quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Era expectável

Meus caros, quer queiramos quer não, este resultado eleitoral era expectável por todas e mais algumas razões. A esquerda posiciona-se para mais uns tempos de (des)governação com a agravante de se tratar de (des)governação em "part-time" uma vez que serão necessários alguns pactos para que algumas decisões passem em AR. O Sr. Presidente não costuma dar ponto sem nó e estas declarações aparentemente patéticas ou imperceptiveis serão, quiçá, o prenúncio de que o Sr. Sócrates e restante pandilha estarão a prazo. Ao PSD resta ter juizo e começar a preparar-se para daqui a dois anos. Ou talvez menos.

Enquanto escrevo estas linhas assisto ao debate para a CM Porto. Constato o nervosismo, a mediocridade das posições de Elisa Ferreira e a sua costela de peixeira (com o devido respeito à profissão). No meio de algum esterismo pueril chegou ao cúmulo de referir que só ela e Rui Rio terão hipótese de ganhar! É verdade, mas dizê-lo num debate entre os 5 candidatos é, no minimo, boçal!

Peripatética *


Há muito tempo que as reacções de Ana Gomes são patéticas e há muito tempo, praticamente desde que é dirigente do PS, que os portugueses têm uma paciência de santo para a aturar. Esta é mais uma reacção ao nível a que nos habituou a todos. Peripatética.

* Paulo Pinto Mascarenhas, no 31 da Armada

Recados ao partido da oposição



Após a comunicação de ontem à noite, proferida por sua Excelência o Presidente da República, o Professor Doutro Cavaco Silva, somos levados a reconhecer que o moço de recados se arrisca a perder o emprego por extinção do posto de trabalho...

Muitas têm sido a vozes que se têm levantado contra o conteúdo da mensagem proferida pelo Presidente: que não esclareceu as dúvidas dos portugueses, que não respondeu a perguntas dos jornalistas, que deixa dúvidas no ar, que se contradisse, que bebeu um copo de água a meio do discurso, etc, etc.

Gostaria de fazer dois comentários em relação a estas acusações.

Em primeiro lugar e, ao contrário do que os mais ingénuos possam pensar, Cavaco Silva não falou para os portugueses nem para os jornalistas: falou quase exclusivamente para o PS. Com maior ou menor sucesso, tentou passar a mensagem de que não se deixa vencer facilmente e que o combate está a meio, ainda que desta vez tenha sido ele a ir ao tapete. Falou ainda para o PSD, tentando dizer que não é ele o principal responsável pela derrota nas legislativas como alguns opinam. Não sei se foi ou não, mas penso que este discurso e, tendo em conta as acusações feitas a José Sócrates, deveria ter sido feito durante a campanha eleitoral. Ou será que os portugueses só têm direito a saber que estão a ser manipulados pelo primeiro-ministro depois de o voltarem a eleger?

Em segundo e, para os que se queixam de Cavaco não ter esclarecido o que era necessário esclarecer, concordo com a queixa mas não com a surpresa. Se Cavaco fosse transparente, se manifestasse em público tudo o que pensa, provavelmente não seria Presidente (lembro a constante recusa de Cavaco, durante a campanha presidencial, em responder à questão da eventual promulgação de uma lei que liberalizasse o aborto).
Se imperasse a lógica do esclarecimento, José Sócrates nunca teria sido primeiro-ministro e, muito menos, reeleito. Entendo que muitos sofrem de memória selectiva pois não demonstram tal estupefacção quando assistem aos debates/comícios quinzenais de José Sócrates na Assembleia da República. Nem sequer se lembram dos debates televisivos de há escassas semanas ou das entrevistas aos órgãos de comunicação social (por exemplo a dada a Maria Flor Pedroso).

Consta que havia entre os candidatos a primeiro-ministro uma senhora que respondia ao que lhe perguntavam, que dizia o que pensava e que ousava dizer a verdade. Consta também que foi a única que foi enxovalhada em plena praça pública com a ajuda dos “cães” do costume. São os mesmos que vêm agora acusar Cavaco de não ter esclarecido tudo o que havia por esclarecer. Mas escolhemos o circo e é circo que vamos ter.


Recados ao Partido do Governo


O Presidente da República não veio esclarecer factos. Veio partilhar os seus estados de alma.

À azia presidencial provocada pelas declarações e manipulações de “destacadas personalidades do partido do Governo” ripostou Pedro Silva Pereira com a total liberdade e autonomia dos deputados do Partido Socialista nas opiniões políticas que emitem.

Os recados do Presidente da República não se dirigiam, porém, ao Partido Socialista, antes ao Partido do Governo, que, assim entendidos, incumbiu o ainda Ministro da Presidência da reacção oficial.

Sem querer condicionar (muito) a composição politico-partidária da Assembleia da República, o PR não quer agora descurar a formação e "actuação" do futuro Governo. Quis deixar avisos à navegação e antecipou tempestades a uma eventual tripulação de marinheiros de água doce. Tudo a bem da cooperação institucional e dos superiores interesses do País.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Nulidades legislativas *


Lei da paridade conseguiu que … existam menos mulheres no novo parlamento.

PS, partido proponente da lei, reduz a metade «quota» de eleitas.

* Gabriel Silva, no Blasfémias

Demi-cracia


Os votos expressos nas legislativas de domingo por 35 eleitores de Vilar de Mouros em boletins que eram referentes às eleições para o Parlamento Europeu foram considerados válidos
.

Eram boletins de voto quase como os outros;

Estavam praticamente todos os partidos representados (com excepção do PND e do PPV);

Só aconteceu com 35 eleitores;

Passou-se numa pequena terra que só é conhecida pelo seu festival de Verão.

Afinal, o traço essencial da democracia é ser esta o governo do povo, pelo povo e para o povo... mas não de todos, por todos ou para todos.

Quase poderia ter uma leitura cabalística...


Ao googlar "CNE" imediatamente a seguir ao site da Comissão Nacional de Eleições aparece o do Corpo Nacional de Escutas...

E ainda há quem diga que as escutas não tiveram influência no resultado eleitoral...

Entretanto aguardamos serenamente pela mensagem do Senhor Presidente da República ao país.

O que dirá João Marcelino destas crónicas?


"A consequência deste resultado, que nem é carne nem peixe, é que Sócrates vai ter que demonstrar que sabe governar em minoria (maioria absoluta com outro partido, só se ele for de direita), o que, tendo em conta o seu perfil psicológico e a sua acção nos últimos quatro anos, é como pedir ao Conde Drácula para se dedicar aos sumos naturais".

João Miguel Tavares no DN de hoje

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Ironias do destino II


Ao "Sei o que fizeste no Verão passado" de Sócrates responde agora Portas com um "Sei o que vais fazer nas próximas estações"

Ironias do destino

José Sócrates, com a sua reconhecida coerência de princípios e manifesta profundidade ideológica, depois de ter adjectivado o jornalismo da TVI e de Manuela Moura Guedes de "jornalismo travestido", não admitirá qualquer tipo de sugestão no sentido de formar uma coligação com o fundador do pasquim "O Independente". De certeza abosluta.

Phone-ix


Durante dias especulou-se: a quem telefonará Sócrates após as eleições?

A noite eleitoral acabou por revelar que todos os demais números ficaram “fora de serviço” e que a agenda socialista ficou reduzida a um único contacto, lá para os lados do Caldas.

Na última legislatura foram necessários alguns meses para se perceber que o mesmo Sócrates que se havia exibido à esquerda governava, afinal, à direita. Já os resultados de ontem goraram qualquer perspectiva ilusória que o eleitorado tradicional socialista ainda acalentasse.

E desenganem-se os que perspectivam pontuais flirts para aprovação de medidas avulsas. Sócrates terá de cortejar Portas, que já impôs como dote a aceitação do seu “caderno de encargos”.

Felizmente, os novos tempos permitem seduções à distância e para o PS antevêem-se dias e dias de phone_ix (o telefone dos CTT, claro!)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O Domingo.

Domingo é um óptimo dia para terminar uma licenciatura. Este Domingo pode ser uma óptima ocasião para correr com José Sócrates e a máquina de propaganda socialista.

Saneamento de Moura Guedes: ainda alguém se lembra?


Há algumas semanas atrás a administração da PRISA - numa manobra que ficará para a história como a primeira grande empresa de media que resolve subverter a lógica do capitalismo de busca do lucro - decidiu acabar, por "razões económicas", com o telejornal líder de audiências em Portugal.

Perante esta decisão alguns defenderam que o PS seria beneficiado pelo fim das notícias sobre os primos do primeiro-ministro, sobre o facto de a polícia inglesa considerar Sócrates como um dos suspeitos no caso Freeport (sabe-se que houve pagamento de luvas a algumas pessoas) ou ainda sobre o caso Cova da Beira.

Outros houve que tiveram a elasticidade suficiente para considerar que o PS seria o principal prejudicado pelo fim do bloco noticiário de uma jornalista processada pelo primeiro-ministro e cujo trabalho este apelidou de "jornalismo travestido".

Passadas 3 semanas podemos fazer-nos algumas perguntas para tentar perceber de que modo o PS foi ou não beneficiado por esta decisão. Por exemplo:

- ainda alguém fala neste caso na imprensa?

- José Sócrates continua a queixar-se, nos seus comícios, do afastamento de Manuela Moura Guedes?

- as grandes figuras do PS continuam a "exigir" o esclarecimento deste saneamento?

- a ERC já recebeu a resposta da PRISA às questões que lhe colocou?

- qual a percentagem de eleitores que ainda têm presente este episódio?

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Portugal: handle with care


É o fim dos órgãos de soberania tal como os conhecemos.

Qualquer que seja a explicação que se reserva, o Presidente da República sai fragilizado com o caso das escutas.

Os Tribunais saem fragilizados com sucessivos casos, nos quais o congelamento na progressão do juiz Rui Teixeira é tão-só o mais recente.

E o já desgastado Governo sairá ainda mais fragilizado das eleições do próximo Domingo, pela fragilidade da sua base de apoio parlamentar.

Terá chegado o momento de assumirmos a suspensão da democracia por 6 meses ou de assistirmos a um Bloco de Esquerda a impor políticas? O que, afinal, poderá significar a mesma coisa…

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ferrari em Lisboa!

Quando vejo um autarca a fazer comparações como esta fico com a sensação, ou mesmo certeza, de que nunca vai resolver, ou perceber, os problemas de ordenamento de uma cidade. Comparar em hora de ponta e entre estações de metro diferentes meios de transporte é tão absurdo como dizer que uma lagarta ganhou uma corrida a um peão a atravessar um tronco de uma árvore.
A bem dos transportes públicos, deve-se comparar percursos efectivos dos utentes, ou seja, entre casa e o trabalho. É minha opinião que se a comparação for assim feita se perceberá que é preciso investir na eficiênia dos transportes públicos e ,nesse dia, as pessoas usarão naturalmente estes transportes.
Já agora, a propósito da bicicleta, meio de transporte do qual sou adepto, há medidas básicas a tomar, tal como alterar o código da estrada dignificando este meio de transporte, criar condições para a circulação segura e para as pessoas guardarem a bicileta nos locais de trabalho, etc. No dia em que as políticas forem nesse sentido se calhar vamos perceber que até somos mais parecidos com os nórdicos do que aquilo que alguns pensam!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O aluno de Marcelo

O Festival da Canção já la vai. Mas Vitorino, na televisão do governo do seu partido, dá-nos música. E diz-nos que "é impensável que possa haver há 18 meses neste país um clima de suspeição". Pois é. Antes fosse.

Mas vamos por partes.

Em primeiro lugar, querer atribuir ao Presidente da República uma acção supostamente levada a cabo por um assessor da presidencia é o mesmo que dizer que foi Sócrates quem pôs os cornos à bancada comunista.

Depois, não consegue deixar de se comportar como responsável pela campanha eleitoral do PS e ainda lança o seguinte recado:

"o pior que se podia fazer para matar esta questão era tentar encontrar ganhos políticos de um episódio funesto, lamentável e em relação ao qual tudo deve ser completamente esclarecido"

Cada vez estou mais de acordo com os que afirmam que a televisão que se encontra sob a alçada de Santos Silva, só serve para fazer fretes aos partidos que se encontram no governo.

A humildade fica-lhe bem

Francisco Louçã não consegue disfarçar a excitação: "cada dia gosto mais desta campanha eleitoral", afirmou o líder do conglomerado de extremada esquerda.

Compreende-se o gozo. De facto, quem diria há alguns meses atrás que a chegada do Bloco de Esquerda ao poder estaria aí ao bater da porta?

Excitações à parte, esta campanha eleitoral tem-se revelado um verdadeiro manual de propaganda populista por parte de Louçã. Entre promessas de nacionalizações que não tem como pagar, ataques pessoais a empresários portugueses e estrangeiros, propostas incoerentes com as suas próprias propostas, está lá tudo!

Mas, verdade seja dita e num momento de rara sinceridade, a referência moral da nação (sim, Francisco, já sei que a sua nação é o mundo), Louçã acabou por afirmar durante a tarde de ontem que:

"todos os responsáveis políticos não estão à altura do seu cargo quando alimentam factóides, quam criam inventonas ou quando criam fenómenos para lançar confusão a partir de nenhuma fundamentação de factos"

A humildade só lhe fica bem.

sábado, 19 de setembro de 2009

Intimidar Portugal

Sócrates já tinha batido nos portugueses. Metaforicamente falando.

Não satisfeito, resolveu passar à violência física. A vítima foi um desempregado que lhe chamou "ladrão" e "corrupto". Um dos gorilas de Sócrates, não sendo capaz de refutar as acusações e de provar que estava errado, resolveu dar-lhe um valente soco!

Violência à parte, não deixa de ser sintomático que em Guimarães, bastião socialista, tenham sido muitas as pessoas que tenham recusado dar a mão ao "engenheiro".

Afinal o medo de Sócrates sair à rua era mesmo justificado.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O que não faz parte (e deveria fazer) dos programas eleitorais

O principal mérito do programa eleitoral do PSD é, tal como afirma Maria José Nogueira Pinto – candidata a deputada pelo PSD – o facto de “ser feito para o País que temos e com vista ao País que queremos e não, apenas, para conquistar votos. Este é, aliás, um dos raros programas que ousou ter um fio condutor, um pano de fundo valorativo. E é neles que se escora a sua coerência intrínseca.”

Notam-se os resultados da audição alargada da sociedade civil que teve lugar principalmente através do Fórum Portugal de Verdade, mas também por intermédio de contributos de empresários, de quadros da Administração Pública e de cidadãos anónimos (os anónimos aqui não é uma referência velada a todos os que com medo de represálias do PS tiveram medo de assumir publicamente a sua participação no programa…).

Ainda que estejamos perante um bom programa de governo, ainda persiste um erro comum a todos os partidos políticos, que é o de pensarem (ou, pelo menos, parecer que pensam...) que a sua acção é o mais importante, o decisivo, na evolução económica, social e cultural da sociedade.
Este erro encontra-se mais difundido entre os que possuem uma visão estatizante da sociedade, entre os que não se coíbem de se intrometer na esfera privada dos cidadãos, entre os que mais atacam a liberdade sob o falso pretexto de a defenderem, no final de contas entre os que têm uma visão socialista e colectivista da organização económica e social e olham para a pessoa apenas como mais uma peça da sua dialéctica materialista, sob cujo prisma olham para o mundo.
Não obstante, no centro-direita encontramos, ainda que em muito menor grau, influências deste visão errada sobre o que é (ou deve ser) o livre e sustentado desenvolvimento da sociedade.
Onde quero chegar é ao seguinte ponto: qualquer programa de governo faria muito mais por todos nós se começasse por umas palavras (ainda que com maior arte) do género:

“temos consciência de que o mérito (mas também o demérito) do crescimento económico, do combate à corrupção, da descida da taxa de desemprego, pertence em maior grau aos cidadãos do que ao estado. Faremos o que estiver ao nosso alcance para alterar alguns hábitos e a mentalidade com que a população portuguesa, de quem tanto nos orgulhamos, encara o trabalho e a vida empresarial. Tentaremos, através duma pedagogia do exemplo, promover uma cultura de meritocracia, de trabalho árduo e de participação cívica. Sabemos, no entanto, que a grande responsabilidade de fazer “avançar Portugal” pertence aos portugueses e não aos seus representantes, que são apenas e só isso mesmo, representantes.”

Como responderiam Sócrates e os assessores de Obama?

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Um milhão e dois analfabetos

Portugal tem ainda um longo caminho a percorrer no que diz respeito à educação da sua população.

Francisco Louçã e José Sócrates conseguiram, depois de ler o programa eleitoral do PSD, acusá-lo de querer privatizar a Segurança Social.

Joana Amaral Dias e a psicologia da verdade

A entrevista da menina dos olhos de Mário Soares ao Diário de Notícias de ontem é a todos os títulos notável!

Todos ficamos mais descansados ao saber que Joana Amaral Dias tem quase a certeza de quem é o seu pai. Facto verdadeiramente fundamental para os leitores do DN.

Joana A.D., ainda que protagonista de recente arrufo com o Bloco de Esquerda e de uma sintomática aproximação ao socialismo
mainstream, não consegue deixar de manifestar quais as suas origens políticas.

Mas o que mais surpreende nesta conversa é a aversão que JAD tem à utilização da palavra "verdade". Vejamos:

"a verdade pertence aos absolutistas"

"lembra o manifesto nazi, que tinha logo nas suas primeiras linhas referências sobre os mentirosos políticos"

"Quando se fala de verdade em política, é algo que me arrepia e penso que não estarei sozinha nessa reprovação de mensagens críticas"

É no mínimo confrangedor que uma psicóloga, ex-deputada à Assembleia da República profira declarações deste calibre. Nota-se que está a aprender com Soares.

se existe alguém a quem a verdade não pertence é aos absolutistas.

Manuela Ferreira Leite nunca se afirmou detentora da verdade. Apenas defendeu e continua a defender a importância de dizer a verdade na política. Trata-se de um slogan como outro qualquer e reduzir a política de MFL a este slogan é desonesto, principalmente depois da recente apresentação do programa do PSD para os próximos 4 anos, programa este cque contém dezenas de propostas concretas e susceptíveis de serem postas em prática.

JAD só se lembra do manifesto nazi? Não haverá nada que lhe traga à memória o gulag, por exemplo?

Como é possível que Joana Amaral Dias, alguém com ambições políticas bem patentes, venha dizer que a arrepia falar em verdade? O que tem ela contra a verdade? Joana, esteja descansada; depois das afirmações de Francisco Louçã sobre as propostas do PSD para a Segurança Social, está claro que não está sozinha nessa reprovação da mensagem de verdade.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Leitura recomendada

Uma coisa muito... muito... típica de José Sócrates, por Helena Matos, no Blasfémias.

Sócrates, a liberdade de escolha e a ideologia igualitarista

José Sócrates afirmou ontem, durante o debate com Paulo Portas, que a possibilidade de os pais escolherem a escola pública que entenderem para os seus filhos, leva à transferência de fundos do sector público para o sector privado. Só não explicou como. Nem poderia, pois não há explicação possível para tamanho disparate.

A questão é muito simples: o socialismo não admite que os pais possam escolher a escola dos seus filhos. Ou são ricos ou cabe-lhes a escola da zona de residência. Ponto. Seja ela boa ou má, gostem os pais ou não! Se os pais não percebem que isso é o melhor para as crianças, é porque ainda não estão suficientemente educados! E já para não falar em quererem que os seus filhos sejam educados de acordo com os seus princípios! Onde é que isso já se viu? Essa agora! Princípios?! Escolhidos pelos pais?! Nãã...

Toda esta palhaçada manifesta claramente os perigos da ideologia igualitarista. Eis umas breves palavra de Blakely y Colbert sobre este "saber de salvação":

"a sua característica mais destacada é a sua tendência para desviar-se em direcção ao totalitarismo quando se ataca a sua particular mistura de teoria e prática. Quando a ideologia igualitária encontra oposição, reage acusando essa oposição de irracionalidade, falta de humanidade... e, negando o direito à opinião contrária. Quando mostra uma face mais amável, é para observar que se o povo resiste a alguma reforma, a sua resistência é explicada pela ignorância e será superada graças à educação; enquanto isso não acontece, há que combater a resistência, ainda que seja através da força".



PS - Foi hoje que se tomou conhecimento das pressões de membros do gabinete de Sócrates sobre Alexandre Relvas, não foi? E foi também hoje que o Jornal Nacional, na véspera de uma reportagem sobre Freeport, sofreu uma interrupção voluntária, não foi?

Debates: Parte I

O primeiro debate entre os protagonistas deste “verão” iniciou ontem com José Sócrates e Paulo Portas.

Numa abordagem objectiva o meu primeiro cartão vermelho vai para o formato.

Não funciona.

Não faz qualquer sentido a existência de tantas regras onde se limita claramente o debate.

Enfim…

Quanto ao debate fiquei com a certeza que José Sócrates não vai ter um verão / outono nada fácil.

Primeiro, porque tem um erro de estratégia que não lhe traz benefício nenhum, a constante evocação do passado.

Será que José Sócrates não entende que quando ganhou a maioria absoluta, há 4 anos, fechou um ciclo?

Será que José Sócrates não entende que Portugal precisa de ter coragem de aprender com o passado e virar-se para o futuro?

Sinceramente, começa a ser incómodo estar sempre a ouvir a história do “verão passado” e não existir uma humildade de José Sócrates para admitir que é a sua politica que vai ser avaliada nas próximas eleições.

E, é aqui que tudo muda, a tentativa de apaziguar as guerras dos últimos anos com os professores, a tentativa de camuflar o desemprego, a incapacidade de explicar os rendimentos mínimos de inserção social, a infelicidade de apresentar dados que apenas convêm serem apresentados.

É aqui que tudo muda, quando do outro lado se apresenta Paulo Portas com uma preparação plena de todos os dossiers, com uma capacidade de argumentação forte e objectiva, com a felicidade de não ter nada a perder.

Espero que os próximos debates sejam melhores e mais produtivos.

E deixo uma nota a José Sócrates (é sempre importante ter um blog onde possa deixar mensagens sem ser criticada por isso): os portugueses querem ter esperança num futuro melhor, mas uma esperança real, não “encenada”, nem “camuflada”.

É fundamental José Sócrates entender isto, para que no próximo verão não diga “ai, porque é que eu não trabalhei (a)sério no verão passado”.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Onde estão os outros 24.497 ?

Curioso fenómeno este, o da imposição de um TGV.

Se repararmos, quando existe gente interessada num novo hospital, numa nova auto-estrada, numa nova escola, numa nova linha de autocarros, ou algo do género, é comum assistirmos à criação da associação de utentes, a directos no Telejornal da RTP, a manifestações de multidões inflamadas por considerarem que existe algum direito fundamental cujo acesso lhes está a ser vedado. Tenham ou não razão, ficamos a saber que existem interessados (por vezes milhares) nessas infra-estruturas.

Em relação ao TGV, o mesmo já não acontece, ou então sou eu que ando distraído. É que, apesar de a RAVE andar a fazer campanha pelo PS, não vislumbro quaisquer interessados/futuros utentes (para além de Lino, Ricardo Salgado e Jorge Coelho - e estes nem sequer dizem que vão utilizá-lo...), na construção do TGV. Afinal de contas, onde estão os outros 24.497 utilizadores diários previstos por Mário Lino?

Alguns poderão apontar este facto, como uma falha de comunicação dos assessores de José Sócrates. Mas eu sei que não é isso que se passa. Afinal, diz que o PS tem tudo pensado e já se dirigiu a uma escola de Castelo de Vide para contratar uns quantos alunos para se manifestarem a favor do TGV! Para além disso, Sócrates conta ainda tirar partido da relação privilegiada que mantém com os estivadores portugueses e conta juntá-los às imagens dos alunos da dita escola! Estava tudo previsto.