sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Para uma República dos Bananas


Tempos houve em que a palavra corrupção era dita em surdina e a sua prática levada a cabo com alguma moderação e recato; em que a mesma não passava pelos gabinetes ministeriais e de altos quadros públicos, ficando-se pelos funcionários e quadros intermédios; em que não se dispunha da res publica como se fosse privada, nem das empresas privadas como se fossem públicas; em que os meios de comunicação eram aliciados com pedidos e não vítimas de pressões; em que alguns assim tentavam transformar o País numa República das Bananas, mas o País lá ia reagindo e insurgindo-se.

Os tempos mudaram: perdeu-se o recato, perdeu-se a vergonha, perdeu-se o medo ao País e instalou-se o sentimento de impunidade. E, ainda que feito "às claras" ou dito à "boca cheia", outros vão fazendo com que nada tenha sido visto ou escutado...

Com tanta mudança, o País ainda está atordoado e sem reacção. Mas desenganem-se os que o julgam já convertido numa República dos Bananas. Ou não tivesse o País uma espécie de contabilidade karmica.

1 comentário:

  1. Nos últimos tempos têm surgido vários casos de justiça envolvendo figuras extremamente conhecidas e com grandes responsabilidades no país. Caso ‘Casa Pia’, caso ‘Portucale’, caso ‘Submarinos’, Caso ‘Apito Dourado’, Caso ‘BPN’, Caso ‘BPP’, Caso ‘BCP’, Caso ‘Freeport’ ou Caso ‘Face Oculta‘ são os mais conhecidos exemplos.

    O que dizem, desde logo, as tais figuras envolvidas? “estou inocente, confio na justiça e provarei que estou inocente”.
    O que fazem, desde logo, as tais figuras envolvidas? Fogem, tentam destruir provas, e proferem afirmações tentando descredibilizar as autoridades policiais e a justiça.
    O que acontece no final? O caso é arquivado por falta de provas, ninguém é condenado ou ilibado e a dúvida continua a pairar no ar.

    Ora, se estes senhores confiam tanto na justiça como dizem, não seria normal refutarem todas as provas contra si, prestarem todas as declarações a seu favor, colaborarem com as autoridades, e não pressionarem a justiça. Para que esta conseguisse levar o processo até ao fim e provar (ou não) que de facto eles estavam inocentes?

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