Em circunstâncias normais, o
fim de um programa de análise política não deveria provocar grandes reacções.
Mas como neste caso falamos da televisão do PS e a atracção principal do programa em causa era um militante e ex-presidente do principal partido da oposição, o cenário muda bastante de figura.
Não estarei aqui a recordar os constantes ataques de José Sócrates à liberdade de imprensa; os casos são tantos que até enjoam só de pensar neles.
O timing não deixa também de ser curioso e a desculpa da suposta pluralidade não pega.
O que gostaria mesmo de saber é do que é “estamos” à espera para
privatizar a RTP? Anteriores líderes partidários repensaram o modelo de funcionamento do canal público; outros propuseram acabar com a publicidade, tornando-a ainda mais dependente do governo central.
Será que algum dos candidatos a líder do PSD proporá, quer nos suas obras de literatura, quer nas suas moções estratégicas acabar com esta fonte de atraso nacional? Com certeza que nenhum deles desconhecerá o papel fundamental que desempenham os órgãos de comunicação independentes (e à mulher de César…) no correcto funcionamento das democracias. E quanto a funções desempenhadas pelas RTP que não o possam ser (e não o estejam já a ser) pelos canais privados, não estou a ver como seja possível nomeá-las…