Finalmente tive algum tempo para ler o “Mudar” de Pedro Passos Coelho.
Alguns aspectos do livro não me agradaram; entre os quais, a quantidade excessiva de generalidades ou o já repetitivo esforço posto por Passos Coelho em transmitir uma imagem de “homem culto”, de “humanista” ou de alguém com imensa experiência de vida – patente, por exemplo, no próprio estilo literário - que soam a falso. Mas como digo, trata-se de impressões e admito por isso, estar a ser injusto e não ser essa a sua intenção.
Mas, a verdade é que entre muita “palha”, encontram-se algumas ideias/propostas muito concretas e bastante positivas como, por exemplo, a possibilidade da introdução dos círculos uninominais, a possibilidade de candidaturas de grupos de cidadãos em eleições legislativas, o repensar as grandes obras públicas, o acabar com as leis cozinhadas nos gabinetes de assessores, a submissão a análise prévias e sucessivas de impacto económico, administrativo e social das leis mais importantes, entre muitas outras.
Parece-me que em relação ao tema da educação, Passos Coelho, fica um pouco pela rama; faz um diagnóstico mais ou menos correcto, explicita alguns princípios verdadeiros, mas evita ser muito concreto nas suas propostas.
E ao, dizer que “Não sou dos que partilham a ideia passadista de que o País está pior em, em matéria de educação. Não está. Portugal melhorou porque há muito mais gente que não tinha sequer contacto com estes saberes, e hoje tem. Mas quanto ao desempenho daqueles que estão dentro do sistema, esse desempenho não melhorou proporcionalmente ao investimento realizado.”
Ora, fica mal apelidar de passadista a visão dos que consideram que o ensino piorou; posso pensar que o ensino piorou e ter uma visão “futurista” ou “modernista”, o que aliás Passos Coelho tanto tenta ser. Por outro lado, refutar a hipotética perda de qualidade de educação com – apenas – o aumento do número dos que a ela têm acesso é claramente pouco consistente…
Em termos mais gerais, creio que a visão de Passos Coelho padece de um problema comum a praticamente todos os políticos (e à população em geral), que é o de acreditar que o estado dispõe de um poder reformador/influenciador superior ao real. Esta falácia nota-se especialmente no capítulo que o livro dedica à “Nova Competitividade” (só o nome já assusta… terá sido escrito com base nos twitts/máximas do Jaime Quesado?...). Já abordei esta questão aquando da apresentação dos programas eleitorais nas legislativas de Setembro passado e continuo a ser da mesma opinião.
É bem verdade que, caso seja eleito primeiro-ministro – hipótese que não me agrada em demasia, mas cada vez mais realista – Pedro Passos Coelho terá muita dificuldade (por limitações suas e outras do próprio sistema político, vejam-se os apoios que tem recolhido…) em pôr em prática todas as propostas que apresenta. Mas verdade seja dita, não têm fundamento as acusações que lhe são dirigidas no sentido de o seu livro não apresentar propostas concretas; poderiam ser mais, claro que poderiam (neste aspecto Marques Mendes no “Mudar de Vida”, vai mais longe), mas quanto mais propostas apresentasse, mais longe ficaria dos objectivos por si próprio traçados.
E, tendo em conta o nosso panorama político e o modo como os nossos políticos têm sido capazes de expor a sua visão para o país, este livro é do melhor que se tem feito em Portugal.
Alguns aspectos do livro não me agradaram; entre os quais, a quantidade excessiva de generalidades ou o já repetitivo esforço posto por Passos Coelho em transmitir uma imagem de “homem culto”, de “humanista” ou de alguém com imensa experiência de vida – patente, por exemplo, no próprio estilo literário - que soam a falso. Mas como digo, trata-se de impressões e admito por isso, estar a ser injusto e não ser essa a sua intenção.
Mas, a verdade é que entre muita “palha”, encontram-se algumas ideias/propostas muito concretas e bastante positivas como, por exemplo, a possibilidade da introdução dos círculos uninominais, a possibilidade de candidaturas de grupos de cidadãos em eleições legislativas, o repensar as grandes obras públicas, o acabar com as leis cozinhadas nos gabinetes de assessores, a submissão a análise prévias e sucessivas de impacto económico, administrativo e social das leis mais importantes, entre muitas outras.
Parece-me que em relação ao tema da educação, Passos Coelho, fica um pouco pela rama; faz um diagnóstico mais ou menos correcto, explicita alguns princípios verdadeiros, mas evita ser muito concreto nas suas propostas.
E ao, dizer que “Não sou dos que partilham a ideia passadista de que o País está pior em, em matéria de educação. Não está. Portugal melhorou porque há muito mais gente que não tinha sequer contacto com estes saberes, e hoje tem. Mas quanto ao desempenho daqueles que estão dentro do sistema, esse desempenho não melhorou proporcionalmente ao investimento realizado.”
Ora, fica mal apelidar de passadista a visão dos que consideram que o ensino piorou; posso pensar que o ensino piorou e ter uma visão “futurista” ou “modernista”, o que aliás Passos Coelho tanto tenta ser. Por outro lado, refutar a hipotética perda de qualidade de educação com – apenas – o aumento do número dos que a ela têm acesso é claramente pouco consistente…
Em termos mais gerais, creio que a visão de Passos Coelho padece de um problema comum a praticamente todos os políticos (e à população em geral), que é o de acreditar que o estado dispõe de um poder reformador/influenciador superior ao real. Esta falácia nota-se especialmente no capítulo que o livro dedica à “Nova Competitividade” (só o nome já assusta… terá sido escrito com base nos twitts/máximas do Jaime Quesado?...). Já abordei esta questão aquando da apresentação dos programas eleitorais nas legislativas de Setembro passado e continuo a ser da mesma opinião.
É bem verdade que, caso seja eleito primeiro-ministro – hipótese que não me agrada em demasia, mas cada vez mais realista – Pedro Passos Coelho terá muita dificuldade (por limitações suas e outras do próprio sistema político, vejam-se os apoios que tem recolhido…) em pôr em prática todas as propostas que apresenta. Mas verdade seja dita, não têm fundamento as acusações que lhe são dirigidas no sentido de o seu livro não apresentar propostas concretas; poderiam ser mais, claro que poderiam (neste aspecto Marques Mendes no “Mudar de Vida”, vai mais longe), mas quanto mais propostas apresentasse, mais longe ficaria dos objectivos por si próprio traçados.
E, tendo em conta o nosso panorama político e o modo como os nossos políticos têm sido capazes de expor a sua visão para o país, este livro é do melhor que se tem feito em Portugal.
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