Como é sabido,
Obama levantou o embargo imposto em 2001 por George W. Bush em nome da "promoção da cultura da vida", que impedia o recurso a embriões “excedentários” disponíveis em clínicas de fertilidade em experiências científicas. Segundo a imprensa, a comunidade científica americana (desconhecia o facto de a comunidade em questão ter nomeado um porta-voz...), recebeu com entusiasmo a notícia, que aliás fazia parte do pacote de mudanças prometido por Obama durante a sua campanha eleitoral.
Grande medida a favor do progresso científico! Será mesmo?
Não me vou alongar neste texto acerca das fantásticas perspectivas que se abrem à investigação científica, em particular para a medicina regeneradora, mas sim da necessidade ou não de utilizar embriões “excedentários” neste tipo de investigação (que necessariamente obriga à “destruição” de ditos embriões, leia-se á morte de seres humanos nos primeiros dias do seu desenvolvimento). Se não são seres humanos, o que são? Se há dúvidas (para quem as quiser ter), há que actuar então com prudência e não pôr em risco essa mesma “hipótese” de ser humano. Com dizia há dias um conhecido meu, se algum de nós, conduzindo o seu automóvel se deparar à sua frente com algo que não sabe bem o que é, se um moribundo coberto por uma manta, se apenas um monte de trapos, com certeza que não lhe passará por cima e, se tiver um pingo de humanidade parará de forma a saber se algum modo pode ajudar!
Sem dúvida paradoxal a sociedade em que vivemos, que se manifesta contra as touradas ou os abusos aos ratinhos utilizados em experiências científicas e, que ao mesmo tempo, apelida embriões humanos de excedentários!
Perguntará o leitor: mas você despreza então, todos os potenciais benefícios, as vidas que se salvarão com base na investigação com recurso a células estaminais? A resposta é obviamente não!
As fontes de células estaminais, até agora individuadas, são:
1 o embrião nas fases iniciais do seu desenvolvimento
2 o feto
3 o sangue do cordão umbilical
4. vários tecidos do adulto (a medula óssea, o cordão umbilical, o cérebro, o mesenquima de vários órgãos, etc.) e
5 o líquido amniótico.
Em primeiro lugar e, como se pode verificar, não é obrigatório o recurso a embriões.
Em segundo lugar e, não menos importante, o recurso a terapias com base em células-mãe fetais envolve um maior risco do que as terapias com recurso a células estaminais retiradas, por exemplo, do sangue do cordão umbilical. De acordo com a
The Coalition of Americans for Research Ethics (será que de acordo com o critério dos media faz parte da comunidade científica americana?...), as células estaminais adultas tem já um track-record de experiências bem sucedidas na cura de doenças como leucemia e cancros relacionados com problemas ósseos e sanguíneos.
Depois de disparates como, um
plano de recuperação económica irracional ou os
disparates no protocolo na recepção a Gordon Brown, é caso para afirmar Obama é quem se está a revelar o verdadeiro excedentário.
1. http://article.nationalreview.com/?q=ZjliNTUwNjgzNmE1OWU3MTg1OGE3ZjE5ZjM5YzEwNjc
2. http://www.nature.com/stemcells/2007/0710/071011/full/stemcells.2007.100.html
3. http://www.sciencedaily.com/releases/2009/02/090217212253.htm