sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Pare, escute e olhe

O Carlos discorda do que escrevi acerca de um eventual raciocínio de Cavaco à hora de ponderar a convocação de eleições antecipadas.

Admito que a sua perspectiva seja a mais correcta. Eu próprio prefiro que o Presidente da República cumpra a sua função adoptando uma postura institucionalista. Ao descrever (de um modo exagerado, sem dúvida) qual seria um dos pensamentos que passaria pela cabeça de Cavaco neste momento pretendia chamar a atenção para o facto de que este deve também ser pragmático nas suas decisões. Pois, se se limitar a destituir (não sei é esta a expressão correcta, mas para o caso é indiferente) Sócrates das suas funções, a probabilidade de este se recandidatar e vencer de novo as eleições é bastante elevada.

Ficaríamos assim com um Presidente que é "institucionalista", o país novamente nas mãos de Sócrates e uma reeleição cada vez mais difícil para o Professor Cavaco.
Ou seja, se é verdade que o Presidente da República não se deve deixar guiar por critérios meramente pragmáticos ou eleitorais, também é verdade que não deverá deixar de os integrar nos seus algoritmos de decisão.
E em política saber esperar também é uma virtude; e para Sócrates, quanto mais o tempo passa, mais são os rabos de palha…

Outro aspecto para o qual procurava chamar a atenção - e em relação ao qual admito que a história um dia faça justiça - é que entendo que cada dia que passa, a percepção que os portugueses têm do chuto que Sampaio (com a enorme ajuda da imprensa) deu em Santana, foi um erro crasso e cujas verdadeiras motivações nos suscitam cada vez mais dúvidas.

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