terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Os sinais de perigo

Os chamados “sinais de perigo” existem como forma de alerta para quem tem como função investigar a possibilidade de existência de fraude nas organizações. Está disponível alguma biografia sobre o tema.
Entre os tais sinais, incluem-se:

- uma inclinação para cobrir ineficiências através da manipulação de estatísticas;
- um criticismo acentuado em relação aos outros, como forma de desviar as atençõs;
- responder a perguntas com explicações não razoáveis;
- zangar-se (amuar no caso da nossa Assembleia da República) quando são colocadas questões perfeitamente adequadas;
- estabelecimentos de metas inalcansáveis;
- rumores de conflitos de interesse;
- celebração de contratos em regime de exclusividade e sem concurso público, com determinados fornecedores.

Bem sei que as práticas de “bom governo” não estão propriamente na ordem do dia e que são uma conversa interessante para o mundo empresarial mas, por estranho que pareça, não consegui deixar de pensar do comportamento de alguns dos nossos governantes, na ausência de regras de conduta para gestores públicos e na famosa ética repúblicana.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Santo Natal para o Presidente (da parte de Anacleto e companhia)

A bola estava a pinchar e foi só empurrar para a baliza. Depois do auto-golo de Sérgio Sousa Pinto (as últimas semanas não têm sido particularmente felizes para ex-líderes das juventudes partidárias…), Cavaco é o líder de Natal.
Está bem que a quadra se presta a generosidade, mas mesmo assim é difícil compreender tamanha oferta da oposição a Cavaco Silva. É melhor que este aproveite pois não irá com certeza ter muito mais oportunidades de fazer tão grande figura (e não só figura, diga-se) de equidistância face aos partidos com assento na Assembleia da República.

Segundo o Cavaco Silva, “os diplomas são absolutamente idênticos, apenas divergindo relativamente à data da sua entrada em vigor”, o projecto aprovado pela oposição “através de uma fórmula complexa, remete o seu início de vigência para um momento incerto, o momento da aprovação do Orçamento de Estado ou de leis orçamentais subsequentes”.
Convenhamos que com um Governo tão miserável, não é difícil fazer muito melhor (e, verdade seja dita, em parte tem sido, veja-se o caso do adiamento da entrada em vigor do Código Contributivo ou as comissões parlamentares propostas pelo PSD).

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A agenda do PS

(Público)

Questionado sobre a proposta que visa permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o Presidente da República declarou que a sua atenção estava "noutros problemas: no desemprego do país, no endividamento do país, no desequilíbrio das contas públicas, na falta de produtividade e de competitividade".

Sérgio Sousa Pinto veio, prontamente, advertir o PR que não teria "direito de se intrometer na agenda dos partidos e, no caso vertente, do PS".

Ou seja, Sérgio Sousa Pinto não apenas entende ter o unívoco direito a intrometer-se nas preocupações do Senhor Presidente da República, como ainda reconhece que o desemprego do país, o endividamento do país, o desequilíbrio das contas públicas, a falta de produtividade e de competitividade, não merecem lugar de destaque na agenda do PS.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O valor da imagem




Em política, infelizmente, uma imagem vale bem mais do que mil palavras.

Na ânsia de marcar a agenda política, o PSD e os demais partidos da oposição meteram o Governo no forno e puseram a temperatura no máximo. Esqueceram-se que, mesmo muito queimado, é aquilo que será servido aos portugueses nos próximos - sabe-se lá quantos - anos.

O "assado" começou a reagir: avançou com o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, avançou com a regionalização. Ambas polémicas q.b. Ambas concentram (ou desviam) atenções. Ambas abafam o cheiro a "esturro".

A história pode ser totalmente diferente, mas a imagem que passa é que uns querem simplesmente queimar, ao passo que outros querem construir.

E os partidos dão-se mal sempre que desprezam o valor da imagem.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Má vida... a de um palhaço

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Não há dinheiro mas há palhaços *


Na Grécia, sinaliza-se uma ruptura financeira. Na Irlanda, radicalizam-se cortes na despesa. Em Espanha, gere-se pressão na dívida. Em Portugal, deputados insultam-se. Palhaços.

A abstenção em Portugal, afinal, não é alta: começa a ser uma generosidade votar nesta gente. Será que não têm noção do que são, de onde estão, do que representam, do que se propuseram, do que esperamos e exigimos deles?

A cena entre Ricardo Gonçalves e Maria José Nogueira Pinto presta-se a... presta-se a... Bom, a cena não presta. E só vale a pena falar disso porque os eleitores não podem resignar-se a um Parlamento onde os degraus só servem para descer. Batamos, pois, mais no ceguinho para que não se torne normal líderes dos maiores partidos chamarem-se de mentirosos, ministros a fazerem cornos, primeiros-ministros a recomendar juizinho, deputados a dizerem canalhadas, comissões parlamentares com palhaço para aqui, vendida para ali. A Assembleia da República não é uma escolinha de betinhos e fedelhos, é a casa da Democracia. A casa, a cozinha, a garagem e o bidé da Democracia. (...)

* Pedro Santos Guerreiro no Editorial do Jornal de Negócios de hoje. Ler o resto do artigo aqui

Procura-se: dignidade para cargo de responsabilidade


O então ministro Manuel Pinho demitiu-se (ou foi demitido) por desrespeitar a instituição parlamentar.

Não sei o que esperam os deputados Maria José Nogueira Pinto e Ricardo Gonçalves para retirarem alguma consequência política do notável contributo que deram para este "grau zero" da Democracia?

Porque o Parlamento não pode viver de "palhaçadas", nem nós temos de aguentar os Senhores deputados "por qualquer preço"...

sábado, 5 de dezembro de 2009

É que é mesmo assim...

José Pacheco Pereira no Público de hoje:

"Em Espinho, nas Jornadas Parlamentares, efectivamente quase todos estão "noutra". Cá fora e lá dentro os jornalistas trocam tweets sobre irrelevâncias, compras de roupas, restaurantes, desatentos a tudo o que não seja a intrigalhada do costume, com uma agenda que tanto podia ter a ver com o que se estava a passar em Espinho como na Conchichina. Mil ambições esperam à porta. Mil pequenas carreiras estão à espera que a senhora "finalmente" saia. Os grandes interesses no ambiente, um dos sectores em que a relação com o Governo é crucial entre quem faz negócio e quem não faz, têm forte representação no partido. Alguns autarcas mais ambiciosos sabem que nunca chegarão a primeiro-ministro, mas precisam de um upgrade ao seu poder, daí os igualmente fortes interesses na regionalização. O PSD é para eles uma marca, uma marca de que precisam. O país pouco lhes interessa.
O que está a matar o PSD não é novo, vem-se desenvolvendo e enquistando há muitos anos: há cada vez mais gente que precisa do partido, seja do grande lugar como do pequeníssimo lugar, e há cada vez menos gente que é livre e independente. Há cada mais gente que não existiria na sociedade, não teria o trem de vida que tem, que não teria o emprego que tem, que não teria as prebendas que tem, se não fosse serem alguém numa estrutura qualquer. Há cada vez mais gente que é empregado da social-democracia e há cada vez menos sociais-democratas."

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Da "espionagem política" ao terrorismo tecnológico...


Vários dos arguidos no processo "Face Oculta" trocaram de telemóvel no mesmo dia.

O que aconteceu, igualmente, com o Primeiro-Ministro José Sócrates...

Afinal, os directa ou indirectamente envolvidos no "Face Oculta", mais do que alvo de escutas, foram certamente vítimas de uma bomba electromagnética...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

E meu também...

Helena Matos em "Deve ser um problema meu"

"mas não me parece normal que tendo a líder do PSD sido hoje acusada na AR de ter tido acesso às escutas das conversas entre Armando Vara e José Sócrates o dito PSD se mantenha em silêncio. Quiçá reflectindo vir a dIscutir o assunto num próximo encontro."

Já agora, é impressão minha ou com estas declarações no mínimo geniais:

"como é que a senhora deputada sabe que o primeiro-ministro está a mentir?"

«três meses depois percebi que esse era um facto das alegadas escutas»

o deputado Ricardo Rodrigues está a admitir que José Sócrates mentiu ao Parlamento e que a operação PT/Media Capital estava a ser cozinhada com o amigalhaço do robalo??

Marketing Viral?



O sapato virou-se contra o sapateiro: Muntadar al-Zaid, famoso por alvejar George W. Bush com uma bota iraquiana de fraca qualidade (servindo assim de intérprete, ainda que sem de tal se dar conta, dos sentimentos de tantos fanáticos adolescentes europeus anti-Bush), foi ele próprio alvo de um sapato voador.

Quando falava numa "news-conference" (sim, obviamente que o senhor está a ser recompensado ...) um outro jornalista iraquiano atirou-lhe um sapato e acusou-o de "trabalhar em conjunto com a ditadura do seu país". Depois de se recompor do inesperado incidente, al-Zaid comentou com a audiência: "ele roubou-me a minha técnica!"...

Mas a história não fica por aqui! Quando fugia da sala, o plagiador acabou ele próprio por ser alvo de um lançamento de peça de calçado feito pelo irmão de al-Zaid (sim, porque isto de viajar sozinho a Paris é muito desagradável e há por aí muita ONG sem saber o que fazer ao dinheiro..).

Perante esta sucessão de factos tão bizarros só me ocorre perguntar se não estaremos perante uma campanha (genial, diga-se...) de marketing viral de uma qualquer empresa de calçado...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Boa cama boa mesa - na versão Armando Vara

(via Público)


No âmbito do processo "Face Oculta", Armando Vara foi hoje sujeito à prestação de uma caução no valor de 25 mil euros.

Gostos não se discutem e, aparentemente, é o que valem uns bons robalos. Ou, aos preços que para aí correm, umas duas caixas e meia deles...