quarta-feira, 14 de abril de 2010

É a moda da tributação das mais-valias em bolsa

Numa das primeiras fases de privatização da EDP, ainda as acções valiam contos, aderi àquilo a que se chamou capitalismo popular. Vendi essas acções passado pouco tempo, com mais-valias, pelo que teria que englobar esta operação na declaração de IRS.
Era ainda o tempo em que o funcionária das finanças tinha a obrigação de verificar se estava tudo bem. Depois da verificação disse-me a senhora funcionária:
- estou convencida que o Sousa Franco (o ministro das finanças à data) lhe vai dar uma medalha pois deve ser o único que declara mais-valias bolsistas, ou não vigorasse em Portugal o segredo bancário.
Tudo isto para dizer que me parece pelo menos igualmente importante garantir a real tributação das mais valias, o que poderia passar pela obrigação dos bancos reterem a taxa liberatória, como aliás se faz nos depósitos a prazo. E imagino ainda que haja processos mais elegantes de fazer as coisas.
Mais uma vez é uma grande medida da esquerda, que é séria porque os impostos serão pagos pela (pouca) gente séria!

PS: Não sou contra o aumento da taxa para 20%

1 comentário:

  1. O Governo previa inicialmente implementar esta medida apenas no inicio de 2011, mas decidiu agora que não vai esperar.
    Considerando que a lei não vai ter efeitos retroactivos (se bem que não seria a primeira vez que o actual ministro faria isso...), basta efectuar compras e vendas dos activos detidos à mais de um ano, para resolver o "problema" das mais-valias, ou seja, o ganho fiscal, na prática, resume-se às potenciais valias que ocorrerão daqui a um ano.

    Então porquê a pressa? Talvez para abafar a iniciativa que por acaso partiu do Bloco de Esquerda, e aparecer como o "eliminador da injustiça fiscal".

    Fico muito satisfeito pelo fim desta isenção fiscal, não só porque a sua manutenção não faz qualquer sentido, mas porque é menos um assunto para ouvir o Louçã vociferrar contrra oz verrrgonhosos lucroszz dos grrrandes capitalistas.

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