terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O que fazer com a televisão do PS?

Em circunstâncias normais, o fim de um programa de análise política não deveria provocar grandes reacções.
Mas como neste caso falamos da televisão do PS e a atracção principal do programa em causa era um militante e ex-presidente do principal partido da oposição, o cenário muda bastante de figura.

Não estarei aqui a recordar os constantes ataques de José Sócrates à liberdade de imprensa; os casos são tantos que até enjoam só de pensar neles.
O timing não deixa também de ser curioso e a desculpa da suposta pluralidade não pega.

O que gostaria mesmo de saber é do que é “estamos” à espera para privatizar a RTP? Anteriores líderes partidários repensaram o modelo de funcionamento do canal público; outros propuseram acabar com a publicidade, tornando-a ainda mais dependente do governo central.

Será que algum dos candidatos a líder do PSD proporá, quer nos suas obras de literatura, quer nas suas moções estratégicas acabar com esta fonte de atraso nacional? Com certeza que nenhum deles desconhecerá o papel fundamental que desempenham os órgãos de comunicação independentes (e à mulher de César…) no correcto funcionamento das democracias. E quanto a funções desempenhadas pelas RTP que não o possam ser (e não o estejam já a ser) pelos canais privados, não estou a ver como seja possível nomeá-las…

1 comentário:

  1. Reproduzo aqui o que escrevi no meu blogue:

    Aprecio muito o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa e penso que pode ser uma mais valia para o país e para o PSD. Concordo com algumas coisas que ele diz, mas também discordo profundamente de outras. Há cerca de 2 anos que deixei de seguir “religiosamente” a sua “missa” ao Domingo, porque ultrapassou o mero programa de comentário político.
    A RTP vai acabar com o programa “As Escolhas de Marcelo“, em consequência do fim do programa “Notas Soltas” de António Vitorino. Se já foi uma aberração a obrigação da RTP criar o segundo, para compensar o primeiro, maior vergonha foi o encurtar do primeiro para igualar o segundo. E agora o escândalo atinge proporções irreais com o fim de um por causa do outro. Tudo isto segundo uma ordem da ERC, que todos sabemos andar a mando do Governo de José Sócrates.

    Nem quero aqui entrar por um caminho que me levaria a dizer que, com base no que já se tinha passado antes (as tais bojardas da ERC a mando do Governo), António Vitorino teria feito de propósito para saír (talvez também ele a mando), e deixar MRS sem espaço para se exprimir. Logo agora que estamos a chegar a uma altura complicada para o PS e Governo, e também será agora que o PSD se irá definir e começar a reganhar fôlego. Logo agora que nos aproximamos das presidênciais, e que todos sabem que MRS tem ambição de se candidatar.

    Todos estes episódios de compensação são ridículos. Senão, porque não obriga a ERC a fazer um programa desportivo com representantes de Braga, Nacional ou Guimarães, para compensar as dezenas de Portistas, Benfiquistas e Sportinguistas em programas da RTP? Ou porque não obriga a ERC a fazer um programa musical com artistas punk e heavy metal, para compensar todos os outros populares e pop que aparecem nos vários programas da RTP? Porque não obriga a ERC à passagem de filmes portugueses, para compensar a porcaria de filmes americanos (que ainda por cima são sempre os mesmos, basta lembrar “Sozinho em Casa” no Natal ou “Ben-hur” na Páscoa) na RTP?

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