Mostrar mensagens com a etiqueta Cavaco Silva. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Cavaco Silva. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Santo Natal para o Presidente (da parte de Anacleto e companhia)

A bola estava a pinchar e foi só empurrar para a baliza. Depois do auto-golo de Sérgio Sousa Pinto (as últimas semanas não têm sido particularmente felizes para ex-líderes das juventudes partidárias…), Cavaco é o líder de Natal.
Está bem que a quadra se presta a generosidade, mas mesmo assim é difícil compreender tamanha oferta da oposição a Cavaco Silva. É melhor que este aproveite pois não irá com certeza ter muito mais oportunidades de fazer tão grande figura (e não só figura, diga-se) de equidistância face aos partidos com assento na Assembleia da República.

Segundo o Cavaco Silva, “os diplomas são absolutamente idênticos, apenas divergindo relativamente à data da sua entrada em vigor”, o projecto aprovado pela oposição “através de uma fórmula complexa, remete o seu início de vigência para um momento incerto, o momento da aprovação do Orçamento de Estado ou de leis orçamentais subsequentes”.
Convenhamos que com um Governo tão miserável, não é difícil fazer muito melhor (e, verdade seja dita, em parte tem sido, veja-se o caso do adiamento da entrada em vigor do Código Contributivo ou as comissões parlamentares propostas pelo PSD).

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Pare, escute e olhe

O Carlos discorda do que escrevi acerca de um eventual raciocínio de Cavaco à hora de ponderar a convocação de eleições antecipadas.

Admito que a sua perspectiva seja a mais correcta. Eu próprio prefiro que o Presidente da República cumpra a sua função adoptando uma postura institucionalista. Ao descrever (de um modo exagerado, sem dúvida) qual seria um dos pensamentos que passaria pela cabeça de Cavaco neste momento pretendia chamar a atenção para o facto de que este deve também ser pragmático nas suas decisões. Pois, se se limitar a destituir (não sei é esta a expressão correcta, mas para o caso é indiferente) Sócrates das suas funções, a probabilidade de este se recandidatar e vencer de novo as eleições é bastante elevada.

Ficaríamos assim com um Presidente que é "institucionalista", o país novamente nas mãos de Sócrates e uma reeleição cada vez mais difícil para o Professor Cavaco.
Ou seja, se é verdade que o Presidente da República não se deve deixar guiar por critérios meramente pragmáticos ou eleitorais, também é verdade que não deverá deixar de os integrar nos seus algoritmos de decisão.
E em política saber esperar também é uma virtude; e para Sócrates, quanto mais o tempo passa, mais são os rabos de palha…

Outro aspecto para o qual procurava chamar a atenção - e em relação ao qual admito que a história um dia faça justiça - é que entendo que cada dia que passa, a percepção que os portugueses têm do chuto que Sampaio (com a enorme ajuda da imprensa) deu em Santana, foi um erro crasso e cujas verdadeiras motivações nos suscitam cada vez mais dúvidas.

Onde estão os Jorges Sampaios deste país quando precisamos deles

Perante os constantes escândalos que envolvem o actual primeiro-ministro é legítimo que comparemos a actuação de Cavaco com a do anterior presidente. Por muitíssimo menos, Sampaio convocou eleições antecipadas e entregou o governo do país ao seu partido.

Se Cavaco não faz o mesmo, não é porque Sócrates não o mereça, nem porque não tenhamos já ultrapassado os limites do razoável.
A razão é apenas uma: as sondagens. Se hoje tivéssemos eleições, o PS provavelmente sairia vencedor e Cavaco já atingiu a sua quota-parte de favores (de cooperação estratégica) a José Sócrates. Mas talvez não ganhe daqui a 6/7 meses.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Recados ao partido da oposição



Após a comunicação de ontem à noite, proferida por sua Excelência o Presidente da República, o Professor Doutro Cavaco Silva, somos levados a reconhecer que o moço de recados se arrisca a perder o emprego por extinção do posto de trabalho...

Muitas têm sido a vozes que se têm levantado contra o conteúdo da mensagem proferida pelo Presidente: que não esclareceu as dúvidas dos portugueses, que não respondeu a perguntas dos jornalistas, que deixa dúvidas no ar, que se contradisse, que bebeu um copo de água a meio do discurso, etc, etc.

Gostaria de fazer dois comentários em relação a estas acusações.

Em primeiro lugar e, ao contrário do que os mais ingénuos possam pensar, Cavaco Silva não falou para os portugueses nem para os jornalistas: falou quase exclusivamente para o PS. Com maior ou menor sucesso, tentou passar a mensagem de que não se deixa vencer facilmente e que o combate está a meio, ainda que desta vez tenha sido ele a ir ao tapete. Falou ainda para o PSD, tentando dizer que não é ele o principal responsável pela derrota nas legislativas como alguns opinam. Não sei se foi ou não, mas penso que este discurso e, tendo em conta as acusações feitas a José Sócrates, deveria ter sido feito durante a campanha eleitoral. Ou será que os portugueses só têm direito a saber que estão a ser manipulados pelo primeiro-ministro depois de o voltarem a eleger?

Em segundo e, para os que se queixam de Cavaco não ter esclarecido o que era necessário esclarecer, concordo com a queixa mas não com a surpresa. Se Cavaco fosse transparente, se manifestasse em público tudo o que pensa, provavelmente não seria Presidente (lembro a constante recusa de Cavaco, durante a campanha presidencial, em responder à questão da eventual promulgação de uma lei que liberalizasse o aborto).
Se imperasse a lógica do esclarecimento, José Sócrates nunca teria sido primeiro-ministro e, muito menos, reeleito. Entendo que muitos sofrem de memória selectiva pois não demonstram tal estupefacção quando assistem aos debates/comícios quinzenais de José Sócrates na Assembleia da República. Nem sequer se lembram dos debates televisivos de há escassas semanas ou das entrevistas aos órgãos de comunicação social (por exemplo a dada a Maria Flor Pedroso).

Consta que havia entre os candidatos a primeiro-ministro uma senhora que respondia ao que lhe perguntavam, que dizia o que pensava e que ousava dizer a verdade. Consta também que foi a única que foi enxovalhada em plena praça pública com a ajuda dos “cães” do costume. São os mesmos que vêm agora acusar Cavaco de não ter esclarecido tudo o que havia por esclarecer. Mas escolhemos o circo e é circo que vamos ter.


quarta-feira, 6 de maio de 2009

Quem nos explica o enigma?

Pois é...parece que está cada vez mais difícil assobiar para o lado.


Senhor presidente: porque não nos explica o enigma? A tal solução passa pelo Bloco Central? Ou pelo Bloco "Esquerdal"? Ou pelo Bloco "Portal"?...


E a nova lei do financiamento dos partidos? Diria que os jornais terão aqui mais material para vender uns quantos ou jornais...ou, pelo menos, para mais uns inflamados posts na blogosfera e umas twittadas "maliciosas" dos nossos opinion-makers.
Teremos Cavaco ao lado de Seguro? Qual relação entre a tão badalada batalha contra a corrupção e esta nova lei? Na minha opinião será uma relação muito débil. E a parte fraca cabe à transparência na vida política (não, não é uma referência a Vital Moreira e à sua posição em relação às duplas faces de Estrela - a mulher que não deixa nada a meio :-) - e Ferreira).

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Sócrates com maior brecagem

Supostamente estamos a assistir a uma guerra de palavras entre o Presidente da República, o Professor Cavaco Silva e o ainda primeiro-ministro, o senhor Sócrates.

Como é óbvio, o Presidente tem razão. Alertou desde finais de 2007 para o perigo do alastrar da crise económica internacional a Portugal. Não era preciso ser doutorado em economia para perceber que assim aconteceria. No entanto, Sócrates esteve sempre mais preocupado em distribuir Magalhães pelos seus secretários-de-estado, julgando assim que contribuiria para a subida de Portugal nos rankings de Matemática a nível europeu e fez orelhas moucas aos avisos de Cavaco.

Independentemente de quem tem razão, há que reconhecer que nesta troca de galhardetes, Sócrates tem maior margem de manobra. E isto porque:

- dispõe de maior tempo de antena do que o Presidente da República, devido a um maior número de intervenções públicas que tem no seu dia-a-dia

- essas mesmas intervenções chegam aos nossos ouvidos de um modo diferente consoante fale um ou outro ("filtragens" da LUSA, RTP, etc)

- enquanto pessoas e cidadãos são diametralmente opostos: Cavaco tem noção da diginidade da função que desempenha, ao contrário de Sócrates...

- Sócrates dispõe de uma máquina de marketing político que o leva a reagir em cima da hora e, em geral "bem", às intervenções do Presidente. Ainda que esta desvantagem seja parcialmente anulada pelo enorme fosso que existe entre as inteligências dos dois, isso não basta.

Em resumo, e com pena minha, Sócrates dispõe agora, essencialmente devido à sua falta de sentido de Estado, de mais uma desculpa para seguir na sua estratégia de vitimização. E Cavado que se cuide, porque corre também o risco de contribuir para o aumento do bolo de Proença de Carvalho...