Em Portugal há um ditado sintomático: “Dizer a verdade como os malucos.” A sabedoria popular chama tolo a quem diz o que pensa e pensa o que diz. Essa foi a virtude e a tragédia de Marinho Pinto. No seu afã, esqueceu-se do essencial:
(1) só vale a pena denunciar os defeitos do sistema com o intuito de os poder corrigir;
(2) sem qualquer estratégia, as críticas tornam-se inconsequentes;
(3) aquele que quer travar todas as guerras ao mesmo tempo arrisca-se a nunca ganhar nenhuma. Marinho Pinto vale muito mais do que a maioria dos seus detractores. Mas enganou-se algumas vezes: no Freeport, onde, tal como o seu antecessor literário, confundiu Sócrates com a Dulcineia que aquele nunca foi.
A sua imolação vai deixar o País ainda mais igual a si próprio.
Sem comentários:
Enviar um comentário