terça-feira, 26 de maio de 2009

Real politiks-1 Idealismo-0

Tudo leva a crer que Baltasar Garzón (o homem que via amanhecer) terá de pôr algum freio na sua ânsia de justiça universal.
Ânsia essa que é em si é algo de muito bom, não fosse a exagerada dose de idealismo (sim, sejamos generosos e não a apelidemos de ânsia de protagonismo).

Garzón, que conseguiu chamar à justiça espanhola Augusto Pinochet não poderá agora, por exemplo, chamar à barra dos tribunais o amigo de José Sócrates, Hugo Chávez.

A pressão diplomática de Israel e da China (que têm processos em curso na Audiência Nacional) falou mais alto.
De facto, o Bloco Central (ler com pronúncia castelhana) decidiu, pela "porta do cavalo", introduzir uma emenda num dos artigos da Lei Orgânica do Poder Judicial que impede os juízes da Audiência Nacional de actuar em procedimentos sem relação com Espanha. Desaparece a interpretação absoluta inscrita em sentença do Tribunal Constitucional de 2005 que permitia a intervenção da justiça espanhola em casos que não estivessem sob investigação de um tribunal internacional. Cai assim o princípio da justiça universal.

Os principais beneficiados com esta decisão são Israel e a China, claramente dois modelos a seguir no que aos direitos humanos diz respeito...
A excepção são os casos em que existam espanhóis envolvidos.

Real politiks- 1
Idealismo - 0

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