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quinta-feira, 11 de março de 2010

Ainda Rangel e as elites

Caro Carlos,

É uma honra para o nosso blog (falo por mim, claro está) que partilhes connosco este teu post do Albergue Espanhol. O nosso humilde albergue, não sendo espanhol e não podendo sequer contar com as gajas semi-nuas de sexta-feira, está sempre aberto a toda a fruição que possamos obter com recurso aos prazeres do espírito, o que acontece sempre que te decides a pôr por escrito os teus pensamentos.

Admirando o estilo, não posso no entanto deixar de discordar da tese que defendes, em especial do seu ponto de partida, no qual te baseias para construíres a tua argumentação.

Afirmas que "A instalada elite do PSD entendeu fabricar um candidato".
Tenho alguma dificuldade em perceber quem serão as elites do PSD e, por maioria de razão, a tal "instalada elite". Devo dizer que o termo elite não tem, para mim, grande sentido e que prefiro mesmo não o utilizar neste contexto. Mas, admitindo que ela existe, gostaria de perceber a quem te referes.
Quem fará parte dela? Dias Loureiro, Marco António, Paulo Teixeira Pinto, Cavaco Silva, Morais Sarmento, Fernando Ruas, Diogo Vasconcelos, Mota Pinto, Mota Amaral, Miguel Relvas?
E, chegando a acordo sobre os seus nomes, quem apoia essa elite? Castanheira Barros, Passos Coelho, Aguiar Branco ou Paulo Rangel?

Creio que como deverás reconhecer se as elites apoiam em peso alguém, esse alguém é mesmo o Pedro Passos Coelho.

Quanto à segunda parte do teu texto, parece-me apenas que estás a menorizar Rangel e os seus apoiantes (entre os quais não me incluo). Mas isso...

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Rangel e as funções do estado

António:

Parece que em relação à privatização da RTP, não haverá consenso. O que é pena, pois se Rangel entende que a principal herança do PS é a dívida, não se percebe por que razão se recusa a privatizar um canal de televisão que presta um serviço que pode ser (e já é) prestado por privados e que custa aos portugueses cerca de 400 milhões de euros/ano. E este nem sequer é o principal custo de o governo controlar a televisão pública, como se vê no recente saneamento de Marcelo Rebelo de Sousa ou no tratamento dado ao envolvimento dos amigos do primeiro-ministro no take-over da TVI.

Convenhamos que não basta apenas chamar a atenção (e bem) para a "claustrofobia democrática". É também necessário criar as condições para que casos destes não se repitam...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Ainda a questão das explicações

Caro Nuno,

em relação ao direito com o qual me arrogo para o fazer, eu não lhe chamaria tanto um direito. Chamar-lhe-ia um privilégio que me foi concedido pelo senhor doutor Passos Coelho. De facto, o candidato em causa desde há vários anos a esta parte que nos tem brindado com comentários acerca de tudo o que mexe, razão pela qual lhe pedia que o fizesse também nesta ocasião.

Indo então à questão em si e deixando-nos de supostas legitimidades inquisitórias, vou tentar explicar o paradoxo que identifiquei nas palavras do senhor doutor Passos Coelho.

Vamos por partes:

1. Perguntaram a Passos Coelho o que o distingue de Rangel e Aguiar Branco, ao que ele respondeu "Têm de explicar ao País e ao PSD porque é que o PSD deixou que o País escolhesse o engenheiro Sócrates para continuar primeiro-ministro."

2. Ou seja, Passos Coelho considera ser melhor candidato que Rangel e Aguiar Branco porque estes seriam responsáveis (que não são, mas já estamos habituados a estas falácias por parte do senhor administrador) pela derrota nas legislativas. Ou seja, a qualidade de uma candidatura variará na medida em que os seus protagonistas impedeçam ou não a eleição do seu adversário (neste caso, um mal óbvio para o país).

3. Suponhamos que seria verdade que Rangel e Aguiar Branco seriam responsáveis pela derrota (incluamos também Manuela Ferreira Leite na embalagem). Aplicando-se o critério de Passos Coelho são maus candidatos.

4. Ora bem, sendo Rangel, Aguiar Branco e Ferreira Leite maus candidatos e, aplicando o próprio critério de Passos Coelho, aquele que permitir uma vitória deles, será ainda um pior candidato. Donde…

P.S.- aproveitei para responder ao teu comentário através de um post por 2 razões:
1ª sempre é mais um post a animar o blog :)
2ª considero que a incoerência revelada por Passos Coelho é uma falha importante e quero deixar clara a minha posição em relação a isso.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Rangel avança.

Paulo Rangel é candidato a líder do PSD.
Será interessante observar como o ainda euro-deputado será capaz de criar dinâmica à volta da sua candidatura.
O seu percurso, quando comparado com os de Passos Coelho e Aguiar Branco, é bastante distinto: a sua filiação no PSD é recente (para alguns demasiado recente), a sua dependência dos caciques é nula.

O posicionamento ideológico (necessidade de "ruputura", refortalecimento da sociedade civil, redução do peso do estado na vida dos cidadãoes) começou bem e a decisão de se apresentar numa sala de hotel sem um conjunto notável (e de notáveis) apoiantes foi inteligente.
Contudo, isso não o impede de recolher apoios: Paulo Mota Pinto, Paulo Marcelo, Miguel Veiga. Outros se seguirão. Se será ou não suficiente, veremos.

Para já, é de saudar a existência de 3 candidatos confirmados à liderança (Rangel, Passos Coelho, Castanheira Barros). Parece que a partir de amanhã serão 4.

sábado, 9 de maio de 2009

Vamos brincar à democracia?

Alguém no PS se deve ter lembrado de convidar Elisa Ferreira para brincar às eleições. E ela aceitou. Andam ela e o Partido Socialista a brincar à democracia:

“Eu vou ao Parlamento Europeu (PE) assinar o nome. Quero é vir para cá para o Porto”, declarou a candidata durante uma visita ao bairro do Viso.

Aguardam-se as declarações dissonantes Vital Moreira; será o clímax.

Já muitos o disseram. Já aqui foi dito. E Paulo Rangel voltou a recordá-lo.
Estou seguro que os portugueses não o esquecerão.

terça-feira, 5 de maio de 2009

O es(Pinho) da economia




Já não bastava o desastre que é enquanto Ministro da Economia, como ainda por cima anda a fazer publicidade a uma marca estrangeira de amido de milho?...

Este autêntico es(Pinho) na economia portuguesa deverá com certeza fazer parte do grupo de mão-de-obra barata que tanto gostava de apregoar aos investidores chineses...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Regionalização?

Ontem à noite tive oportunidade de assistir a mais uma conferência inserida na louvável iniciativa da Câmara Municipal do Porto: um ciclo de debates sob o título “Regionalização: que vantagens para Portugal?” Moderados pelo Presidente da Câmara, os intervenientes eram todos eles de provado gabarito intelectual e político: António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa e Paulo Rangel.
O “sub-tema” abordado foi o de qual o papel a desempenhar pelos municípios e freguesias num quadro de regionalização.
Considero que os três intervenientes – cada um ao seu estilo – fizeram boas intervenções.
António Costa, mais directo, deixou transparecer a sua experiência enquanto presidente da C.M.de Lisboa e algumas das suas preocupações (nomeadamente a inadequada (sub)dimensão de alguma das duas cinquenta e pouco freguesias –algumas delas com cerca de 800 habitantes, outras com 40.000…, a perda 200.000 habitantes do concelho de Lisboa nos últimos 20 anos, etc).
Marcelo Rebelo de Sousa, como o próprio avisou no início da sua intervenção, acabou por fugir ao tema o que apenas a tornou muito mais interessante! Optou por fazer uma resenha histórica, revelando o seu antigo e fervoroso apoio à regionalização, (posição contrária à actual) que chegou a incluir tournées pelo país, primeiro artigo publicado na imprensa em defesa da regionalização, etc. Passei a conhecer a história (para mim nova, dado que na altura estava mais preocupado em concluir o 9º ano de escolaridade obrigatória) do “Cavaco 1 regionalista” (sic) (Lei-Quadro da Regionalização no seu 1º governo), a do “Cavaco 2” anti-regionalista…curioso ainda registar que a Assembleia Constituinte era toda ela regionalista por uma razão ou por outra. Enfim, uma intervenção recheada de tiradas humorísticas, pequenas facadas (e elogios) no governo de José Sócrates que não conseguiu evitar alguns sorrisos amarelos por parte de António Costa, sempre revelador de um saudável desportivismo.
Quanto a Paulo Rangel, realce para a clareza do seu raciocínio abstracto (coisa rara hoje em dia) e para a firmeza das suas convicções. A sua intervenção foi mais ou menos neste sentido: em tese, um sistema de governo centralizado pode contribuir para um desenvolvimento justo e equilibrado de todo o país. Em rigor, a coesão nacional não depende de um modelo administrativo, mas sim da forma como é exercido o poder. O que se tem observado nos últimos 30 anos é a existência de governos centrais que não favoreceram em nada esta mesma coesão, razão pela qual Paulo Rangel defende a criação de algum tipo de instituições intermédia (CCDRs ou outras), o que deveria idealmente implicar a assumpção de algumas competências adicionais por parte dos municípios (educação, saúde, etc) e a perda de outras (urbanismo…). Só gostaria de fazer uma observação em relação ao raciocínio de Paulo Rangel: penso que não necessitamos de observar a experiência dos últimos 30 anos…já sei que a política (politics) é em grande medida uma ciência prática. Mas se porventura a experiência tivesse sido positiva isso seria um argumento contra a regionalização/descentralização? Creio que não. Creio que se trata de criar condições mais favoráveis para que se dê o tal desenvolvimento coeso e justo da nação. Seria o mesmo que defender a propriedade do estado de alguns bens de produção porque durante um certo período de tempo se teria observado um bom aproveitamento dos recursos. Sabemos que isso não é impossível de acontecer, mas é muito maior a probabilidade quando esses meios de produção são detidos por particulares. Ou seja, o que estou a defender aqui é que não se deve defender uma posição acerca de algum assunto tendo em conta apenas a prática observada, mas sim principalmente com base em raciocínios abstractos e lógicos (tipo premissas, conclusão…). Até porque é sempre possível para posições opostas em relação à maior parte dos assuntos, recorrer a exemplos que justifiquem uma ou outra posição…
Enfim, já me alonguei demasiado, fugi ao tema...mas voltarei ao tema do modo como se faz a defesa de opiniões com recurso a casos concretos, algo que está muito na moda e que considero tratar-se de um exercício de demagogia (vide caso "Joe the Plumber”). Mas sim, valeu bem a pena assistir à conferência. A próxima é já no dia 5 de Março com a presença de Artur Santos Silva, Proença de Carvalho e Rui Vilar a defenderem o Não à Regionalização! Será que sairão vivos do Auditório da Biblioteca Almeida Garret? :-)