Há dias decidi ouvir uma entrevista concedida por Francisco Louça à Renascença. Sabia que não seria tarefa fácil; que poderia não aguentar até ao fim; que tal ousadia poder-me-ia sair cara e custar quiçá umas preciosas horas de sono. É que tanta demagogia concentrada em apenas meia hora pode deixar qualquer um fora de combate…
Mas decidi arriscar. E tive como aliada a tecnologia. As duas grandes vantagens dos podcasts são as de que podemos ouvir os programas que quisermos, quando e onde bem entendermos e também a de que não somos obrigados a ouvi-los duma só vez. Por isso, e doseando o esforço, lancei-me à aventura.
Com a sua conhecida pose de guardião da moral e bons costumes da nação, o grande defensor das liberdades, Louçã foi desferindo ataques a tudo e todos:
- “grande parte da burguesia, da elite económica portuguesa habituou-se ao favorecimento público. Belmiro de Azevedo foi o homem do regime durante algum tempo; habituou-se a viver com o favorecimento do palácio.”
- “A EDP e a GALP foram privatizadas ao deus-dará (a minúscula em deus trata-se de uma deferência para com Louçã); deveriam nacionalizadas”.
Pergunto: também acharão o mesmo os actuais accionistas da EDP?...Quem pagaria?
Quem ouvir Louçã falar pela primeira vez e não preste muita atenção ao conteúdo do seu discurso, ficará com certeza convencido de que está perante alguém que pauta a sua actuação pelo rigor, pela perícia técnica e política. Mas como bem sabemos, as aparências iludem e por detrás do defensor da moral pública, está um fervoroso trotkista e inimigo do mercado livre.
Aura que houvesse à sua volta, esta foi desfeita com a última proposta de lei recentemente aprovada pelo BE e PS na Assembleia de República relativa ao sigilo bancário. Com o suposto pretexto de combater a fraude fiscal, a produzirem-se as alterações propostas ao n.2 do art. 63ª da Lei Geral Tributária, o Fisco ficaria com um regime de acesso às informações bancárias muito mais restrito do o actual, em concreto no que diz respeito às empresas. Segundo alguns especialistas como, por exemplo, Marcelo Castro, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, tal norma “é contraditória com o que é dito no seu preâmbulo”; segundo António Carlos Santos, antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, “a proposta do novo artigo 63-B nem sequer mantém o acesso directo a documentos bancários de empresas hoje previsto no n.º 2 do 63-B da Lei Geral Tributária (LGT) ou o levantamento do sigilo por crimes praticados relativamente a outros impostos, hoje consagrado no n.1 do mesmo artigo. Tudo isto é feito com enorme falta de rigor.”
Mas mais do que a queda do mito do rigor, da preparação técnica de Francisco Louçã, o que mais nos assusta é a perspectiva cada vez mais real (evidenciada pelo piscar de olhos do PS ao aprovar a proposta do BE) que o actual flirt dê origem a uma união de facto após as legislativas deste ano…
Mas decidi arriscar. E tive como aliada a tecnologia. As duas grandes vantagens dos podcasts são as de que podemos ouvir os programas que quisermos, quando e onde bem entendermos e também a de que não somos obrigados a ouvi-los duma só vez. Por isso, e doseando o esforço, lancei-me à aventura.
Com a sua conhecida pose de guardião da moral e bons costumes da nação, o grande defensor das liberdades, Louçã foi desferindo ataques a tudo e todos:
- “grande parte da burguesia, da elite económica portuguesa habituou-se ao favorecimento público. Belmiro de Azevedo foi o homem do regime durante algum tempo; habituou-se a viver com o favorecimento do palácio.”
- “A EDP e a GALP foram privatizadas ao deus-dará (a minúscula em deus trata-se de uma deferência para com Louçã); deveriam nacionalizadas”.
Pergunto: também acharão o mesmo os actuais accionistas da EDP?...Quem pagaria?
Quem ouvir Louçã falar pela primeira vez e não preste muita atenção ao conteúdo do seu discurso, ficará com certeza convencido de que está perante alguém que pauta a sua actuação pelo rigor, pela perícia técnica e política. Mas como bem sabemos, as aparências iludem e por detrás do defensor da moral pública, está um fervoroso trotkista e inimigo do mercado livre.
Aura que houvesse à sua volta, esta foi desfeita com a última proposta de lei recentemente aprovada pelo BE e PS na Assembleia de República relativa ao sigilo bancário. Com o suposto pretexto de combater a fraude fiscal, a produzirem-se as alterações propostas ao n.2 do art. 63ª da Lei Geral Tributária, o Fisco ficaria com um regime de acesso às informações bancárias muito mais restrito do o actual, em concreto no que diz respeito às empresas. Segundo alguns especialistas como, por exemplo, Marcelo Castro, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, tal norma “é contraditória com o que é dito no seu preâmbulo”; segundo António Carlos Santos, antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, “a proposta do novo artigo 63-B nem sequer mantém o acesso directo a documentos bancários de empresas hoje previsto no n.º 2 do 63-B da Lei Geral Tributária (LGT) ou o levantamento do sigilo por crimes praticados relativamente a outros impostos, hoje consagrado no n.1 do mesmo artigo. Tudo isto é feito com enorme falta de rigor.”
Mas mais do que a queda do mito do rigor, da preparação técnica de Francisco Louçã, o que mais nos assusta é a perspectiva cada vez mais real (evidenciada pelo piscar de olhos do PS ao aprovar a proposta do BE) que o actual flirt dê origem a uma união de facto após as legislativas deste ano…
A foto era mesmo necessária? Como diria o famoso diácono Remédios, "o artigo era um bom artigo, não havia necessidade z z z"
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ResponderEliminarO olhar enigmático de Louçã, com a foice e o martelo como pano de fundo...simplesmente não resisti!
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