Supostamente estamos a assistir a uma guerra de palavras entre o Presidente da República, o Professor Cavaco Silva e o ainda primeiro-ministro, o senhor Sócrates.
Como é óbvio, o Presidente tem razão. Alertou desde finais de 2007 para o perigo do alastrar da crise económica internacional a Portugal. Não era preciso ser doutorado em economia para perceber que assim aconteceria. No entanto, Sócrates esteve sempre mais preocupado em distribuir Magalhães pelos seus secretários-de-estado, julgando assim que contribuiria para a subida de Portugal nos rankings de Matemática a nível europeu e fez orelhas moucas aos avisos de Cavaco.
Independentemente de quem tem razão, há que reconhecer que nesta troca de galhardetes, Sócrates tem maior margem de manobra. E isto porque:
- dispõe de maior tempo de antena do que o Presidente da República, devido a um maior número de intervenções públicas que tem no seu dia-a-dia
- essas mesmas intervenções chegam aos nossos ouvidos de um modo diferente consoante fale um ou outro ("filtragens" da LUSA, RTP, etc)
- enquanto pessoas e cidadãos são diametralmente opostos: Cavaco tem noção da diginidade da função que desempenha, ao contrário de Sócrates...
- Sócrates dispõe de uma máquina de marketing político que o leva a reagir em cima da hora e, em geral "bem", às intervenções do Presidente. Ainda que esta desvantagem seja parcialmente anulada pelo enorme fosso que existe entre as inteligências dos dois, isso não basta.
Em resumo, e com pena minha, Sócrates dispõe agora, essencialmente devido à sua falta de sentido de Estado, de mais uma desculpa para seguir na sua estratégia de vitimização. E Cavado que se cuide, porque corre também o risco de contribuir para o aumento do bolo de Proença de Carvalho...
Como é óbvio, o Presidente tem razão. Alertou desde finais de 2007 para o perigo do alastrar da crise económica internacional a Portugal. Não era preciso ser doutorado em economia para perceber que assim aconteceria. No entanto, Sócrates esteve sempre mais preocupado em distribuir Magalhães pelos seus secretários-de-estado, julgando assim que contribuiria para a subida de Portugal nos rankings de Matemática a nível europeu e fez orelhas moucas aos avisos de Cavaco.
Independentemente de quem tem razão, há que reconhecer que nesta troca de galhardetes, Sócrates tem maior margem de manobra. E isto porque:
- dispõe de maior tempo de antena do que o Presidente da República, devido a um maior número de intervenções públicas que tem no seu dia-a-dia
- essas mesmas intervenções chegam aos nossos ouvidos de um modo diferente consoante fale um ou outro ("filtragens" da LUSA, RTP, etc)
- enquanto pessoas e cidadãos são diametralmente opostos: Cavaco tem noção da diginidade da função que desempenha, ao contrário de Sócrates...
- Sócrates dispõe de uma máquina de marketing político que o leva a reagir em cima da hora e, em geral "bem", às intervenções do Presidente. Ainda que esta desvantagem seja parcialmente anulada pelo enorme fosso que existe entre as inteligências dos dois, isso não basta.
Em resumo, e com pena minha, Sócrates dispõe agora, essencialmente devido à sua falta de sentido de Estado, de mais uma desculpa para seguir na sua estratégia de vitimização. E Cavado que se cuide, porque corre também o risco de contribuir para o aumento do bolo de Proença de Carvalho...
Caro João,
ResponderEliminarA tua argumentação é, como habitualmente, brilhante.
Mas, desta vez, não estou seguro do acerto estratégico de Sócrates.
Por mais meios que Sócrates tenha ao seu dispor para fazer crer o contrário, as pessoas sabem que o Presidente da República não se limitou a dar recados! No mínimo fez um aviso à navegação, criticando esta navegação à vista (umas vezes "com vista a...", outras vezes com "vista grossa...").
A vitimização do último congresso e o ataque aos jornalistas não caiu bem. A guerra fria com o PR não abonava Sócrates. Uma guerra aberta pode fragilizá-lo ainda mais.
Carlos,
ResponderEliminarPode ser que tenhas razão. Esperemos que tenhas razão!
De facto Sócrates que sempre teve tão boa imprensa (isto não é nenhum trocadilho malicioso...), está aos poucos "cair do seu palanque".
Mas uma coisa são os jornais e todas as notícias que vêem ao lume de promessas não cumpridas, anúncios propagandísticos vazios de conteúdo, políticas prejudiciais para Portugal, eventuais participações em negócios escuros e outra é a percepção do eleitorado.
Como aliás se tem visto com o baixo impacto que o cado Freeeport tem tido nas sondagens.
Mas bem, esperemos que tenha sido um tiro no pé!