quarta-feira, 30 de março de 2011

Conferência: " A crise económica e os Planos de Estabilização"

Estive ontem na conferência organizada pela distrital sobre " A crise económica e os Planos de Estabilização". Onde o dirigente do gabinete de estudos do PSD, Carlos Moedas, referiu o aumento do IVA como o último dos recursos a ser utilizado no combate ao défice. Sublinhou que preferencialmente deve-se adoptar medidas de diminuição da despesa do estado!


Carlos Moedas referiu, ainda (e não consta na noticia do público), que o caminho deve ser a focalização no aumento de produtividade!

Das 3 hipóteses apresentadas como viáveis para o crescimento de um pais:

1-Aumento das horas de trabalho;

2- Investimento;

3-Aumento da produtividade;

Duas foram apresentadas como impraticáveis: A primeira porque o número de horas médias de um trabalhador em Portugal está bem acima da média europeia, a segunda … basicamente… por não existirem poupanças, nem interesse externo em investir no nosso país. Sendo a última – o aumento da produtividade, o caminho a seguir!


Um outro ponto interessante da conferência, foi o quadro apresentado, por Carlos Moedas, do tecido empresarial do nosso país. Referiu, que as empresas portuguesas estão maioritáriamente divididas em 2 Grupos: As empresas “elefantes” ( tão grandes que o estado tem que conviver com elas…) e as empresas “Ratos” que não crescem, não geram riqueza nem emprego.. que nascem e morrem na mesma. A aposta, na opinião de Carlos Moedas, deve ser num outro grupo de empresas - As empresas “gazelas”: jovens, versáteis e ágeis! Neste sentido, o papel do estado deve ser o de permitir e criar condições para o aparecimento e desenvolvimento deste tipo de empresas.


Pontos de vista fundamentais para o crescimento: diminuição da despesa pública, aumento da Produtividade e dinamização do tecido empresarial português!

domingo, 27 de março de 2011

Tenho pena, mas percebe-se

Por um lado tenho pena...tenho pena que o PSD desista do propósito de pedir uma auditoria à real situação das contas públicas. Porque perde uma importante arma para a campanha eleitoral e também porque o travão à auditoria vem da UE, em concreto de Durão Barroso (um dos principais responsáveis pelo estado em que se encontra o país) e de Merkel.

Mas, por outro lado, percebo que um número do défice que acelerasse a entrada do FMI para o período pré-eleições, seria bastante negativo para o PSD e que Sócrates facilmente aproveitaria politicamente na perfeição essa entrada.

Venha então a auditoria depois das eleições e se, como se espera, o PSD vier a formar governo, terá também aí mais uma "muleta" para o inevitável aumento de impostos.

sexta-feira, 25 de março de 2011

PPC na sombra de Manuela Ferreira Leite

Entre os diversos desafios que Pedro Passos Coelho terá pela frente nos próximos meses, está o de fazer esquecer Manuela Ferreira Leite. Não que a anterior presidente do partido tivesse deixado demasiadas saudades entre os portugueses, mas sim porque grande parte da argumentação que Passos Coelho terá de usar para vencer as próximas eleições com alguma margem face ao PS, terá necessariamente de passar pela argumentação que Manuela Ferreira Leite usou (ainda que pouca eficácia) durante a última campanha.

E que se resumem basicamente a duas:

1ª as políticas escolhidas por José Sócrates para combater a crise são ineficazes (por variadíssimas razões, uma das quais a de se tratarem de medidas avulso que apenas servem para que a dívida pública não aumente muito mais e não para diminuir)

2ª tudo o que é dito e feito por José Sócrates carece do mínimo de credibilidade. E como bem sabemos, a confiança é a base de funcionamento dos mercados; se estes não têm qualquer confiança no que diz Sócrates, é perfeitamente natural que a compensação que exigem pelo risco de assumir dívida portuguesa seja cada vez maior (e não fora o Trichet que imprime dinheiro entre as viagens casa-emprego, isto estaria muito pior; mas esta história do BCE emitir moeda como se não houvesse amanhã, ainda vai dar que falar...)

Num país em que 72% dos portugueses não confia em Sócrates (ver DE de hoje), vejo com alguma renitência que se possa ignorar estes números e apresentar como principal razão para as eleições antecipadas, o facto de o PEC IV não ter sido apresentado ao partidos da oposição antes de o ser a Merkel...

E agora Passos Coelho vem dizer o que já todos sabíamos (e que MFL também tinha dito): não se pode negociar com Sócrates porque não existe o mínimo de garantias de que o que afirma seja verdade!

Que argumentos, para além destes (que são mais do que suficientes), terá o PSD para provocar eleições antecipadas, se até já assume que vai aumentar o IVA, mesmo antes de saber qual o estado real das contas públicas?

Não aliás de ser irónico que fosse a própria Manuela Ferreira Leite a fazer o discurso do PSD na tarde de chumbo do PEC IV.

É por isso que vejo que ainda passará algum tempo até que Passos Coelho se liberte definitivamente da sombra de Manuela Ferreira Leite.

By the way: alguém me comentava saber de fonte segura que Pedro Passos Coelho acreditava que esta crise não tenha sido deliberadamente provocada por José Sócrates. Acredito que não será assim e espero que o actual líder do PSD e todos os que o rodeiam (alguns dos quais, excelente políticos e profissionais) façam uma excelente campanha e tenham aprendido muito com o modo como o PS geriu a comunicação nestes dois últimos dias.