sexta-feira, 15 de maio de 2009

Aviso Importante: "A crise ainda não acabou, vai continuar a afectar-nos"

Reproduzo aqui aos mais desatentos os avisos do Ministro das Finanças.

Vi os números do INE e ia já a caminho da Avenida do Dragão, de garrafa de champanhe numa mão e cachecol da Selecção na outra, festejar o fim da crise, quando o alerta de Teixeira dos Santos me trouxe de volta à realidade: Afinal, é melhor ter alguma cautela com os "eufóricos" indicadores de conjuntura e o andamento do PIB. -3,7% em termos homólogos no 1º trimestre de 2009, após -2% no 4º trimestre de 2008 não são ainda motivos para celebrar.

Hoje, no Jornal de Negócios:

O Governo apresentou uma previsão para uma queda na economia portuguesa de 3,4% em 2009. Sobre os sinais de alguma melhoria das condições económicas que se sentem, a nível internacional, Teixeira dos Santos afirmou que são sinais positivos, mas realçou não criemos ilusões a crise ainda não acabou e vai continuar a afectar-nos.


Para justificar uma previsão de taxa de desemprego anual inferior à do primeiro trimestre, Teixeira dos Santos afirmou que as medidas do plano anti-crise do Executivo estão já a ter impacto, não prevendo, por isso, medidas adicionais e afirmando que, nesta matéria, "é quase como no futebol, em equipa que ganha não se mexe".

6 comentários:

  1. Paulo,

    Tenho dificuldade em compreender como Teixeira dos Santos, com uma queda homóloga do PIB de 3,4% ainda acha que em termos anuais essa queda vai ser dos mesmos 3,4%...pelos vistos "fazem-lhe sinais" do exterior...

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  2. João,

    Infelizmente é fácil. Como sabes, a variação trimestral homóloga compara o valor com o registado no mesmo trimestre do ano anterior. As variação em cadeia (variação face ao trimestre anterior) em 2009 foram +0,2; +0,1; -0,4; -1,8. tendo caído já 1,5% no 1º Trimestre de 2009 face ao trimestre anterior, e estando já a variação em -3,7%, o Governo acredita que as variações nos próximos trimestres serão "parecidas" às do ano passado.
    Mesmo sendo um cenário que, neste momento, não é fácil visualizar nos dados disponíveis, incorpora já uma queda muito significativa.

    Cair 3,4% já é suficientemente mau para garantir um "annus horribilis". Vê que as previsões para a Europa são piores, mas porque as taxas de crescimento recentes foram elevadas, ao contrário das nossas.

    Se ao olhar para o gráfico do PIB na primeira página do destaque do INE (http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=56472593&DESTAQUESmodo=2) vais ver nem vale a pena discutir se cai mais ou menos que 3,4%...

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  3. Há outras medidas anti-desemprego para além da criação de estágios remunerados (e comparticipados com fundos europeus)? Apesar de reconhecer a sua notória eficácia quer a camuflar o número de desempregados quer a aliviar o parco orçamento da Segurança Social...

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  4. Carlos,
    Estou-me agora a lembrar duma medida: nacionalizar todas as empresas e contratar todos os desempregados. Que tal?

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  5. Ou, refinando ainda mais, nacionalizando os desempregados. Quanto às empresas, depois logo se vê

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  6. Mas se quiseres discutir possíveis medidas para combater o desemprego, diria que isso só pode ser atingido via indirecta, ou seja, com dedidas como a criação de condições para manter as PME's com viabilidade em funcionamento e incrementar níveis de actividade com investimento público inteligente.
    O plano francês é um bom exemplo de comprometimento político com a recuperação da economia, com uma transparência bastante elevada e um ministro responsável: Patrick DEVEDJIAN : ministre chargé de la mise en œuvre du plan de relance.

    Só que lá, em vez de se andar para aí a tentar perceber se os programas de regularização de dívidas do Estado surtiram algum efeito prático (entenda-se, pagar), implementa-se medidas para AUMENTAR OS ADIANTAMENTOS AOS FORNECEDORES.

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