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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Onde estão os outros 24.497 ?

Curioso fenómeno este, o da imposição de um TGV.

Se repararmos, quando existe gente interessada num novo hospital, numa nova auto-estrada, numa nova escola, numa nova linha de autocarros, ou algo do género, é comum assistirmos à criação da associação de utentes, a directos no Telejornal da RTP, a manifestações de multidões inflamadas por considerarem que existe algum direito fundamental cujo acesso lhes está a ser vedado. Tenham ou não razão, ficamos a saber que existem interessados (por vezes milhares) nessas infra-estruturas.

Em relação ao TGV, o mesmo já não acontece, ou então sou eu que ando distraído. É que, apesar de a RAVE andar a fazer campanha pelo PS, não vislumbro quaisquer interessados/futuros utentes (para além de Lino, Ricardo Salgado e Jorge Coelho - e estes nem sequer dizem que vão utilizá-lo...), na construção do TGV. Afinal de contas, onde estão os outros 24.497 utilizadores diários previstos por Mário Lino?

Alguns poderão apontar este facto, como uma falha de comunicação dos assessores de José Sócrates. Mas eu sei que não é isso que se passa. Afinal, diz que o PS tem tudo pensado e já se dirigiu a uma escola de Castelo de Vide para contratar uns quantos alunos para se manifestarem a favor do TGV! Para além disso, Sócrates conta ainda tirar partido da relação privilegiada que mantém com os estivadores portugueses e conta juntá-los às imagens dos alunos da dita escola! Estava tudo previsto.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O TGV e as viagens de negócios

Voltando ao debate sobre o TGV Lisboa-Madrid, gostaria de voltar a chamar a tenção para uma tendência que se observa no mundo empresarial e que tem obviamente um enorme impacto no número de passageiros: o declínio no número de viagens de negócios.

Os números não enganam: o número de passageiros que viajaram em business ou first class no primeiro semestre de 2009 diminui 17% em todo o mundo e as respectivas receitas 20% (fruto de agressivas campanhas comerciais) face a igual período de 2008.

Alguns poderão argumentar que se trata apenas dos efeitos da actual crise e que dentro de alguns meses esta tendência inverter-se-á. Infelizmente as empresas não estão de acordo.
De facto, multinacionais como a Procter & Gamble, a HP ou a Cisco incentivam os seus funcionários a que aproveitam cada vez mais as vantagens dos avanços tecnológicos como, por exemplo, a video-conferência ou a "tele-presença".

Estamos, de facto, perante um declínio estrutural no número de viagens de negócios.

Este factor já foi antes aqui referido no blog. Na altura tratava-se de uma percepção pessoal e profissional. O artigo da The Economist parece que vem dar razão a todos os que consideram o investimento no TGV Lisboa-Madrid como incerto no que diz respeito à sua rentabilidade, quer económica, quer social.

Como é óbvio não é razoável esperar que em 2030, o número de passageiros diários entre Lisboa e Madrid seja de 24.500, ou seja, apenas 600% acima do tráfego aéreo observado entre as duas capitais no primeiro quadrimestre de 2009...

E também não á razoável esperar que o tráfego Lisboa-Madrid equivala a 83% do tráfego diário Lisboa-Porto. Convenhamos que, apesar de tudo, o eixo Lisboa-Porto está "ligeiramente" mais integrado do que o Lisboa-Madrid...

Sim, já sei que há que ter em conta factores não directamente mensuráveis como, por exemplo, o custo da não existência deste eixo ferroviário de alta velocidade. E sim, é verdade que, como escrevia Pedro Guerreiro há cerca de um ano, a economia não são só finanças.
Mas se estes factores sociais, políticos, económicos mas não directamente mensuráveis, podem servir de justificação para este investimento, o mínimo que podemos pedir é que o governo não nos inunde com projecções irrealistas.

Pelo que me apercebo já faltou mais para que Sócrates, Lellos, Linos, Silveiras e companhia, venham acusar de "forças de bloqueio" quem afirme que é duvidosa a possibilidade de integrar o novo Porto de Lisboa com o TGV, no sentido de fomentar o transporte marítimo de mercadorias entre São Bento e La Moncloa...

terça-feira, 7 de julho de 2009

A ler: TGV

A propósito das grandes obras públicas, o economista Luis Cabral afirma :

"Democracias como a nossa — em que o governo normalmente domina o Parlamento e todo o aparelho de Estado — revelam um desequilíbrio perigoso: a tendência dificilmente controlável para a grande obra pública"

Ler o resto do texto aqui.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Logo à noite há reunião...

Mario Lino não sabe se a adjudicação do troço Poceirão-Caia, inicialmente prevista para Julho, irá ocorrer antes ou depois das eleições legistativas.

Não deixa de causar alguma estranheza esta súbita incerteza do Governo que ainda há poucos dias atrás, estava decidido a avançar a todo o gás com o TGV.

Será que a reunião de logo à noite da Comissão Política do PS tem alguma coisa a ver com estas repentinas dúvidas existenciais?

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Grandes obras públicas: se isto não é irreponsabilidade, então não sei o que será...

A concretizarem-se as previsões do FMI a que faz referência a Dulce Gomes, estaremos perante um cenário no mínimo dramático. 600.000 desempregados!

Não sou dos que dizem que a culpa da crise é do governo. Terá a sua quota-parte de culpa, pois em vez de preparar o país para enfrentar a realidade que se adivinhava, preocupou-se mais em distribuir Magalhães (que muitos alunos já não sabem onde param), a fechar maternidades e a pagar abortos, a fazer frente aos professores, a levar a cabo práticas de desorçamentalização, a deixar cada vez mais falidas as empresas de transporte público (CP, Metro do Porto; Carris, etc), a gastar dezenas de milhares de euros em operações triunfo, etc, etc.

Não percebo como pode o Governo andar para aí a lançar concursos para obras faraónicas, quando nos próximos anos terá de fazer um esforço financeiro enorme para apoiar os mais desfavorecidos. Se isto não é irresponsabilidade, então nao sei o que será...

Mas como na altura de pagar a factura, os actuais governantes desempenharão já cargos de topo no sector empresarial (na construção de preferência, e não será na função de trolhas, embora fosse o mais adequado para as suas capacidades técnicas...), quem vier que apague os fogos.

P.S. - Como é óbvio não é mínha intenção ofender quem tem a profissão de trolha, pela qual tenho o maior respeito.