segunda-feira, 30 de março de 2009

Ora promete que mete ora ameaça que tira

A gestão do dossier Quimonda não tem sido fácil para o Governo.
Há apenas três dias, o ministro da Economia garantia que, se tudo falhar para salvar a Quimonda, o Estado irá reclamar os mais de 100 milhões de euros que investiu na empresa.
Notícias de hoje dão conta que a Qimonda está a tentar atrair investidores privados, sobretudo na Ásia, com o argumento de que terá apoios públicos, nomeadamente de Portugal e do Estado da Saxónia.
Isto sabendo-se que, já em Dezembro passado, a unidade portuguesa da Qimonda necessitava de um financiamento de montante não inferior a 100 milhões de euros e que a situação da empresa está, desde então, cada vez mais deficitária.
O Governo confessa, assim, não saber se deve meter ainda mais dinheiro na empresa ou "resgatar" aquele que já lá meteu.
E se actualmente as possibilidades de recuperar os mais de 100 milhões financiados são uma espécie de miragem, que garantias adicionais terá o Governo para um renovado financiamento de idêntico montante?
Por mais negativo que seja o impacto económico e social associado ao encerramento da Qimonda, chegou a hora do Governo considerar se não deverá limitar os "financiamentos a fundo perdido" à banca, em especial ao BPN...

2 comentários:

  1. Penso que chegou a altura de parar de andar simplesmente a apagar fogos (não, não me refiro à Mata da Albergaria :-) ).
    Em vez de acorrer apenas a situações pontuais e mediáticas de alarme, o Governo deveria preocupar-se em criar condições que favoreçam uma retoma generalizada da economia deixando, por exemplo, o mercado funcionar. Obviamente que tomando medidas sociais excepcionais como, por exemplo, o prolongamento do período de concessão do subsídio de emprego, diminuição da burocracia associada às candidaturas ao QREN, devoluções do IVA a tempo e horas, etc.

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  2. Eu espero estar enganado, mas pela interpretação que faço de um conjunto de indicadores, como a execução orçamental, a revisão do défice de 2008, a atitude do fisco relativamente aos pagamentos do IVA, quem vai precisar de um "bailout" é justamente o Estado Português.
    E pelos vistos não é à custa do investimento público, que ficou 9,4% abaixo do previsto (investimento da Administração Pública, que é um conceito que merece não um post dedicado, mas um blogue inteiro).

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