Porque, mesmo em alturas de crise e de impasses em torno da substituição do Provedor, há outros assuntos que não podem ser esquecidos.
Porque acabamos sempre por ser cumplices se não nos insurgirmos contra algumas atitudes "que a razão não alcança".
Com a devida vénia a Henrique Monteiro, no seu Editorial do Expresso desta semana:
"Há uns meses visitei duas escolas. Fui com o dr. José Silva Lopes, entusiasta e impulsionador de um prémio do Montepio, banco a que então presidia, para os estabelecimentos de ensino que mais progrediram nos rankings.
Numa delas deparámos com uma menina com síndroma de Down (trissomia 21), sentada numa cadeira do átrio. Perante o espanto que manifestámos ao saber que frequentava o 2º Ciclo, foi-nos dito que ela pouco mais dizia do que mamã e papá, era muito meiga, mas não conseguia, claro, acompanhar os colegas.
Os professores que nos deram estas informações lamentavam as modificações introduzidas no ensino especial e concordaram com a opinião de Silva Lopes (que partilho inteiramente): a integração das crianças com deficiência no ensino normal, em nome de uma falsa igualdade, acaba por ser prejudicial para essas crianças e para os seus colegas. Além de se tornar um pesadelo para professores que nem sempre estão preparados para ensinar crianças com necessidades, carências, ritmos, afectos e rotinas muito próprias e que carecem de uma atenção especial e de técnicas específicas para poderem progredir.
Vem isto a propósito de ter ouvido a directora da DREN afirmar que o facto de um conjunto de crianças ciganas ter sido colocada numa turma à parte era uma discriminação positiva.
Digo já que não concordo com a ideia peregrina segundo a qual o conceito de igualdade significa que todos - independentemente do esforço ou dos talentos - tenham de ser tratados de forma igual. Não me impressiona absolutamente nada que crianças estejam em turmas à parte como estratégia para as levar à escola de as fazer progredir.
O que me choca é saber que o princípio de igualdade - que pomposamente se aplica a deficientes - fica esquecido quando se trata de ciganos.
O que me choca é a farsa igualitária que o Ministério da Educação representa (no fundo, para poupar dinheiro com o ensino especial). Se deficientes são integrados em turmas normais, porque estranho motivo se deixam ciganos à parte?
Confesso que só tenho uma resposta: o nosso sistema de ensino, determinado pelas DREN deste mundo, não tem regras de bom senso. Baseia-se numa ideologia tosca, parola e ignorante que não procura - mas prejudica - a excelência no ensino.
Puxa os bons para baixo, e resigna-se com os que não aprendem. Poupa onde não deve, gasta onde não é necessário e acobarda-se com ciganos.
É, em suma, uma tragédia antiga que todos vivemos e que é absolutamente necessário mudar".
Numa delas deparámos com uma menina com síndroma de Down (trissomia 21), sentada numa cadeira do átrio. Perante o espanto que manifestámos ao saber que frequentava o 2º Ciclo, foi-nos dito que ela pouco mais dizia do que mamã e papá, era muito meiga, mas não conseguia, claro, acompanhar os colegas.
Os professores que nos deram estas informações lamentavam as modificações introduzidas no ensino especial e concordaram com a opinião de Silva Lopes (que partilho inteiramente): a integração das crianças com deficiência no ensino normal, em nome de uma falsa igualdade, acaba por ser prejudicial para essas crianças e para os seus colegas. Além de se tornar um pesadelo para professores que nem sempre estão preparados para ensinar crianças com necessidades, carências, ritmos, afectos e rotinas muito próprias e que carecem de uma atenção especial e de técnicas específicas para poderem progredir.
Vem isto a propósito de ter ouvido a directora da DREN afirmar que o facto de um conjunto de crianças ciganas ter sido colocada numa turma à parte era uma discriminação positiva.
Digo já que não concordo com a ideia peregrina segundo a qual o conceito de igualdade significa que todos - independentemente do esforço ou dos talentos - tenham de ser tratados de forma igual. Não me impressiona absolutamente nada que crianças estejam em turmas à parte como estratégia para as levar à escola de as fazer progredir.
O que me choca é saber que o princípio de igualdade - que pomposamente se aplica a deficientes - fica esquecido quando se trata de ciganos.
O que me choca é a farsa igualitária que o Ministério da Educação representa (no fundo, para poupar dinheiro com o ensino especial). Se deficientes são integrados em turmas normais, porque estranho motivo se deixam ciganos à parte?
Confesso que só tenho uma resposta: o nosso sistema de ensino, determinado pelas DREN deste mundo, não tem regras de bom senso. Baseia-se numa ideologia tosca, parola e ignorante que não procura - mas prejudica - a excelência no ensino.
Puxa os bons para baixo, e resigna-se com os que não aprendem. Poupa onde não deve, gasta onde não é necessário e acobarda-se com ciganos.
É, em suma, uma tragédia antiga que todos vivemos e que é absolutamente necessário mudar".
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