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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O que não faz parte (e deveria fazer) dos programas eleitorais

O principal mérito do programa eleitoral do PSD é, tal como afirma Maria José Nogueira Pinto – candidata a deputada pelo PSD – o facto de “ser feito para o País que temos e com vista ao País que queremos e não, apenas, para conquistar votos. Este é, aliás, um dos raros programas que ousou ter um fio condutor, um pano de fundo valorativo. E é neles que se escora a sua coerência intrínseca.”

Notam-se os resultados da audição alargada da sociedade civil que teve lugar principalmente através do Fórum Portugal de Verdade, mas também por intermédio de contributos de empresários, de quadros da Administração Pública e de cidadãos anónimos (os anónimos aqui não é uma referência velada a todos os que com medo de represálias do PS tiveram medo de assumir publicamente a sua participação no programa…).

Ainda que estejamos perante um bom programa de governo, ainda persiste um erro comum a todos os partidos políticos, que é o de pensarem (ou, pelo menos, parecer que pensam...) que a sua acção é o mais importante, o decisivo, na evolução económica, social e cultural da sociedade.
Este erro encontra-se mais difundido entre os que possuem uma visão estatizante da sociedade, entre os que não se coíbem de se intrometer na esfera privada dos cidadãos, entre os que mais atacam a liberdade sob o falso pretexto de a defenderem, no final de contas entre os que têm uma visão socialista e colectivista da organização económica e social e olham para a pessoa apenas como mais uma peça da sua dialéctica materialista, sob cujo prisma olham para o mundo.
Não obstante, no centro-direita encontramos, ainda que em muito menor grau, influências deste visão errada sobre o que é (ou deve ser) o livre e sustentado desenvolvimento da sociedade.
Onde quero chegar é ao seguinte ponto: qualquer programa de governo faria muito mais por todos nós se começasse por umas palavras (ainda que com maior arte) do género:

“temos consciência de que o mérito (mas também o demérito) do crescimento económico, do combate à corrupção, da descida da taxa de desemprego, pertence em maior grau aos cidadãos do que ao estado. Faremos o que estiver ao nosso alcance para alterar alguns hábitos e a mentalidade com que a população portuguesa, de quem tanto nos orgulhamos, encara o trabalho e a vida empresarial. Tentaremos, através duma pedagogia do exemplo, promover uma cultura de meritocracia, de trabalho árduo e de participação cívica. Sabemos, no entanto, que a grande responsabilidade de fazer “avançar Portugal” pertence aos portugueses e não aos seus representantes, que são apenas e só isso mesmo, representantes.”

Como responderiam Sócrates e os assessores de Obama?