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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Desorçamentação

Sabe-se agora que PS e PSD ficaram bastante aquém do que tinham previsto receber em donativos durante a campanha para as legislativas. Aliás, o mais correcto seria mesmo dizer que o PSD não recebeu "nada". Dos 140 mil euros previstos, angariou apenas 5,8 mil euros (ou seja, 4,2% ...).

Quanto ao PS, ficou tambem bastante aquém do orçamento: 91 mil versus 600 mil euros (15,2%).Não espantam estes números, principalmente tendo em conta dada a já patológica incapacidade dos socialistas para fazer contas.

Dá que pensar também o facto de o PS ter angariado em donativos 16 vezes mais do que o PSD. Sem dúvida que são o partido do governo e costumam saber pagar bem os favores, mas creio que haverá algo mais, em concreto a falta de capacidade que o PSD manifestou em saber mobilizar os seus principais militantes/simpatizantes.

Veja-se que, por exemplo, o PP ou o Movimento Pró-Vida angariaram sensivelmente o mesmo montante (5 mil euros) que o PSD, não sendo a sua implementação comparável à dos sociais democratas (em especial, como é óbvio o MPV).

Possíveis razões para tão "escandalosos" desvios e, à primeira vista, ocorrem-me 3:

1. a crise económica (pese embora esta ser do conhecimentos dos partidos aquando da construção dos orçamentos)

2. incompetência pura e simples: não há crise que justifique desvios de 95% face ao orçamentado...

3. desinteresse e desmotivação crescente (sim, ao que parece ainda não batemos no fundo) relativamente aos políticos e aos partidos; note-se que o Movimento Pró-Vida, com a sua "meia-dúzia" de militantes consegue alcançar a mesma verba que o PSD; com certeza que o facto de os seus simpatizantes se identificarem de um modo muito mais intenso com os ideias do seu partido do que os sociais-democratas (um dos últimos convidados do Grupo da Boavista, afirmava aliás - em jeito de provocação é verdade - que a social democracia tinha acabado...) tem um peso significativo no rácio "donativos/militantes".

Outro factor a ter em conta, serão talvez as recentes alterações à Lei de Financiaento Partidário, mas essa análise, deixo-a para os especialistas na matéria.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O novo "Voto Útil"

A edição impressa do Público da passada terça-feira (não encontro o link para a notícia) procura fazer uma análise comparativa da evolução da votação (em termos relativos) de cada um dos principais partidos face às eleições europeias de 2004.

Uma das conclusões a que chega é a seguinte: o ganho percentual partido vencedor foi conseguido sobretudo à custa “dos abstencionistas de 2004, mais do que aos votos roubados ao PS”. O jornalista Nuno Simas chega a esta conclusão ao não conseguir estabelecer uma correlação directa entre os concelhos onde o PSD mais subiu em termos percentuais e aqueles onde o PS mais desceu.

Admitindo que esta conclusão é verdadeira (e não tenho motivos para duvidar dela) é interessante observar que houve muita gente que, numa situação normal não votaria nas eleições europeias, e que no Domingo se “deu ao trabalho” de ir votar e mostrar o seu cartão laranja avermelhado ao PS. Agora que o PSD venceu umas eleições quantos mais se sentirão motivados a fazê-lo, sabendo que o seu voto também é “útil” para derrotar o PS? Sabendo que o PSD representa uma verdadeira alternativa de poder?

Quantos se sentirão assustados pela perspectiva de a extrema-esquerda obter mais de 20% nas próximas legislativas e irão votar PSD (quando em princípio não votariam)? Como é óbvio este raciocínio também se aplica ao PS, ou seja, também ele colherá votos dos que se abstiveram e não o farão em Outubro, perante a perspectiva da esquerda radical alcançar os tais 20% dos votos…

Mas a verdade é que, pelo menos nesta perspectiva e, na medida em que foi o PSD quem ganhou as últimas eleições (com confortável margem de 5%), o verdadeiro voto útil é cada vez mais no PSD e não no PS. Menos um trunfo para o PS, embora este sempre conte com o frete das sondagens….

O PSD pode ainda e, seguindo a mesma linha de raciocínio do voto útil, ir buscar alguns votos ao PP (nem por acaso, e num intervalo que fazia na escrita deste post, um conhecido meu, filiado na JSD, comentou-me que votou no PP face à perspectiva – visível segundo as famosas “euro”sondagens - de Nuno Melo não ser eleito como eurodeputado e de não estar em causa a conquista de mais um eurodeputado por parte do PSD).

O PSD pode e deve cavalgar esta onda (desde quando se cavalgam ondas?...) de vitória. Deverá fazê-lo com humildade e não cometer o mesmo erro (bem descrito por Vitorino) que cometeu o PS, ao menosprezar os seus principais adversários nestas europeias. E que agora se encontra num beco sem qualquer tipo de saída possível para a tão “desejada” maioria absolutista.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Alegre: Chapeaux!

Manuel Alegre além de poeta revela dotes de excelente estratega político. E também de ter um enorme descaramento!

Então não é que decide ficar fora das listas do PS ao Parlamento e ao mesmo tempo fica no PS. Duma assentada, consegue:

1. resguardar-se da actividade parlamentar não correndo o risco de tomar posições que desagradem ao centro que necessita para vencer as presidenciais.

2. o mesmo tipo de não-intervenção se aplica à extrema-esquerda; não lhes dará razões para o não apoiarem pois não serão dele os votos que permitirão fazer passar orçamentos ou algumas medidas ditas "liberais" ou "capitalistas" do PS.

3. Consegue que os seus apoiantes do MIC tenham uns lugarzitos de deputados, ficando em maior dívida para com ele (aliás se não fosse Alegre, nem deles ouviríamos falar).

4. Permite-lhe continuar a alimentar o drama, o romance (escrito aliás pelo seu próprio punho) e assim ir emitindo umas opiniões aqui e ali, quando mais lhe convier!

É de se lhe tirar o chapéu. Venha daí esse charuto!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Anunciadas coligações

Por mais que as aparências façam crer o contrário, as eleições legislativas serão frutuosas em coligações: o Eng. Sócrates concorrerá coligado com o Dr. Manuel Alegre, ao passo que a Dra. Manuela Ferreira Leite irá a votos com o Dr. Passos Coelho.
Porque, sobretudo em tempos de crise, os interesses do País devem suplantar os interesses partidários e estes devem sobrepor-se aos interesses pessoais. Ou, dito de outro modo, os tempos de crise obrigam a engolir alguns sapos…
Ou será que alguém arrisca enfrentar sozinho o temporal?