domingo, 28 de fevereiro de 2010

Rangel e as funções do estado

António:

Parece que em relação à privatização da RTP, não haverá consenso. O que é pena, pois se Rangel entende que a principal herança do PS é a dívida, não se percebe por que razão se recusa a privatizar um canal de televisão que presta um serviço que pode ser (e já é) prestado por privados e que custa aos portugueses cerca de 400 milhões de euros/ano. E este nem sequer é o principal custo de o governo controlar a televisão pública, como se vê no recente saneamento de Marcelo Rebelo de Sousa ou no tratamento dado ao envolvimento dos amigos do primeiro-ministro no take-over da TVI.

Convenhamos que não basta apenas chamar a atenção (e bem) para a "claustrofobia democrática". É também necessário criar as condições para que casos destes não se repitam...

Isto servirá!

Ao ver esta imagem no blog Era Uma Vez na América não pude deixar de pensar na actual situação do PSD. Podemos olhar para as diferenças mas devemos olhar para o que nos une.
Eu, por exemplo, apoio o Aguiar Branco mas revejo-me integralmente na posição de Pedro Passos Coelho de querer privatizar a RTP. Se essa posição é largamente maioritária no PSD, como me parece que é, deve permanecer depois das eleições, independentemente do vencedor.
É nesta perspectiva que a "guerra fratricida" das directas pode ser muito útil!

sábado, 27 de fevereiro de 2010

O eu global ...

Tenho defendido, conjuntamente com outras pessoas, que um bom espelho da actual situação (nacional e mundial) pode ser encontrado no “O Retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde. Os traços da falta de decência e de decoro que sobressaem do enredo de tal romance, caracterizador da sociedade vitoriana, são também aqueles que perpassam o actual momento da nossa sociedade.
Mas num mundo actual em que a pessoa humana adquire um poder de comunicação até agora inexistente, a situação toma uma outra gravidade potencial, quando o “indivíduo” ganha a capacidade de se tornar “global”. E ganha, concomitantemente, a capacidade de pretender projectar globalmente, naquilo que é superficialidade, os seus traços individuais e que quase, erradamente, se aparentam como sendo traços representativos de outros.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Ainda a questão das explicações

Caro Nuno,

em relação ao direito com o qual me arrogo para o fazer, eu não lhe chamaria tanto um direito. Chamar-lhe-ia um privilégio que me foi concedido pelo senhor doutor Passos Coelho. De facto, o candidato em causa desde há vários anos a esta parte que nos tem brindado com comentários acerca de tudo o que mexe, razão pela qual lhe pedia que o fizesse também nesta ocasião.

Indo então à questão em si e deixando-nos de supostas legitimidades inquisitórias, vou tentar explicar o paradoxo que identifiquei nas palavras do senhor doutor Passos Coelho.

Vamos por partes:

1. Perguntaram a Passos Coelho o que o distingue de Rangel e Aguiar Branco, ao que ele respondeu "Têm de explicar ao País e ao PSD porque é que o PSD deixou que o País escolhesse o engenheiro Sócrates para continuar primeiro-ministro."

2. Ou seja, Passos Coelho considera ser melhor candidato que Rangel e Aguiar Branco porque estes seriam responsáveis (que não são, mas já estamos habituados a estas falácias por parte do senhor administrador) pela derrota nas legislativas. Ou seja, a qualidade de uma candidatura variará na medida em que os seus protagonistas impedeçam ou não a eleição do seu adversário (neste caso, um mal óbvio para o país).

3. Suponhamos que seria verdade que Rangel e Aguiar Branco seriam responsáveis pela derrota (incluamos também Manuela Ferreira Leite na embalagem). Aplicando-se o critério de Passos Coelho são maus candidatos.

4. Ora bem, sendo Rangel, Aguiar Branco e Ferreira Leite maus candidatos e, aplicando o próprio critério de Passos Coelho, aquele que permitir uma vitória deles, será ainda um pior candidato. Donde…

P.S.- aproveitei para responder ao teu comentário através de um post por 2 razões:
1ª sempre é mais um post a animar o blog :)
2ª considero que a incoerência revelada por Passos Coelho é uma falha importante e quero deixar clara a minha posição em relação a isso.

Albergue Espanhol - Reforço de Inverno



Hoje iniciei a minha colaboração escrita no Albergue Espanhol.

Há um debate interno que, na medida do possível, procurarei não trazer para o Blog do Grupo.

Em todo o caso, reproduzo o meu texto de apresentação naquela que, nos próximos tempos, será a minha segunda casa:

"Reforço de Inverno

O campeonato já vai avançado. A equipa destaca-se na primeira liga e está recheada de estrelas. O desafio limitava-se, pois, ao reforço do banco de suplentes. Não teria um salário milionário, mas tinha a possibilidade de jogar para o título. E, no final da carreira, sempre poderia banquetear-me com os fantásticos pequenos-almoços que algumas figuras públicas insistem patrocinar. Tudo ponderado, concluí que a proposta era demasiado tentadora.

Tenho muitos interesses a declarar, porque não nasci com esse "mau espírito" da imparcialidade.
Sou do Sporting de Braga a tempo inteiro e benfiquista nos tempos livres.
Sou católico, mas adquiri unicamente a sua versão base.
Tenho uma patologia cardíaca, traduzida num coração laranja.
Não gosto de José Sócrates, mas a minha educação católica obriga-me a respeitar os moribundos. Não gosto de Louçã ou de Portas, porque teimam em inverter-me os meus esquemas mentais da direita-caviar e da esquerda-lavoura. Não gosto de Rangel, porque, a gostar, preferiria o original Portas e porque os meus "ouvidos melómanos" sempre reagiram mal a registos estridentes.
Tenho admiração por Passos Coelho e respeito por Aguiar Branco.

Prometo um "jogo limpo", mas não deixarei de devolver as entradas a "pés juntos". Gosto de atacar com suavidade e defender com força.
Privilegio o espírito de equipa e agradeço a confiança depositada pelos meus novos companheiros.
Espero que uma redobrada transpiração colmate as eventuais falhas de inspiração.
Vamos a isto!"

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

As explicações devem ser dadas por todos...

Pois eu penso que Pedro Passos Coelho e os seus mais fervorosos apoiantes deveriam explicar ao PSD e aos militantes como deixaram que o partido e os seus militantes escolhessem Manuela Ferreia Leite para líder do PSD. Só mesmo por uma questão de coerência.

E vai mais um

Demitiu-se o Governador do Estado de Lara, Henry Falcón, um apoiante de peso de Hugo Chávez.
Foi a sexta deserção das fileiras Chavistas em pouco tempo, transformando aquilo que parecia ser uma sucessão de "más" notícias numa tendência. Começa a cheirar a fim de ciclo.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Algumas horas de pressão

Diz o director do semanário Expresso que o Sr. Primeiro Ministro gastou algumas horas de uma sua noite a tentar dissuadi-lo de publicar a história da sua licenciatura.
Eu cá fiquei a pensar como é que um Primeiro Ministro tem tanto tempo para dispensar a um assunto que se prende com um seu diploma de licenciatura e sobre o qual, segundo ele, nada de anormal se passou. Pior, que tipo de prosa terá usado o Sr. Primeiro Ministro para que um simples pedido seu a um mero "governado" seu possa durar algumas horas? Só pode ter sido muita, muita, mesmo muita insistência.

Apoios significativos

As directas aproximam-se e os 3 candidatos à liderança do partido tentar recolher o apoio do maior número de apoiantes, um com nomes mais sonantes que outros.
Assim de cabeça e, por candidato:

PAULO RANGEL:
- Paulo Mota Pinto
- Sofia Galvão
- Pacheco Pereira
- António Preto



JOSÉ PEDRO AGUIAR BRANCO:
- Rui Rio
- Mota Amaral
- Alexandre Relvas
- Diogo Vasconcelos



PEDRO PASSOS COELHO:
- Ângelo Correia
- António Couto dos Santos
- Marco António Costa
- Francisco Moita Flores

Desorçamentação

Sabe-se agora que PS e PSD ficaram bastante aquém do que tinham previsto receber em donativos durante a campanha para as legislativas. Aliás, o mais correcto seria mesmo dizer que o PSD não recebeu "nada". Dos 140 mil euros previstos, angariou apenas 5,8 mil euros (ou seja, 4,2% ...).

Quanto ao PS, ficou tambem bastante aquém do orçamento: 91 mil versus 600 mil euros (15,2%).Não espantam estes números, principalmente tendo em conta dada a já patológica incapacidade dos socialistas para fazer contas.

Dá que pensar também o facto de o PS ter angariado em donativos 16 vezes mais do que o PSD. Sem dúvida que são o partido do governo e costumam saber pagar bem os favores, mas creio que haverá algo mais, em concreto a falta de capacidade que o PSD manifestou em saber mobilizar os seus principais militantes/simpatizantes.

Veja-se que, por exemplo, o PP ou o Movimento Pró-Vida angariaram sensivelmente o mesmo montante (5 mil euros) que o PSD, não sendo a sua implementação comparável à dos sociais democratas (em especial, como é óbvio o MPV).

Possíveis razões para tão "escandalosos" desvios e, à primeira vista, ocorrem-me 3:

1. a crise económica (pese embora esta ser do conhecimentos dos partidos aquando da construção dos orçamentos)

2. incompetência pura e simples: não há crise que justifique desvios de 95% face ao orçamentado...

3. desinteresse e desmotivação crescente (sim, ao que parece ainda não batemos no fundo) relativamente aos políticos e aos partidos; note-se que o Movimento Pró-Vida, com a sua "meia-dúzia" de militantes consegue alcançar a mesma verba que o PSD; com certeza que o facto de os seus simpatizantes se identificarem de um modo muito mais intenso com os ideias do seu partido do que os sociais-democratas (um dos últimos convidados do Grupo da Boavista, afirmava aliás - em jeito de provocação é verdade - que a social democracia tinha acabado...) tem um peso significativo no rácio "donativos/militantes".

Outro factor a ter em conta, serão talvez as recentes alterações à Lei de Financiaento Partidário, mas essa análise, deixo-a para os especialistas na matéria.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O Dever do Bom Nome *


Nos primórdios – naquele, quase bíblico, tempo –, o nome de José Sócrates era proveitosamente apregoado pelos vendilhões e louvado pela demais plebe. Servia de cartão de apresentação a familiares e amigos, colhia elogios e glórias de jornalistas e colunistas, traduzia-se em airosos números do INE e do Banco de Portugal e recolhia votos junto dos eleitores.
Não é necessário espreitar pela fechadura da porta, já escancarada, para constatar que aqueles tempos de bonomia foram progressivamente findando para o Primeiro-Ministro.
Descobriu-se que o seu círculo restrito, mais do que um cartão-de-visita, encontrou em José Sócrates um ilimitado cartão de crédito. Diagnosticou-se a miopia da “super-visão” e a condescendência das estatísticas. Confirmou-se que a autêntica “alma jornalística” não se vende nem se intimida. E atestou-se que os eleitores – esses que, periodicamente, recordam que Portugal é uma democracia – entenderam que Sócrates devia ser sujeito a permanentes “medidas de vigilância” parlamentar.
Os últimos meses têm sido ainda mais pródigos em “acontecimentos”. Puramente políticos, que não aparentemente judiciais. A cada suspeita um novo escândalo. A cada escândalo um novo epíteto. Bem ou mal, o Eng. Sócrates perdeu o bom nome – e as associadas respeitabilidade e credibilidade – que em tempos teve e que, já fora do tempo, impôs ostentar.
Perdido o bom nome, resta-lhe o rótulo de Primeiro-Ministro. O que pode parecer muito a José Sócrates, mas é afinal muito pouco, até e sobretudo, a um Primeiro-Ministro.

* Agradeço ao Instituto Francisco Sá Carneiro a publicação deste artigo [ aqui ]. Apesar de escrito há cerca de duas semanas, diariamente parece renovar a sua actualidade.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Leitura recomendada

Rui Albuquerque no Portugal Contemporâneo

"Esta lógica de que o poder lhes cairá no regaço tem feito do PSD um partido pouco ou nada exigente, fechado ao exterior, dominado por gente medíodre de um aparelho que não é melhor nem pior do que o actual do PS (e que, uma vez no poder, não se inibirá de fazer o que estes que por lá estão têm feito), no qual os portugueses não confiam porque o não conseguem distinguir do Partido Socialista. O PSD que não cuide, pois então, de escolher alguém credível e convincente, e verá o que lhe espera o destino."

O périplo Socrático ...

Esta coisa do Sócrates, de repente, lembrar-se de andar a correr de um lado para outro só para juntar militantes do PS e poderem passar imagens na TV de apoio ao "líder" gerou-me imediatamente uma associação - maldosa, reconheço - a um certo "líder" chavez!
Mas sosseguei-me imediatamente: aqui, diferentemente de lá, existe liberdade de imprensa e de expressão ... Pois, acabo de me desassossegar outra vez!!!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Tão contente que o Eng. ficou com o apoio da UE à Grécia

Boa notícia: a UE aprovou um plano de apoio à Grécia. Mas atenção, a Grécia não pediu ajuda, porque isso seria uma vergonha para a Grécia, ou melhor dizendo, uma vergonha para todos os outros que se seguem na lista, connosco à cabeça. Pelo contrário - e é esta a beleza da coisa -, a UE é que decidiu, voluntariamente, ajudar a Grécia. Esta, como Estado-Membro respeitador, aceitou porque faz cerimónia e seria de mau tom recusar tão simpática oferenda.
E o nosso PM ficou contente. Contente porque a Grécia não precisava de ajuda. E porque, ainda assim, foi-lhe proposta ajuda.
E nós? Claro, nós não precisamos nem nunca precisaremos de ajuda.
Primeiro - e já me cansei de ouvir isto - "porque nós somos diferentes da Grécia"!
Segundo, porque a partir de hoje, também nós poderemos sempre dizer que nunca precisamos de ajuda. De vez em quando, pode ser que algum benemérito UE ou FMI se lembre de nos oferecer ajuda e nós, educados como somos, aceitaremos. Tão simplesmente.

Submarino ao fundo

O governo já rectificou a previsão do défice de 2010 para os 8,7%? No debate de ontem no Parlamento falou-se nisto? Como é que se chama a um orçamento que é corrigido antes de ser aprovado?

Parece-me que este valor é bem mais importante do que os 0,04% de impacto que terá a Lei das Finanças Regionais. Mas com certeza que todos os dirigentes do PSD têm bem consciência disso...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Ena, já temos três candidatos e um deles engoliu um sapo!

Sabe-se agora, oficalmente, que Paulo Rangel vai avançar para a liderança do partido. Nada que não fosse expectável, talvez mesmo até para o próprio Paulo Rangel. Isto da ambição pessoal tem muito que se lhe diga. Excusava era de usar como arma de arremesso na altura das Europeias, as posturas de Ana Gomes e sobretudo Elisa Ferreira. Vem agora com o discurso tipico de que face ao estado do pais, se justifica a sua entrada na corrida e que até está disposto a sacrificar-se em prol de "uma candidatura de ruptura", blá, blá...Que propósito terá esta candidatura? Tirar o tapete a JP Aguiar Branco e deixar caminho aberto a Passos Coelho, que se mostra como o melhor posicionado para ganhar o partido? Se assim for, pessoalmente, acho uma excelente estratégia! Bom, seja lá o que for a génese desta candidatura, agora temos, até ver, três candidatos consistentes e isto é novidade no PSD dos últimos tempos.

Rangel avança.

Paulo Rangel é candidato a líder do PSD.
Será interessante observar como o ainda euro-deputado será capaz de criar dinâmica à volta da sua candidatura.
O seu percurso, quando comparado com os de Passos Coelho e Aguiar Branco, é bastante distinto: a sua filiação no PSD é recente (para alguns demasiado recente), a sua dependência dos caciques é nula.

O posicionamento ideológico (necessidade de "ruputura", refortalecimento da sociedade civil, redução do peso do estado na vida dos cidadãoes) começou bem e a decisão de se apresentar numa sala de hotel sem um conjunto notável (e de notáveis) apoiantes foi inteligente.
Contudo, isso não o impede de recolher apoios: Paulo Mota Pinto, Paulo Marcelo, Miguel Veiga. Outros se seguirão. Se será ou não suficiente, veremos.

Para já, é de saudar a existência de 3 candidatos confirmados à liderança (Rangel, Passos Coelho, Castanheira Barros). Parece que a partir de amanhã serão 4.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Por uma escala de gravidade


José Sócrates é como o brandy Constantino: tem uma "fama que vem de longe"!

Caso após caso, o País tropeça nos problemas que envolvem o seu Primeiro-Ministro. E, em nome de uma falsa estabilidade, pedem-nos sucessivamente que fechemos os olhos, nessa infantil atitude de fingir que, afinal, eles não existem.

Precisamente em nome da estabilidade e da certeza, por que não criarmos uma escala: qual será o nível da gravidade do "acontecimento" necessário e suficiente à demissão de um Governo? Bastará um grande escândalo? Dois escândalos de média intensidade? Os que vêm de trás também podem ser cumulados?

Na ausência de comportamentos éticos, criem-se regras! Porque saber com o que podemos contar é a estabilidade de que o País verdadeiramente precisa!


domingo, 7 de fevereiro de 2010

I´ve got a feeling que isto de opinar livremente pode acabar mal...

Não que o futebol seja para mim suficientemente importante para merecer uns minutos do meu tempo a escrever estas linhazinhas, mas desta vez há um motivo importante que justifica a maçada.
Parece que, definitivamente, o asco contra a opinião própria e o direito à sua expressão não se limita apenas a uns quantos politicos que convivem mal com aquilo que deles opinam. Pelos vistos também no mundo da bola isto está para ficar. Com as devidas distâncias, o seleccionador nacional está para o futebol como o PM para a politica (ambos têm ainda um presidente acima de si e ambos têm sobre os ombros a responsabilidade de levar o mais longe e dignamente possivel o nome do país e a esperança dos portugueses) e, como tal, também a ele se exige dignidade, abnegação e respeito pela função que ocupa. Mas, ao contrário de Socrates, falta a Queiroz a estaleca e os meios para resolver as coisas de uma forma menos troglodita! O Sr. não se importou nem do local - curiosamente não um restaurante mas um bar no VIP lounge da Portela - nem de quem nele estava para agredir um opinion maker futebolistico e, pior, passados uns minutos desvalorizou a situação como se o acto fosse perfeitamente normal. Ou muito me engano ou o aprendiz de Sá Pinto vai ter que comprar umas luvas de boxeur e começar a treinar para o próximo Mundial!

ETA pra mim ETA pra ti..



Falando de falhas na supervisão parece que não é só o Sr. Constâncio que sofre do mal. Ao que se sabe, já desde 2003 que as autoridades espanholas acreditam que a ETA passeia livremente por Portugal em busca de poiso. Porém a nossa "intelligence" nunca a tamanha alarvidade deu ouvidos. Pois bem, se as detenções dos etarras há dias faziam esperar o pior, eis que o pior aconteceu! E a coisa chega a tal desplante que os tipos alugaram uma casa que rapidamente transformam em paiol, mesmo no meio das casas de dois policias!! Enquanto isto o Sr. SIS entretem-se a partir carros em plena Avenida da Liberdade. Isto começa a ser Kafkiano!

Como se nada...


É assim a vida. Depois daquilo que se passou em matéria de supervisão, eis o merecido prémio (além dos pornográficos 17000€ por mês) a Constâncio. Parece que está quase certa a sua subida a Vice do BCE, ainda por cima com a ajuda da Merkel. Sim senhor! Isto faz lembrar o Guterres que há uns anos, antes de se atolar no pântano por ele criado, saiu de repente em auxilio dos refugiados deste mundo. E Sócrates? Para onde irá ele a seu tempo? Bem, o seu diploma não lhe serve de grande coisa, mas estou certo que sempre se arranjará qualquer coisa lá fora, até que o povo se esqueça do que por cá fez. Tem sido assim com alguns socialistas (Guterres, Cravinho, Ferro Rodrigues, Manuel Maria C.).

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O Padrinho e os afilhados


Esta imagem vem da Venezuela. Trata-se de uma manifestação contra Hugo Chávez, mas pode muito bem transpor-se para cá. As noticias sobre as escutas hoje divulgadas pelo SOL são insultantes. Até quando poderemos tolerar gente desta à frente do país? Não haverá forma de por um ponto final nesta teia que deixaria corado qualquer dirigente da camorra? Isto, meus senhores, começa a tomar contornos demasiado sérios. É preciso começar a distinguir entre a maladrangem mediocre e corriqueira e a urdidura maquiavélica e de grande calibre. O sr. Procurador, o Supremo e outros quejandos querem o quê para actuar em conformidade? Ok, sempre podemos dizer que, no limite, são boys. Mas e o PR? Ou a teia entra-lhe também casa dentro?

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

E a saga da Independente continua ...

Referem hoje os jornais que Amadeu Lima de Carvalho, acionista da extinta Universidade Independente, foi detido segunda feira, juntamente com um empresário espanhol, em Lisboa, numa instituição bancária com um cheque falso de 25 milhões de euros.
Mas quem é que se apresenta num banco com um cheque de 25 milhões?!? Estava-se mesmo a ver ...
E se era isto que se ensinava na Independente ... de repente tudo ficou para mim bastante mais claro!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Quando toca a nós ... CDS e BE ficam de acordo!!!

Notícia fantástica, esta de o PS propor a publicação dos rendimentos dos Portugueses na net ... Quando tudo está do avesso, e quando o maior alvo de suspeitas é a própria classe política, um passe de mágica e colocam-se todos os Portugueses a suspeitarem-se uns dos outros. Há que dar alento à coscuvilhice e ao bom e velho costume de "cortar na casaca", e para isso nada melhor do que saber quanto é que o vizinho do 2º esquerdo declara (já estou a imaginar a miríade de "histórias" que isto iria alimentar).
Mas já depois de ter sorrido-chorado-sorrido com mais esta ideia estapafúrdia que só pode servir para "distrair o povo", volta-me o sorriso quando leio que o CDS e o BE vieram imediatamente criticar a medida. Que o CDS o faça, não só percebo como não compreenderia que agisse de outro modo.
Mas que o Louçã venha imediatamente insurgir-se, apelidando a medida de "coscuvilhice" ... fez-me logo pensar: pois, quando toca a nós é que são elas!!!
É que senão ainda iriamos ficar a saber quanto é que o Louçã e o resto da "esquerda caviar" ganhava. E poderíamos, finalmente, "quantificar" a lata que eles têm quando dizem que defendem os interesses dos mais desfavorecidos...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Aqui fica um manifesto de apoio ao "problema"

Lápis azul à mesa


Não me conformo que o tradicional lápis azul tenha sido substituído por estes almoços "saneadores"...


O actual Regime convive mal com a divergência de opinião e, sofisticadamente, não se basta com a eliminação de versos: prefere eliminar os diseurs...


O Fim da Linha
"Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa. Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal. Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos. Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados. Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre. Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009. O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”. Foi-se o “problema” que era o Director do Público. Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada."