quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A verdade da mentira

O Governo tem razão: apenas três semanas volvidas do início da execução do Orçamento de Estado para 2009 não podiam determinar a apresentação de um Orçamento rectificativo. O Orçamento de Estado ontem apresentado no Parlamento é, sem dúvida, suplementar.
Os orçamentos rectificativos são reservados aos Governos incautos e incapazes, àqueles que não lograram controlar as derrapagens orçamentais.
Porém, este Governo não erra: é impotentemente apanhado pelos erros dos outros, pela constante alteração dos indicadores macroeconómicos, pelo acentuar da crise internacional.
E tamanha imprevisibilidade vai obrigar o Governo a uma inevitável apresentação de outros Orçamentos suplementares (que não claramente "rectificativos"), com uma periodicidade talvez mensal.
Assim, em ano de eleições, teremos um reforço no calendário inaugural: às "velhas" escolas, estradas, quartéis de bombeiros e unidades fabris, irão acrescer e multiplicar-se os novos Orçamentos suplementares... Determinados, claro está, por factos imprevisíveis e completamente alheios ao Governo...
Ora, um Governo pode ter por hábito esquecer o "povo", mas não devia cair na tentação de desprezar as suas máximas. É que é possível "enganar todas as pessoas durante algum tempo; pode-se até enganar algumas pessoas durante o todo tempo; mas não é possível enganar todas as pessoas durante o todo tempo"!
E os enganos políticos, ainda que alheios, em momentos eleitorais costumam ter um preço...

1 comentário:

  1. Aparentemente a produção de Orçamentos Suplementares não é uma particularidade deste Governo. Acabei de saber que o presidente da Câmara do Cartaxo também apresentou um "pacote anti-crise".

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