segunda-feira, 18 de maio de 2009

Com presidentes assim...

Para Luís Amado (referindo-se ao Eurojust), "cabe à organização, ela própria, verificar em cada circunstância e em cada momento se estão ou não reunidos os requisitos para que um determinado titular se mantenha em funções". Vale a pena ler o resto da sua declaração, para perceber que no meio de tanto palavreado acaba por alcançar o seu objectivo: não dizer absolutamente nada.

Confesso que começo a ter dificuldade em compreender como é possível termos chegado a este ponto em Portugal...mas como diz Helena Matos, neste país o que nao pode ser já é...

Vamos lá ver se nos entendemos:
- Lopes da Mota é presidente do Eurojust, um organismo da UE destinado a combater o crime organizado no espaço europeu;
- Lopes da Mota é alvo de um processo disciplinar aberto pela PGR, por fundadas suspeições de pressões exercidas sobre os magistrados responsáveis pela investigação do caso Freeport;
- Lopes da Costa foi secretário de estado da justiça num governo do partido ao qual pertence um dos principais suspeitos para as autoridades inglesas do caso Freeport, apelidado de corrupto por Charles Smith (estou a falar no primeiro-ministro, sim);
- Lopes da Costa admitiu ao semanário SOL, que utilizou indevidamente os nomes de Sócrates e de Costa;

E vergonha, não?

Quanto ao Eurojust, é caso para perguntar: com presidentes assim, quem precisa de se preocupar com o crime organizado?

Adenda: o Lopes da Costa foi involuntário, mas veio mesmo a calhar, não foi? :-)

1 comentário:

  1. A intervenção de Luis Amado veio mesmo a calhar.

    O assunto das denunciadas pressões de Lopes da Mota é cada vez mais um "negócio estrangeiro"!

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