domingo, 12 de abril de 2009

As Farpas do Freeport

O Freeport não é mais um assunto judicial, antes terreno para um duelo queirosiano sobre os limites da opinião.
Multiplicam-se artigos, com ataques e defesas. Uns cozinhados em lume brando, outros mais naturalmente fervilhantes.
Os últimos escritos de João Miranda (JM), no Blasfémias, merecem uma especial atenção:
"A tese mais interessante é a dos que defendem que a opinião, por ser opinião, não está sujeita a critérios éticos e, consequentemente, não gera conflitos de interesses. Faz sentido. Ricardo Costa já está preparar um artigo com o título “Lisboa: a arte de bem governar”. Pulido Valente vai dedicar uma das suas crónicas do Público a “Constança Cunha e Sá, uma grande entrevistadora”. Rui Tavares vai aproveitar uma das suas crónicas para falar da Europa, fingindo que não está em terceiro na lista do BE para as Europeias. Vital Moreira vai usar a sua coluna do Público para perguntar: “Por que espera o PSD para apresentar um cabeça de lista credível?”. E Judite de Sousa está a preparar um editorial para a RTP sobre a “excelente governação” da Câmara Municipal de Sintra."
Se os representantes do poder judicial e do poder político têm o dever de não intervir quando possa não estar assegurada a sua isenção e independência, por que razão uma representante do quarto poder não se declara impedida de exercer este seu "poder de influência" (aquele tão bem ilustrado na Proposta de "Lei do Pluralismo...") em assuntos que lhe são próprios ou próximos, sem qualquer necessidade de lhe ser suscitado um "incidente de suspeição"?
Optou por não o fazer e, retomando a inicial reflexão de JM, penso que a defesa, pela dita jornalista, do político X, mais do que um conflito de interesses, traduz-se em XXX.

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