas.
Dá jeito ao Governo.
Mas eles andam aí...

Provas de Aflição

Enquanto uns andam para aí a discutir comportamentos de profissionais desequilibrados que, por acaso, são professores e a inferir importantes conclusões para o futuro do sistema educativo nacional, o Ministério da Educação anda por aí a fazer "Provas de Aferição de Matemática" que devem ser fantásticas para aferir muitas coisas, menos Matemática.

Façam-me um favor e comparem isto:

Prova de Aferição 2009

Prova de Aferição 2004

Aguardo os vossos comentários.

Se tiverem dificuldades : http://www.gave.min-edu.pt/np3/7.html

Eu confesso que tive dificuldades em acreditar que a prova era mesmo oficial.

Princípio da proporcionalidade


O procurador-geral da República deu instruções para que todas as diligências necessárias na investigação do caso Freeport, e que impliquem cooperação judiciária internacional, passarem a ser feitas sem o Eurojust.

Ficamos a saber que, nesta matéria e para o Procurador-Geral da República, o princípio da proporcionalidade significa que vale mais suspender todo um organismo a suspender uma só pessoa.

(Nota: Esta dispensa do Eurojust parece ser mesmo séria. Tanto que nem ao próprio Eurojust disseram...)

Como controlar o poder de influência?

Após renovada não-promulgação (vulgo veto) pelo PR da Lei do pluralismo e da não concentração dos meios de comunicação social, o Governo comunicou a sua intenção de não prosseguir com o processo legislativo, assim deixando cair a projectada Lei.

Não são facilmente entendíveis as razões do novo veto presidencial, após o hercúleo esforço de densificação normativa patente na derradeira redacção do diploma legal.

Senão vejamos. A questão nuclear da Lei do pluralismo era a forma de determinar os reais poderes de influência dos meios de comunicação social.

Na inicial proposta, esses poderes de influência eram apurados por uns indeterminados “instrumentos de aferição reconhecidos no meio”.

Na nova redacção da Lei, esses poderes de influência eram já apurados por uns bem determinados “instrumentos de medição utilizados no meio”.

Alterações importantes para chegar a uma conclusão: o Público e a TVI exercem perigosos poderes de influência sobre a opinião pública que importava ver rapidamente controlados...

Com o chumbo da Lei, o pluralismo lá terá de continuar a ser assegurado através de queixas-crime e de processos judiciais contra a maléfica classe dos jornalistas...

Em nome da liberdade

Em nome da liberdade, a esquerda radical e jacobinista resolveu impôr a obrigatoriedade da sua visão sobre o que é o homem (e a mulher e termos afins) e o modo como deve viver a sua sexualidade.

antes me debrucei sobre os argumentos de alguns ilustres representantes da liberdade de impôr esta visão.

Aconselho ainda a leitura do texto do Nuno Lobo no Cachimbo, deixando aqui um pequeno extracto do mesmo:

"Independentemente do que pensa este ou aquele protagonista político, a educação sexual dos filhos diz respeito, primeiramente, aos pais. Assim acontece com a educação em sentido lato (art. 26º da Declaração Universal dos Direitos do Homem) e assim acontece, por maioria de razão, com a educação sexual.

(...)

A escola é, desde há muito, o lugar privilegiado para o poder político impor uma visão particular do homem, da sociedade e do mundo.

(...)

Não percebo porque é que a educação sexual nas escolas tem de ser universal e não uma opção livre das famílias. Se a liberdade não é irrelevante, se o que se tenta aqui não é a imposição de uma nova moral pública, então importa arranjar uma solução de compromisso que sirva todas as pessoas e não apenas algumas."

terça-feira, 19 de maio de 2009

1984 em 2009

Numa altura em que Portugal se prepara para adaptar à normativa interna a directiva europeia 2006/24 do Parlamento Europeu sobre a manutenção de dados de telefonemas, mails, sms como "modo de combate ao crime organizado", não deixa de soar a alarme todo o know-how que o nosso (des)governo revela no modo como lida com bases de dados...

Olhemos então para esta legislação como aquilo que é, ou seja, como mais uma medida para combater o desemprego: depois dos "senhores das escutas", dos "meninos de recados" entre PR e OM, agora os analistas de informação sensível acerca de cidadãos politicamente sensíveis...

Como o resumia tão bem o meu amigo Manuel: 1984 em nossa casa...

O País da Fantasia

Depois de, ontem mesmo, o presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) ter admitido que, devido a um erro no cruzamento de dados com a Segurança Social, haviam sido "apagados" do sistema, em Março deste ano, 15 mil desempregados, vem hoje o presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos de Emprego assegurar ter provas de que o IEFP tem, desde Março de 2008, apagado desempregados das estatísticas.

Ora, anda o Governo preocupado a melhorar a imagem do País e constantemente se depara com os defensores da feia realidade. Não há operação de cosmética que não seja atacada. Não há manipulação de números que não seja denunciada e contestada.

Qualquer dia o Governo farta-se e mostra-nos a verdadeira situação em que nos encontrámos. Só nesse dia perceberemos que, sem liftings, peelings e maquilhagens, temos um País a definhar.

E será que estamos preparados para deixar de viver no País da fantasia?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O nosso governo é o maior da sua aldeia!

Este nosso governo é mesmo engraçado! Faz lembrar aqueles adolescentes idealistas e excitados que fazem planos para salvar o mundo e depois percebem que afinal nem sequer a eles próprios se conseguem safar...primeiro anunciam aos quatros ventos os seus mirabolantes planos; depois percebem que nem sequer fizeram o trabalho de casa...

Foi assim com o anúncio da extensão da escolaridade obrigatória até ao 12º ano: primeiro anunciou-se e depois estudou-se o assunto com os especialistas.

E agora com a Cosec: primeiro anuncia-se que se compra; depois os proprietários dizem que não vendem...

Garganta não lhes falta! É caso para dizer que o nosso governo é o maior da sua aldeia...


Nacionalize-se Já!

Parece que um slide deu a conhecer uma eventual hipótese de a Autoeuropa deslocalizar a sua produção para fora de Portugal.

Então o nosso primeiro-ministro não reage a este silde? Louçã não nos prega uma homília?
E que tal mais uma nacionalizaçãozita?

Com presidentes assim...

Para Luís Amado (referindo-se ao Eurojust), "cabe à organização, ela própria, verificar em cada circunstância e em cada momento se estão ou não reunidos os requisitos para que um determinado titular se mantenha em funções". Vale a pena ler o resto da sua declaração, para perceber que no meio de tanto palavreado acaba por alcançar o seu objectivo: não dizer absolutamente nada.

Confesso que começo a ter dificuldade em compreender como é possível termos chegado a este ponto em Portugal...mas como diz Helena Matos, neste país o que nao pode ser já é...

Vamos lá ver se nos entendemos:
- Lopes da Mota é presidente do Eurojust, um organismo da UE destinado a combater o crime organizado no espaço europeu;
- Lopes da Mota é alvo de um processo disciplinar aberto pela PGR, por fundadas suspeições de pressões exercidas sobre os magistrados responsáveis pela investigação do caso Freeport;
- Lopes da Costa foi secretário de estado da justiça num governo do partido ao qual pertence um dos principais suspeitos para as autoridades inglesas do caso Freeport, apelidado de corrupto por Charles Smith (estou a falar no primeiro-ministro, sim);
- Lopes da Costa admitiu ao semanário SOL, que utilizou indevidamente os nomes de Sócrates e de Costa;

E vergonha, não?

Quanto ao Eurojust, é caso para perguntar: com presidentes assim, quem precisa de se preocupar com o crime organizado?

Adenda: o Lopes da Costa foi involuntário, mas veio mesmo a calhar, não foi? :-)

A crise da arquivística nacional *

* por João Miranda no Blasfémias

15 mil desempregados foram “apagados” do Instituto de Emprego

Processos e contratos da Cova da Beira foram destruídos ilegalmente


Documentos da casa de mãe de Sócrates perderam-se no notário


José Sócrates devia prestar atenção à grave crise que a arquivística nacional atravessa. Eu sei que entre uma corrida, uma distribuição do Magalhães e uma distribuição de diplomas da farinha Amparo, não resta muito tempo para trabalhar. Mas se o senhor primeiro-ministro tiver um tempinho, bem que podia tentar descobrir o que se passa. E talvez até resolver o problema. Não é aceitável que num país com tanto respeito pelo papelinho em triplicado desapareçam tantos papéis.

domingo, 17 de maio de 2009

Mais um ajuste directo?

O Governo mandatou a Caixa BI para negociar a compra da Companhia de Seguros de Crédito, Cosec.

Entre o anúncio da medida 4ª feira e o fim-de-semana passaram 3 dias. Seguramente, tempo suficiente para uma alargada consulta aos bancos de investimento a actuar em Portugal...

E nenhum banco se queixa? Será que alguém têm medo? Com certeza que não.

O ovo e a galinha das pressões ilegítimas

Vitalino Canas acusou os partidos de estarem a exercer uma “pressão ilegítima” ao chamarem Lopes da Mota ao Parlamento, uma vez que não cabe aos partidos políticos decidir sobre a permanência daquele magistrado na presidência do Eurojust.


O porta-voz do PS podia ter acrescentado que é muito feio (e inclusive pouco cristão) responder às pressões ilegítimas de Lopes da Mota com pressões ilegítimas sobre Lopes da Mota.

sábado, 16 de maio de 2009

Os festivais de Inverno

O presidente da JS, Duarte Cordeiro defende a distribuição de preservativo nas escolas. Está no seu direito.

Sigamos a sua linha de raciocínio:

Primeira afirmação:
"Com o número de gravidezes na adolescência que temos, não disponibilizar preservativos nas escolas, que é onde estão os jovens, é fugir ao problema”

Esta frase revela antes de mais a visão socialista acerca dos jovens e da educação: em princípio, os jovens devem estar na escola e o maior número de horas possível; se estão em casa, se estão com os pais, com os avós, na rua, em associações juvenis, a estudar com amigos, no cinema, algo está errado...daí o alargamento do horário de permanência nas escolas (tudo menos sair da escola, tenha ou não capacidades para frequentá-la - by the way: há jovens que não a têm)
. Os jovens existem para a escola e a escola para os jovens.

Logo, e se os jovens estão na escola, então distribuem-se os preservativos. E se os jovens estão na escola onde é que terão oportunidade de utilizar os preservativos? Pois...fica a questão...
ou a próxima iniciativa da JS, depois da criação das salas de chuto, será a da criação de espaços nas nossas escolas onde os juvens possam proceder livremente às suas manifestações de afecto?...

Segunda afirmação:
"
Gasta-se tanto dinheiro em campanhas para utilização de preservativos, distribuem-se à entrada dos festivais de Verão, porque não se há-de disponibilizá-los nas escolas, que é onde estão os jovens?”

Este paralelo entre as escolas e os festivais de Verão é absolutamente genial. Realmente, as nossas escolas são como que um grande festival! Entre porrada nos professores, passagens administrativas, malta aos berros, facadas nos colegas, assaltos à entrada...tudo são semelhanças. Para quê continuar a chamar-lhe escola? Poderíamos ter por um lado os festivais de Verão e, por ourto, os festivais de Outono, Inverno e Primavera...

Em resumo, concordemos ou não com a proposta da JS, em algo temos de assentir: os argumentos apresentados por Duarte Cordeiro são aquilo a que podemos chamar de argumentos DEFINITiVOS...


sexta-feira, 15 de maio de 2009

A ler: Responsabilidade Civil dos Juízes

Vale a pena ler o texto do João Miguel Gaspar no Cachimbo, acerca da responsabilidade civil dos magistrados. Aqui fica um pequeno excerto bastante elucidativo da legislação intimidante e controladora do nosso governo, que por não perceber (ou por isso mesmo, por perceber) a importância da independência da magistratura, a acabou por minar:

"Agora imaginem um caso judicial. Em que o magistrado não esteve lá. Não viu. Não ouviu. Está limitado nas provas que pode obter ou mesmo nas que pode conhecer (se entretanto lhe chegarem novas provas às mãos).
E imaginemos que consegue cristalizar os factos que podem ou não servir para acusar alguém.
Aí entram as interpretações jurídicas, pareceres de ilustres professores de direito (muitas vezes a preço de ouro) que defendem que, às vezes, 2 e 2 são mais ou menos 4; quer dizer, também se pode admitir que 2 e 2 são 4,3. Entra o trabalho, as pilhas de processos para despachar e as estatísticas. Não interessa se bem ou mal, o que interessa é decidir rápido e entram muitos factores que seria fastidioso ou inoportuno elencar.... e como se não bastasse, no final, o magistrado ainda pode ir com a família para debaixo da ponte.... só porque se armou em herói."

Alegre: Chapeaux!

Manuel Alegre além de poeta revela dotes de excelente estratega político. E também de ter um enorme descaramento!

Então não é que decide ficar fora das listas do PS ao Parlamento e ao mesmo tempo fica no PS. Duma assentada, consegue:

1. resguardar-se da actividade parlamentar não correndo o risco de tomar posições que desagradem ao centro que necessita para vencer as presidenciais.

2. o mesmo tipo de não-intervenção se aplica à extrema-esquerda; não lhes dará razões para o não apoiarem pois não serão dele os votos que permitirão fazer passar orçamentos ou algumas medidas ditas "liberais" ou "capitalistas" do PS.

3. Consegue que os seus apoiantes do MIC tenham uns lugarzitos de deputados, ficando em maior dívida para com ele (aliás se não fosse Alegre, nem deles ouviríamos falar).

4. Permite-lhe continuar a alimentar o drama, o romance (escrito aliás pelo seu próprio punho) e assim ir emitindo umas opiniões aqui e ali, quando mais lhe convier!

É de se lhe tirar o chapéu. Venha daí esse charuto!

Run, José, run!

Finalmente percebi onde José Sócrates foi buscar inspiração para as suas corridas matinais durante as suas visitas de estado (incluam ou não fechar a Praça Vermelha a milhares de cidadãos russos).

Run, José, run!


Aviso Importante: "A crise ainda não acabou, vai continuar a afectar-nos"

Reproduzo aqui aos mais desatentos os avisos do Ministro das Finanças.

Vi os números do INE e ia já a caminho da Avenida do Dragão, de garrafa de champanhe numa mão e cachecol da Selecção na outra, festejar o fim da crise, quando o alerta de Teixeira dos Santos me trouxe de volta à realidade: Afinal, é melhor ter alguma cautela com os "eufóricos" indicadores de conjuntura e o andamento do PIB. -3,7% em termos homólogos no 1º trimestre de 2009, após -2% no 4º trimestre de 2008 não são ainda motivos para celebrar.

Hoje, no Jornal de Negócios:

O Governo apresentou uma previsão para uma queda na economia portuguesa de 3,4% em 2009. Sobre os sinais de alguma melhoria das condições económicas que se sentem, a nível internacional, Teixeira dos Santos afirmou que são sinais positivos, mas realçou não criemos ilusões a crise ainda não acabou e vai continuar a afectar-nos.


Para justificar uma previsão de taxa de desemprego anual inferior à do primeiro trimestre, Teixeira dos Santos afirmou que as medidas do plano anti-crise do Executivo estão já a ter impacto, não prevendo, por isso, medidas adicionais e afirmando que, nesta matéria, "é quase como no futebol, em equipa que ganha não se mexe".

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Obama: Isto com um vídeo vai lá...

Obama resolveu enviar uma mensagem a Benjamin Netanyahu, avisando-o para não lançar um ataque surpresa sobre o Irão.

Na minha opinião este ataque irá (deverá?) acontecer mais tarde ou mais cedo. Israel não admitirá a hipótese de que um estado como o do Irão possua armamento nuclear. Ponto.

Não percebo Obama...será ingenuidade? ou apenas uma estratégia de atirar para longe de si o ónus da responsabilidade por esta provável "guerra"? ou um estrategema para se manter fora dela?

Ou então deve estar a pensar convencer Ahmadinejad a desistir do programa de armamento nuclear, com mais uma mensagem no Youtube ou com umas twittadas quaisquer...

Os independentes são muito imprevisíveis

Sócrates deve estar desejoso que Vital assuma, o quanto antes, o seu lugar no Parlamento Europeu!

Em renovada prova do seu socialismo freelancer, Vital Moreira considerou ontem, a respeito do processo disciplinar instaurado a Lopes da Mota, que “num Estado de direito ninguém pode ser condenado antes de ser condenado”, apesar de reconhecer haver "indícios fortes de ter havido uma infracção" e haver inclusive "uma acusação" e que pediria a suspensão de funções caso estivesse no lugar do presidente do Eurojust.

Nunca como agora Sócrates deve recordar os ensinamentos de Jorge Coelho: os independentes são mesmo muito imprevisíveis...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Sócrates e o efeito boomerang

José Sócrates considerou "arrepiantes" as recentes notícias a respeito de gestões com indícios de fraude, quer no BPN quer no BPP, e pediu rapidez às autoridades judiciais na perseguição dos "criminosos".

Sócrates parte das notícias para o pré-juízo e deste para a pública condenação.

Praticando o que criticou, legitima quem o acusou nos sucessivos episódios do Freeport!

Arrepiante...!!!

The Blair Years: Division amongst Labour

Reunião do gabinete-sombra, a 15 de Maio de 1996, numa altura de divisão (publicamente visível) no Labour Party:

“TB: “The irony is that there is no Great ideological split between us. Far from it. Hostile things make news. Comments about colleagues make news”.(…) Jack Cunningham: “I’ve been here 16 years and 13 of them at this table in the opposition, and that is more than enough. If the parties squabble about power before they get it, they do net get it at the end. The public will not vote for divided parties and the Tories must be delighted by the ammunition we had given them.,””

É assim tão difícil de perceber? Ou será que percebendo, outros valores se levantam?

O PSD e o enriquecimento ilícito

Infelizmente, só no passado fim-de-semana, tive oportunidade de ler o Projecto Lei Nº 747/X/4ª apresentado pelo PSD relativo ao "Crime de Enriquecimento Ilícito no Exercício de Funções".

Ao contrário das desgarradas propostas do BE aprovadas pelo PS, este projecto permitiria criminalizar o enriquecimento ilícito de um funcionário do estado ou de titulares de cargos políticos.

Não sou jurista, pelo que não me pronunciarei a fundo sobre este Projecto de Lei. Contudo, o que está claro é que, ao contrário do que nos queriam fazer crer socialistas e bloquistas, "a prova de desproporção manifesta que não resulte de outro meio de aquisição lícito (...) incumbe ao Ministério Público, nos termos termos gerais do art. 283º do Código de Processo Penal". Ou seja, existe um respeito integral pelo princípio constitucional da presunção de inocência.

Por acaso (ou não...) o Projecto foi vetado pelo Partido Socialista.

O tempo tudo resolve...

José Sócrates garantiu ontem que o Governo vai vencer a actual crise como venceu outras.

Sob o título As crises não se vencem. As crises passam, o post de João Miranda no Blasfémias fez-me recordar a história de um advogado de algum sucesso que acumulava pilhas de processos sobre a sua secretária.

Instado por um estagiário sobre o segredo do sucesso, apesar de não dar andamento aos assuntos, o advogado respondeu: "Meu jovem, há dois tipos de problemas: uns resolvem-se com o tempo; outros nem o tempo os resolve".

Não fosse Sócrates um verdadeiro engenheiro e ficaria com dúvidas sobre a autoria da resposta...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Independentistas

O grupo parlamentar do PS aprovou na generalidade um projecto de lei do Bloco de Esquerda sobre o levantamento do sigilo bancário, no mesmo dia em que o Conselho de Ministros aprovou uma proposta mais mitigada sobre o mesmo assunto e apesar do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais ter recomendado o voto contra.

Acredito que o PS queira dar uma de independente, distanciando-se daqueloutro partido que, num tempo de antena, utilizou imagens de crianças a usar o Magalhães que haviam sido obtidas por solicitação do Ministério da Educação.

Mas, mesmo considerando que José Sócrates está na Madeira, também não é preciso exagerar na independência...


E o flirt consumou-se...

Eu tinha avisado que este seria um flirt perigoso...

Então não é que os magníficos deputados socialistas decidem aprovar na generalidade a absurda proposta do BE de "combate à corrupção", que vai em sentido contrário a outra aprovada pelo Conselho de Ministros no mesmíssimo dia...

A proposta do BE vai no sentido de criar mecanismos de informação obrigatória e periódica por parte da banca e a aprovada em Conselho de Ministros opta pelo alargamento dos motivos pelos quais o fisco pode aceder às contas bancárias.

Ao contrário do que afirma Paulo Pedroso, as duas propostas dificilmente serão conjugáveis porque seguem lógicas opostas ou, pelo menos, uma elimina a necessidade da outra! (Se o banco me informa das entradas, transferências e saldos, por que razão terei necessidade de lhe ir perguntar pelas entradas, transferências e saldos das contas? óbvio, não é?).

Razão tem o deputado socilista Victor Baptista, afastado da discussão das propostas na especialidade, quando afirma que "a bancada parlamentar socialista anda a reboque do Bloco de Esquerda". (Sim, eles já o reconhecem).

Está bonito este partido socialista, está...cabeças-de-lista às eleições europeias que defendem posições contrárias ao partido, candidatas que afirmam que o dinheiro do governo é dinheiro do PS, perigos de cisões internas que levam a ceder a chantagens de alegres "históricos"(por muito que Lello vocifere), candidatas-fantasma às europeias, suspeitas de corrupção do seu chefe, etc, etc.

Só faltava mesmo a colagem ao Bloco de Esquerda!
Uniões de facto como esta não interessam a ninguém pelo que, pelo menos, é agora mais óbvio qual o verdadeiro voto útil...

Alberto: aperta bem!

Sócrates desloca-se à Madeira na próxima sexta-feira. Depois dos seus recentes ataques a esta região autónoma, não sabíamos como reagiria Alberto João Jardim. Afinal Jardim, um dos maiores críticos do líder do Executivo socialista, já afirmou que o vai receber de “braços abertos”.


Só nos resta deixar um pedido: Alberto, dá-lhe um abraço bem forte da nossa parte!

Brincar às pressões


O inquérito às alegadas pressões de Lopes da Mota (o magistrado que preside ao Eurojust) sobre os dois procuradores responsáveis pela investigação do caso Freeport propõe a instauração de um processo disciplinar a Lopes da Mota por "violação do dever de isenção".

Recorde-se que, segundo foi noticiado, Lopes da Mota terá transmitido aos dois procuradores que o ministro da Justiça, Alberto Costa, lhe tinha revelado as afirmações de José Sócrates que, caso perdesse a maioria absoluta por causa do Freeport, haveria "represálias".

Ora, a ser assim, a quantidade de casos e de personalidades que, por determinarem a perda da maioria absoluta, estariam na lista negra de Sócrates seria infindável! Encabeçada e rematada, aliás, pelo próprio Primeiro Ministro.

Associar a perda da maioria ao Freeport e daí retirar maléficas consequências é claramente um gracejo do nosso PM.

E se Manuel Pinho não vai ser alvo de inquérito ou processo disciplinar que permita apurar se, à custa do suplemento alimentício da papa Maizena, Paulo Rangel chegará ou não aos calcanhares de Basílio Horta, por que razão Lopes da Mota será alvo de tratamento diferenciado por ter sido portador de uma afirmação ainda mais jocosa?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A política do bota-acima

Em entrevista ao i do passado sábado, a Dra. Manuela Ferreira Leite demonstra que sabe estar na oposição com uma atitude construtiva e faz o seguinte elogio ao governo:


“Não condeno tudo, evidentemente. Na vida nunca se condena tudo. Acho que a reforma que foi feita na Segurança Social, por exemplo, poderia ter ido mais longe – como todas as coisas podem ir mais longe – mas não condeno uma reforma que contribuiu para a sustentabilidade da Segurança Social. Embora tenha fortes dúvidas de que a política que está a ser seguida no combate à crise não esteja a deteriorar o equilíbrio da Segurança Social que foi feito à custa de uma reforma que considero correcta.”

Duas coisas ficam provadas:

1ª Ao contrário do que afirma Sócrates, O PSD não tem apenas o discurso do bota-abaixo nem da crítica fácil. Virá agora acusar o PSD do discurso do bota-acima?

2ª Perdoem-me a presunção, mas é caso para dizer que de algum modo existe uma sintonia entre o Grupo da Boavista e o PSD; aconteceu em primeiro lugar com a aprovação da proposta de penalização fiscal agravada. E acontece agora de novo com a reforma da Segurança Social, numa opinião há meses atrás defendida por um dos seus membros.

Memória Selectiva

O CDS-PP esqueceu-se de convidar Ribeiro e Castro para as jornadas parlamentares.


Segundo Diogo Feio, "deve ter havido um esquecimento". Memória selectiva? Não me parece que Paulo Portas alinhe nesse tipo de manobras.

De facto, houve uma vez que PP se esqueceu que tinha dito que tinha deixado a liderança do PP para um longo período de reflexão. Mas isso já lá vai. São águas passadas.


Também houve outra vez em que disse que "abominava o poder" e alguns anos depois desempenhou o cargo de ministro dos "Assuntos do Mar". Mas isso é passado.

Erros como este acontecem todos os dias!

As bombas de Sócrates

Conta a lenda que D. Isabel, diante do marido D. Dinis, fez o milagre de transformar pão em rosas.
Também José Sócrates - que ainda acredita no "milagre (eleitoral) da rosa" - quis transformar sistemas de bombas de calor em painéis solares termodinâmicos, promovendo inclusive a instalação destes equipamentos. [o que já havíamos tratado aqui]
Porém, na passada quinta-feira, a empresa Energie perdeu a certificação de produtora de tais equipamentos solares térmicos, por se ter concluído que os sistemas de bombas de calor mais não eram que... sistemas de bombas de calor!
Tivesse Sócrates vivido no tempo de D. Dinis e não teria entidades certificadoras na maledicência das empresas (de sucesso) por si promovidas.

Porra pá!!! Já é hora de acabar com esta palhaçada

Das duas uma, ou esta história é uma palhaçada ou os palhaços somos nós.


Já vai sendo altura de acabar com isto. E só não acaba se não quisermos. Vamos lá deixar de lamurias e assumir as nossas responsabilidades. A democracia tem as suas falhas, mas quem manda ainda é quem vota.

A culpa não é dos partidos, nem dos políticos, nem da democracia. É dos que ficam em casa e deixam que outros decidam por nós.

Eu não vou deixar ninguém decidir por mim. Posso ter que gramar com esta palhaçada, posso ter que pagar esta palhaçada, mas pelo menos cumpri a minha parte.

E já sei que porra e palhaçada não são termos adequados para discutir política, mas desde quando é que a palhaçada de Fafe tem alguma coisa a ver com política? E se fosse só este caso...

Para o caso de o link ter passado despercebido, leiam esta Muito Engraçada e Ridícula Descrição do Assunto, no público. Já não há vergonha. Ou então os jornalistas inventaram isto.

domingo, 10 de maio de 2009

Alguém se afunda na Cova da Beira

Mais um reportagem a não perder do Inimigo Público número 1 do nosso primeiro-ministro:

http://www.tvi24.iol.pt/artmedia.html?id=1061750&pagina_actual=1&tipo=2

Esta central de compostagem cheira mesmo muito mal. Mais um episódio, da já longa tentativa de assassinato político de José Sócrates.

sábado, 9 de maio de 2009

Vamos brincar à democracia?

Alguém no PS se deve ter lembrado de convidar Elisa Ferreira para brincar às eleições. E ela aceitou. Andam ela e o Partido Socialista a brincar à democracia:

“Eu vou ao Parlamento Europeu (PE) assinar o nome. Quero é vir para cá para o Porto”, declarou a candidata durante uma visita ao bairro do Viso.

Aguardam-se as declarações dissonantes Vital Moreira; será o clímax.

Já muitos o disseram. Já aqui foi dito. E Paulo Rangel voltou a recordá-lo.
Estou seguro que os portugueses não o esquecerão.

Parabéns ao PSD pelo 35º aniversário




E porque, como disse Sá Carneiro, "o partido foi verdadeiramente adoptado por trabalhadores que o fizeram seu. Operários, camponeses, professores, pequenos proprietários (...). Tomaram em suas mãos a propostas dos seus fundadores e levaram a todos os portugueses a social-democracia como caminho para a construção colectiva de uma sociedade socialista em liberdade", aqui fica a pergunta:


sexta-feira, 8 de maio de 2009

Socrates começa a ser um problema para o PS?

Caros amigos

Gostava de conhecer a vossa opinião sobre esta questão:
José Socrates começa a ser um problema para o PS?

Duas razões para discutir:
1- O PS poderá ter melhor resultado eleitoral com outro lider (Ant. Costa, Ant. Vitorino, etc) - muita gente no PS começa a sentir-se desconfortável com Socrates;
2- Dificilmente algum partido fará uma coligação com o PS liderado por Socrates.

Problema para o PS, problema para o país, ... poderemos ter mudanças na liderança do PS mais cedo que se imagina...

Elas sabem que nós sabemos que elas sabem

Sim. Manuela Ferreira Leite e Maria José Nogueira Pinto (duas senhoras da época anterior às quotas...) sabem que nós sabemos que elas sabem que a nova lei de financiamento partidário não deveria ter sido aprovada. E que muito menos o deveria ter sido do modo como foi: precipitada, às escondidas e com alterações de última hora que emprestam à nova lei um cheiro a esturro… a aldrabice…enfim, a política portuguesa no seu pior.


O mais escandaloso nem sequer é o facto de esta lei aumentar alargar de 1500 para 3000 Indexante de Apoios Sociais (IAS) os valores que os partidos podem receber em angariações de fundos. A valores de 2008, o limite legal passou de 639 mil euros por ano para o dobro - 1.278.000 euros, valor próximo do que o PCP tinha proposto, 4000 IAS.

Muito haveria a dizer sobre este lei mas o que mais chama a atenção (para além do raro consenso partidário…) é o número 1 do artigo 19º, que prevê que só entram nas contas oficiais das campanhas eleitorais despesas pagas por terceiros desde que tenham sido autorizadas pelas candidaturas. Segundo um especialista ouvido pelo Público, "o problema do pagamento de despesas por terceiros sempre existiu. Mas agora ninguém é responsabilizado porque só são consideradas despesas de campanha as que forem feitas com a anuência, com autorização das candidaturas. Se alguém pagar alguma coisa sem autorização, nem os partidos nem os mandatários podem ser responsabilizados, basta-lhes dizer ‘não dei anuência’".

Sendo assim, e sabendo nós da abundância de dinheiro embrulhado em jornais por esse país fora, a pergunta que se impõe é a seguinte: para quê a obrigatoriedade de apresentar contas das campanhas autárquicas? Para fazer de “contas”?

Segundo Nogueira Pinto e, de acordo com o seu artigo ontem publicado no DN:

“A última coisa que os partidos precisavam era de mais dinheiro para campanhas eleitorais. Um investimento em bons candidatos, um discurso claro, sobriedade e substância, humildade para perceber os problemas dos outros, dos que votam, uma pisca de ambição, uma dimensão qualquer de sonho, tudo isto faria mais sentido para reabilitar os partidos aos olhos dos portugueses.”

Maria José Nogueira Pinto tem toda a razão. Não é este o caminho.

O caminho começou a ser traçado quando Ferreira Leite foi eleita pelos militantes do PSD para líder do seu partido. Caminho esse que continuou a ser traçado através de uma estratégia de ponderação, rigor e alternativa construtiva ao actual governo. E ainda com a escolha de Paulo Rangel para cabeça de lista às Europeias; contra a vontade daqueles que defendiam alternativas como a de Marques Mendes (nome que também me agradaria), sendo eles os mesmos que ainda há meses, sendo ele líder do partido o descartavam, o apelidavam de incapaz e o acusavam de estar ao serviço do “aparelho”.

Felizmente e, em mais uma atitude reveladora de coragem, Manuela Ferreira Leite admite a hipótese de ajustar a lei em questão. Se continuar a seguir o caminho que tem vindo a traçar, poderemos estar seguros de que assim acontecerá.

PS- Cavaco tem aqui mais uma oportunidade para outro veto político; e neste caso nem poderia ser acusado de oposição ao governo.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Calcanhares: de Basílio, Sócrates e Aquiles


Tal qual a RTP Memória, há personagens que insistem recuperar episódios tristes e arrumados.
Desta vez, o papel coube a Basílio Horta.
Após os curiosos conselhos alimentícios de Manuel Pinho a Paulo Rangel, afirmando que o cabeça-de-lista do PSD às europeias teria que "comer muita papa Maizena para chegar aos calcanhares de Basílio Horta", o proprietário de tão valorizados calcanhares veio hoje manifestar "apoio total" à frase do ministro da Economia, considerando que "com aquele comentário jocoso e interessante, [Manuel Pinho] demonstrou lealdade e apoio à agência que trabalha com ele e ao presidente da agência".
Estas renovadas e desconcertantes declarações só podem significar que Rangel está a fazer a "cabeça em água" àqueles que pretendem dar-lhe com os pés.
E se Sócrates não se limitasse a um bípede, diria que tem em Pinho e em Basílio dois dos seus (muitos) calcanhares de Aquiles...

Compal Vital


Após visitar a fábrica da Compal, em Almeirim, Vital Moreira afirmou o empenho em fazer uma campanha "pautada pela serenidade, pela seriedade e pela tolerância".

O empenho numa nova atitude só pode ser efeito dos sumos de fruta...

"Ó, faz favor, sai uma dúzia de Compais para a mesa do Conselho de Ministros"

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Quem nos explica o enigma?

Pois é...parece que está cada vez mais difícil assobiar para o lado.


Senhor presidente: porque não nos explica o enigma? A tal solução passa pelo Bloco Central? Ou pelo Bloco "Esquerdal"? Ou pelo Bloco "Portal"?...


E a nova lei do financiamento dos partidos? Diria que os jornais terão aqui mais material para vender uns quantos ou jornais...ou, pelo menos, para mais uns inflamados posts na blogosfera e umas twittadas "maliciosas" dos nossos opinion-makers.
Teremos Cavaco ao lado de Seguro? Qual relação entre a tão badalada batalha contra a corrupção e esta nova lei? Na minha opinião será uma relação muito débil. E a parte fraca cabe à transparência na vida política (não, não é uma referência a Vital Moreira e à sua posição em relação às duplas faces de Estrela - a mulher que não deixa nada a meio :-) - e Ferreira).

terça-feira, 5 de maio de 2009

So much for the supposed english gentlemaness...



Não simpatizo especialmente com Brown, mas também Cameron por vezes comporta-se como mais um queque que gosta muito de se ouvir a si próprio e que, por vezes, até tem piada.

Mas portar-se como um bando de adolescentes selvagens acabados de sair de Eton só porque GB cometeu uma gaffe é manifestamente exagerado. Faz lembar uma AR de um país que eu conheço onde costumam chamar palhaço ao primeiro-ministro. Malabarista seria muito mais apropriado.

So much for the supposed english gentlemaness...

ideia retirada daqui.

Europeias: os agredidos e os agressores

As agressões a Vital Moreira são vergonhosas e devem ser unanimemente condenadas!
Mas parecem ter servido de fonte de inspiração ao PS...
O PS agride o acto eleitoral e menoriza o debate europeu centrando a campanha na vitimização e na determinação de quem deverá pedir desculpa a quem...
Vital Moreira agride o eleitorado natural do PCP (os inominados agressores) como paradoxal forma de cativar esse mesmo eleitorado...
Santos Silva, Mário Lino e Manuel Pinho agridem Paulo Rangel porque ... faz parte do seu código genético...
Quando terminar o ruído, restará o vazio de ideias. Quando terminar o ruído, o PS poderá lamentar não ter apresentado propostas ou alternativas.
E por mais que o ruído e a falta de propostas de uns possam contribuir para a abstenção, poderão não ser suficientes para desincentivarem todo e qualquer votante.... que igualmente cansado de tanto apanhar decida, com o seu voto, devolver a dignidade que estas Europeias merecem.

Quem precisa de Maizena, quem é?

O es(Pinho) da economia




Já não bastava o desastre que é enquanto Ministro da Economia, como ainda por cima anda a fazer publicidade a uma marca estrangeira de amido de milho?...

Este autêntico es(Pinho) na economia portuguesa deverá com certeza fazer parte do grupo de mão-de-obra barata que tanto gostava de apregoar aos investidores chineses...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

História política ou política histórica?

Segundo Timothy Garton Ash, a liberdade do debate histórico está sob fogo devido às assim chamadas políticas da memória.

Uma lei relativa à memória histórica consiste, grosso modo, em aprovar versões oficiais de factos históricos. Consiste ainda em dar-lhe uma interpretação, uma valoração. A infracção dessas leis pode dar origem a um crime. Por exemplo, se estivermos na Turquia e afirmarmos a existência do genocídio arménio, estaremos sujeitos a um processo judicial; se estivermos em França ou na Suíça e afirmarmos o contrário seremos também alvo de processo criminal…

Mais exemplos existem de problemas de um povo com o seu passado como, por exemplo, a recente caça às bruxas de Zapatero com a aprovação da Lei da Memória Histórica relativa à guerra-civil espanhola de 1936-1939; ou os paninhos quentes utilizados por Obama na sua recente visita à Turquia, relativos ao genocídio (posso dizer “genocídio”?...) arménio de 1915. E é importante lembrar exactamente o que Obama publicou no seu site de campanha, em Janeiro de 2008. "O genocídio de arménios não é uma alegação, opinião pessoal ou hipótese teórica; é facto amplamente documentado e comprovado por um impressionante corpo de evidências históricas. Os EUA merecem um presidente que diga a verdade sobre o genocídio de arménios e reaja contra todos os genocídios. Quero ser esse presidente."

Tibiezas à parte, gostaria de me interrogar acerca da necessidade da aprovação deste tipo de leis.

Em primeiro lugar: o que leva alguns países a seguir esta via?

De facto, não sei a resposta, mas sempre posso especular um pouco…

Existe muitas vezes uma relação difícil entre a actual geração de um país e os seus antecessores. Por vezes subsiste um sentimento de orgulho (os portugueses e os descobrimentos; os gregos e a filosofia; os italianos e o direito, etc) e outras de culpa, de vergonha (os alemães com o neo-nazismo, os portugueses com a primeira república, etc).
Existe portanto, uma necessidade de expiar os pecados cometidos pelas gerações que nos precederam; ou então nos factos de que nos orgulhamos surge a identificação.

Para além disso, existem com frequência claros objectivos políticos como, por exemplo: um feriado nacional, uma qualquer comemoração política, etc.

Existe também a necessidade de pedir perdão. E João Paulo II foi pioneiro nesta matéria.

Nem sempre é essa a consequência, mas pode-se muitas vezes estar a optar pelo caminho mais fácil…dividir entre o nós e o eles.

Em segundo lugar: são positivas estas interpretações oficiais?

Concordo com Timothy Garton Ash: existe o perigo de se diminuir a liberdade de investigação histórica ou dar uma “veste jurídica” ou normativa a um suposto acontecimento histórico. E utilizando o seu exemplo:

“How, for example, do you refute the absurd conspiracy theory, which apparently still has some currency in parts of the Arab world, that "the Jews" were behind the September 11 2001 terrorist attacks on New York? By forbidding anyone from saying that, on pain of imprisonment? No. You refute it by refuting it. By mustering all the available evidence, in free and open debate. This is not just the best way to get at the facts; ultimately, it's the best way to combat racism and xenophobia too”

Não se trata de uma questão fácil; é difícil negar a utilidade da existência na Alemanha de uma lei que proíba a negação do holocausto, principalmente quando está em causa uma nação traumatizada com a sua própria história. Apesar de tudo, considero que são maiores riscos do que os benefícios alcançados com estas leis…

É também muito fácil, seguindo esta via, dar o passo seguinte e passar a criminalizar as ideias. Algumas já o são. Mas acerca disso me debruçarei (esperando não me espalhar ao comprido!) num próximo artigo.