A edição impressa do Público da passada terça-feira (não encontro o link para a notícia) procura fazer uma análise comparativa da evolução da votação (em termos relativos) de cada um dos principais partidos face às eleições europeias de 2004.
Uma das conclusões a que chega é a seguinte: o ganho percentual partido vencedor foi conseguido sobretudo à custa “dos abstencionistas de 2004, mais do que aos votos roubados ao PS”. O jornalista Nuno Simas chega a esta conclusão ao não conseguir estabelecer uma correlação directa entre os concelhos onde o PSD mais subiu em termos percentuais e aqueles onde o PS mais desceu.
Admitindo que esta conclusão é verdadeira (e não tenho motivos para duvidar dela) é interessante observar que houve muita gente que, numa situação normal não votaria nas eleições europeias, e que no Domingo se “deu ao trabalho” de ir votar e mostrar o seu cartão laranja avermelhado ao PS. Agora que o PSD venceu umas eleições quantos mais se sentirão motivados a fazê-lo, sabendo que o seu voto também é “útil” para derrotar o PS? Sabendo que o PSD representa uma verdadeira alternativa de poder?
Quantos se sentirão assustados pela perspectiva de a extrema-esquerda obter mais de 20% nas próximas legislativas e irão votar PSD (quando em princípio não votariam)? Como é óbvio este raciocínio também se aplica ao PS, ou seja, também ele colherá votos dos que se abstiveram e não o farão em Outubro, perante a perspectiva da esquerda radical alcançar os tais 20% dos votos…
Mas a verdade é que, pelo menos nesta perspectiva e, na medida em que foi o PSD quem ganhou as últimas eleições (com confortável margem de 5%), o verdadeiro voto útil é cada vez mais no PSD e não no PS. Menos um trunfo para o PS, embora este sempre conte com o frete das sondagens….
O PSD pode ainda e, seguindo a mesma linha de raciocínio do voto útil, ir buscar alguns votos ao PP (nem por acaso, e num intervalo que fazia na escrita deste post, um conhecido meu, filiado na JSD, comentou-me que votou no PP face à perspectiva – visível segundo as famosas “euro”sondagens - de Nuno Melo não ser eleito como eurodeputado e de não estar em causa a conquista de mais um eurodeputado por parte do PSD).
O PSD pode e deve cavalgar esta onda (desde quando se cavalgam ondas?...) de vitória. Deverá fazê-lo com humildade e não cometer o mesmo erro (bem descrito por Vitorino) que cometeu o PS, ao menosprezar os seus principais adversários nestas europeias. E que agora se encontra num beco sem qualquer tipo de saída possível para a tão “desejada” maioria absolutista.
Uma das conclusões a que chega é a seguinte: o ganho percentual partido vencedor foi conseguido sobretudo à custa “dos abstencionistas de 2004, mais do que aos votos roubados ao PS”. O jornalista Nuno Simas chega a esta conclusão ao não conseguir estabelecer uma correlação directa entre os concelhos onde o PSD mais subiu em termos percentuais e aqueles onde o PS mais desceu.
Admitindo que esta conclusão é verdadeira (e não tenho motivos para duvidar dela) é interessante observar que houve muita gente que, numa situação normal não votaria nas eleições europeias, e que no Domingo se “deu ao trabalho” de ir votar e mostrar o seu cartão laranja avermelhado ao PS. Agora que o PSD venceu umas eleições quantos mais se sentirão motivados a fazê-lo, sabendo que o seu voto também é “útil” para derrotar o PS? Sabendo que o PSD representa uma verdadeira alternativa de poder?
Quantos se sentirão assustados pela perspectiva de a extrema-esquerda obter mais de 20% nas próximas legislativas e irão votar PSD (quando em princípio não votariam)? Como é óbvio este raciocínio também se aplica ao PS, ou seja, também ele colherá votos dos que se abstiveram e não o farão em Outubro, perante a perspectiva da esquerda radical alcançar os tais 20% dos votos…
Mas a verdade é que, pelo menos nesta perspectiva e, na medida em que foi o PSD quem ganhou as últimas eleições (com confortável margem de 5%), o verdadeiro voto útil é cada vez mais no PSD e não no PS. Menos um trunfo para o PS, embora este sempre conte com o frete das sondagens….
O PSD pode ainda e, seguindo a mesma linha de raciocínio do voto útil, ir buscar alguns votos ao PP (nem por acaso, e num intervalo que fazia na escrita deste post, um conhecido meu, filiado na JSD, comentou-me que votou no PP face à perspectiva – visível segundo as famosas “euro”sondagens - de Nuno Melo não ser eleito como eurodeputado e de não estar em causa a conquista de mais um eurodeputado por parte do PSD).
O PSD pode e deve cavalgar esta onda (desde quando se cavalgam ondas?...) de vitória. Deverá fazê-lo com humildade e não cometer o mesmo erro (bem descrito por Vitorino) que cometeu o PS, ao menosprezar os seus principais adversários nestas europeias. E que agora se encontra num beco sem qualquer tipo de saída possível para a tão “desejada” maioria absolutista.
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