quarta-feira, 4 de março de 2009

A triste alegria de Sócrates

Ricardo Costa, em artigo ontem publicado, resumia a dúvida verdadeiramente existencial (ou mesmo "sobrevivencional") de José Sócrates: "No Congresso de Espinho o PS parecia um governo de esquerda. Parecia mas, como todos sabemos, a verdade não é bem essa. Por acaso, os tempos de crise vão permitir que a prática do governo até seja mesmo de esquerda. Será que para Alegre isso vai chegar?".
Após a tentativa de afastamento, descredibilização e as constantes "agressões" a Alegre - infligidas, sobretudo, por Augusto Santos Silva (o "caceteiro-mor do Reino") -, o PS apercebeu-se que os "prós" desta estratégia seriam largamente superados pelos "contras".
Helena Roseta, ontem em comentários na Sic Notícias, lançou a dor de cabeça mais duradoura do PM: Manuel Alegre criticou várias das posições de José Sócrates, pelo que não é certo que esteja ao seu lado nas próximas eleições.
E José Sócrates bem sabe que, para não ter Alegre "em outro lado" ou "do outro lado" - o que lhe poderia custar uma derrota nas próximas legislativas -, terá de ceder a todos os seus caprichos.
Alegre venderia a alma ao diabo pela pole position na corrida presidencial; e Sócrates desfraldaria as principais bandeiras bloquistas - ironicamente, aqueles que tanto criticou neste último Congresso.
Para José Sócrates os tempos são de mudança, os tempos são para começar a engolir sapos...

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