terça-feira, 31 de março de 2009
Justiça de baixa
segunda-feira, 30 de março de 2009
Ora promete que mete ora ameaça que tira
sexta-feira, 27 de março de 2009
Justiça abusada
quinta-feira, 26 de março de 2009
Cândida Almeida e os atalhos
Trata-se de uma proposta tentadora...Realmente quando nos pomos a pensar nos diversos casos de governantes centrais e autarcas que demonstram sinais exteriores de riqueza incompatíveis com os rendimentos auferidos no exercício dos seus cargos públicos, é natural que nos venham à cabeça perguntas como:
- Mas como arranjou este(a) tipo(a) dinheiro para comprar estes apartamentos para si e para os seus familiares?
- Como é possível que com um rendimento de 5.000 euros/mês tem ao fim de um ano dois ou três milhões de euros?
Repito, é sem dúvida tentadora esta proposta de criação do crime de enriquecimento ilícito.
Mas apesar disso, não me parece que nos devamos deixar levar por factores emocionais nos nossos juízos no que diz respeito a matérias de tão elevada importância.
Não sendo eu um jurista, apoio-me nas afirmações de alguns ilustres especialistas na matéria e atrever-me-ia a afirmar que estaríamos a subverter algumas das regras básicas do direito.
Vejamos: de acordo com o professor e penalista Costa Andrade, em declarações à Agência Lusa,«o problema da luta contra o crime económico em Portugal, incluindo a corrupção, não é um problema de legislação, mas de aplicação das leis disponíveis».
Também a juíza desembargadora Fátima Mata-Mouros, que no seu percurso profissional esteve à frente do Tribunal Central de Instrução Criminal, defendeu que as autoridades devem procurar desvendar que ilícito conduziu ao enriquecimento injustificado. Para Mata-Mouros (sem dúvida um nome politicamente incorrecto nos tempos que correm!), causa-lhe sempre alguma «perplexidade» que se justifique o resultado de uma investigação com «base em crimes que não existem», como é o caso do enriquecimento ilícito.
Em sua opinião, com esta tendência de querer criminalizar tudo, o «crime perde dignidade», sendo tanto mais desnecessário porque «a ordem jurídica portuguesa já tutela uma série de crimes» de natureza económico-financeira que, «à primeira vista, cobrem um leque de situações» que até podem explicar as causas do enriquecimento ilícito.
Em resumo:
- Dava jeito? Dava.
- É popularmente apelitivo? Sem dúvida.
- Juridicamente tem sentido? Duvido...(ou melhor, duvida quem sabe!)
BP: a saga continua...
Está bem que não se trata de nenhuma novidade, mas agora é Clara Machado, directora-adjunta da supervisão bancária do BP que vem desmentir Vitor Constâncio. Clara Machado afirma que o BP teve a primeira denúncia da existência de ligações do BPN ao Banco Insular em Janeiro de 2008.
Em Novembro do mesmo ano em entrevista à RTP, Vítor Constâncio afirmou que nunca tinha recebido nenhuma denúncia relativa ao Insular.
Explicações possíveis? Existirão algumas, ainda que poucas; arrisco-me a avançar com algumas:
1ª Deficientes e inadequadas práticas de comunicação entre os vários Departamentos e a Administração do BP;
2ª falhas sistemáticas nos serviços de correios entre a Almirante Reis (onde fica localizada a supervisão bancária) e as sumptuosas instalações do governador na Rua do Ouro;
3ª Falta de disponibilidade do governador para o acompanhamento destes casos, ocupado que estava em preparar estatísticas e discursos de arrasar o governo de José Sócrates (esta relação sim, um verdadeiro paradigma de cooperação estratégica);
4ª Vítor Constâncio no dia em que foi entrevistado na RTP terá sido vítima de algum caso de INSULAÇÃO aguda, que o terá impedido de se recordar do nome do tal Insular...
Fazendo a devida homenagem aos meus antigos colegas do BP, destaco as declarações de Clara Machado quando afirma que os "procedimentos normais" utilizados pelo seu Departamento não são suficientes em caso destes.
Acredito que será necessário apurar que responsabilidades teve o BP em todo este processo. Mas mais importante ainda, será a tarefa de dotar o BP de mecanismos e ferramentas de investigação adequados à complexidade e rapidez de evolução actual dos mercados financeiros.
ADENDA: Agora é o CDS que vem acusar o BP de Portugal de faltar à verdade. Estas são acusações sérias e, aparentemente bem fundamentadas. Mais um passeio de Rua do Ouro a São Bento em perspectiva para o senhor governador? Haverá agora matéria para pedido de demissão? Ou um processo em cima da Comissão Parlamentar que andou a investigar coisas que não devia?
A política da Dama de Ferro
"...A principal fragilidade de Portugal no actual contexto de crise mundial vem do enorme endividamento.
O caminho que nos trouxe aqui é curioso. A balança estava equilibrada quando Guterres tomou o poder em 1995 (défice de 0,7% do PIB). A enorme degradação que se seguiu atingiu 9% do PIB em 2000, um desequilíbrio pior que o causado pelo 25 de Abril. Esse fiasco fez cair o Governo. O novo executivo, com Manuela Ferreira Leite nas Finanças, entrou em Abril de 2002, recebendo o défice de 2001 de 8,6%.
A política da «dama de ferro», como foi chamada, conseguiu reduzir para metade esse buraco (4,2%) em 2003. Mas a linha não teve continuidade. O Governo saiu em Julho de 2004 e no fim do ano o défice externo já subira para 6,1%. Desde que Sócrates está no poder tem flutuado entre os 8% e os 10%.
A única pessoa que nos últimos 15 anos enfrentou este grave problema foi Manuela Ferreira Leite. Ela é o rosto da austeridade, dureza, solidez. Assim nas próximas eleições, para lá da escolha entre partidos, há uma questão psicológica nacional interessante. Será curioso ver a escolha que os portugueses farão, porque indica o caminho que querem seguir na crise."
Como se costuma dizer, contra factos não há argumentos...Mas o que há são agências de comunicação, ataques pessoais, hipocrisias políticas (vide caso Provedor de Justiça), viragens à esquerda ao centro e à direita (ou marcha-atrás se preferirmos), promessas não cumpridas, brejeirice, malhar na direita.
Há também o domínio da propaganda, há o condicionamento dos orgãos de comunicação com telefonemas para as redacções, etc.
quarta-feira, 25 de março de 2009
Maria de Lurdes Rodrigues: A negociadora nata!
Palavras nada simpáticas (e muito menos, elegantes) pronunciadas em relação a quem já desempenhou cargos como o de chefe de gabinete de Ferro Rodrigues e António Guterres e pertenceu à Comissão de Jurisidição do PS até Outubro passado! (espera aí...já percebi...essa É a razão pela qual desempenhou tais cargos...ok, às vezes tenho memória curta...)
Daqui poderemos concluir, em primeiro lugar, que Maria de Lurdes Rodrigues tem em pouca conta a opinião de ilustres socialistas como Ferro Rodrigues ou António Guterres.
Em segundo lugar poderemos concluir que, ao proceder a um AJUSTE DIRECTO de cerca de 300.000 euros a João Pedroso, para a prestação de um serviço que nunca chegou a realizar, a nossa ministra da educuação se trata de uma negociadora nata!
Sócrates sabe que já ganhou as legislativas...
Sócrates sabe que já ganhou as legislativas... e actua como tal...
Para Sócrates a vitória nas próximas legislativas é um dado adquirido. Por este motivo, no seu íntimo, considera que pode agir com total impunidade, pois acredita que o escrutínio da população portuguesa já está feito.
Assim sendo, tem acentuado a sua altivez e arrogância, demonstrando uma crescente falta de sensibilidade para com os problemas dos portugueses.
No entanto, se sentir que a vitória do PS corre perigo, poderemos então ser surpreendidos???, por um Sócrates compreensivo, afável, melancólico, triste e até ternurendo com os portugueses..., não seja ele um político sem ideologia, sem princípios e totalmente volátil...
Devemos pois estar atentos às suas mudanças de estilo...
Lições de boa Democracia...
terça-feira, 24 de março de 2009
Afinal o Painel é Solar ou não?
Para os mais preguiçosos, que não querem seguir o link: "diz Manuel Ferreira dos Santos, um dos responsáveis da organização, que equipara o funcionamento do sistema da Energie a um "frigorífico ao contrário" que continua a ser alimentado por energia eléctrica, não solar, restando o que diz ser uma "acção de marketing bem conseguida"".
Esta matéria das energias renováveis é mesmo muito complicada. De qualquer forma a Energie poderá receber os incentivos aos painéis solares, confirmando a velha máxima "o sol quando nasce é para todos". A definição de "todos" fica em aberto para novos comentários.
segunda-feira, 23 de março de 2009
Coisas que a razão não alcança
Numa delas deparámos com uma menina com síndroma de Down (trissomia 21), sentada numa cadeira do átrio. Perante o espanto que manifestámos ao saber que frequentava o 2º Ciclo, foi-nos dito que ela pouco mais dizia do que mamã e papá, era muito meiga, mas não conseguia, claro, acompanhar os colegas.
Os professores que nos deram estas informações lamentavam as modificações introduzidas no ensino especial e concordaram com a opinião de Silva Lopes (que partilho inteiramente): a integração das crianças com deficiência no ensino normal, em nome de uma falsa igualdade, acaba por ser prejudicial para essas crianças e para os seus colegas. Além de se tornar um pesadelo para professores que nem sempre estão preparados para ensinar crianças com necessidades, carências, ritmos, afectos e rotinas muito próprias e que carecem de uma atenção especial e de técnicas específicas para poderem progredir.
Vem isto a propósito de ter ouvido a directora da DREN afirmar que o facto de um conjunto de crianças ciganas ter sido colocada numa turma à parte era uma discriminação positiva.
Digo já que não concordo com a ideia peregrina segundo a qual o conceito de igualdade significa que todos - independentemente do esforço ou dos talentos - tenham de ser tratados de forma igual. Não me impressiona absolutamente nada que crianças estejam em turmas à parte como estratégia para as levar à escola de as fazer progredir.
O que me choca é saber que o princípio de igualdade - que pomposamente se aplica a deficientes - fica esquecido quando se trata de ciganos.
O que me choca é a farsa igualitária que o Ministério da Educação representa (no fundo, para poupar dinheiro com o ensino especial). Se deficientes são integrados em turmas normais, porque estranho motivo se deixam ciganos à parte?
Confesso que só tenho uma resposta: o nosso sistema de ensino, determinado pelas DREN deste mundo, não tem regras de bom senso. Baseia-se numa ideologia tosca, parola e ignorante que não procura - mas prejudica - a excelência no ensino.
Puxa os bons para baixo, e resigna-se com os que não aprendem. Poupa onde não deve, gasta onde não é necessário e acobarda-se com ciganos.
É, em suma, uma tragédia antiga que todos vivemos e que é absolutamente necessário mudar".
domingo, 22 de março de 2009
Sócrates influente no BCE?
sexta-feira, 20 de março de 2009
Pequena política
"Durão Barroso tem um estigma terrível: foi ele que preparou e foi o anfitrião da chamada Cimeira da Vergonha, que foi a Cimeira dos Açores, donde saiu a guerra do Iraque. E a guerra do Iraque foi uma linha de partilha que dividiu o Mundo. Se a Europa e o PPE o têm como expoente não vão muito longe com certeza", concluiu Soares.
quinta-feira, 19 de março de 2009
Nascimento com parto tardio (a saga continua)
De facto, este Governo continua a não mostrar um pingo de vergonha. Será que os conceitos de "interesse nacional", "bem-comum", "imparcialidade" serão totalmente estranhos para o senhor Sócrates e sus muchacos (leia-se muchachos com acento venuzuelano, p.f.)
Não há factor de sustentabilidade que resista...
quarta-feira, 18 de março de 2009
Os ensinamentos das derrotas
(Good) jobs for the (bad) boys...
Segundo o Relatório do Bom Governo da CGD referente a 2007, Armando Vara recebeu uma remuneração-base de 244.441 euros/ano. Um montante que fica muito aquém daquele que foi pago pelo BCP em 2008: mais de 480 mil euros.
terça-feira, 17 de março de 2009
De que tem medo Vieira da Silva?
Outras censuras...
Sem surpresa, de tal lista constam TODOS os estados oficialmente comunistas que ainda restam.
segunda-feira, 16 de março de 2009
Méritos por mãos alheias
sexta-feira, 13 de março de 2009
Vá lá! Insistam!
Agora que estão na moda as petições on-line, estou seriamente a pensar criar uma, que exija a presença de Alegre nas reuniões do Grupo Parlamentar do PS.
A política dos princípios e a política dos fins
The great chinese take-out
Para chineses e brasileiros, Angola já há vários anos que se tornou uma prioridade de investimento. Como se sabe o final de 2008 foi esperado com grande ansiedade por várias empresas portuguesas e encarado como tábua de salvação para os resultados desse ano.
Há que reconhecer, no entanto, que várias PMEs portuguesas (as que não fazem parte das comitivas oficiais de 200 membros nas visitas oficiais do nosso ainda primeiro-ministro), já há vários anos reconheceram em Angola uma oportunidade de investimento, como forma de fugir ao clima de letargia e clientalismo instalado no nosso meio empresarial.
Aqui "embembo" uma apaixonante reportagem da excelente repórter freelance portuguesa Mariana van Zeller:
quinta-feira, 12 de março de 2009
Melhores momentos da política em Portugal
quarta-feira, 11 de março de 2009
UE recua na regulação das agências de rating
Os fins e os meios do PS
terça-feira, 10 de março de 2009
Angola: olho por olho e dente por dente
Belmiro de Azevedo e Daniel Bessa discutem Desemprego
Culpado!
(João Miguel Tavares, jornalista, "Diário de Notícias", 10-03-2009)
segunda-feira, 9 de março de 2009
Obama: um presidente “excedentário”?
Grande medida a favor do progresso científico! Será mesmo?
Não me vou alongar neste texto acerca das fantásticas perspectivas que se abrem à investigação científica, em particular para a medicina regeneradora, mas sim da necessidade ou não de utilizar embriões “excedentários” neste tipo de investigação (que necessariamente obriga à “destruição” de ditos embriões, leia-se á morte de seres humanos nos primeiros dias do seu desenvolvimento). Se não são seres humanos, o que são? Se há dúvidas (para quem as quiser ter), há que actuar então com prudência e não pôr em risco essa mesma “hipótese” de ser humano. Com dizia há dias um conhecido meu, se algum de nós, conduzindo o seu automóvel se deparar à sua frente com algo que não sabe bem o que é, se um moribundo coberto por uma manta, se apenas um monte de trapos, com certeza que não lhe passará por cima e, se tiver um pingo de humanidade parará de forma a saber se algum modo pode ajudar!
Sem dúvida paradoxal a sociedade em que vivemos, que se manifesta contra as touradas ou os abusos aos ratinhos utilizados em experiências científicas e, que ao mesmo tempo, apelida embriões humanos de excedentários!
Perguntará o leitor: mas você despreza então, todos os potenciais benefícios, as vidas que se salvarão com base na investigação com recurso a células estaminais? A resposta é obviamente não!
As fontes de células estaminais, até agora individuadas, são:
1 o embrião nas fases iniciais do seu desenvolvimento
2 o feto
3 o sangue do cordão umbilical
4. vários tecidos do adulto (a medula óssea, o cordão umbilical, o cérebro, o mesenquima de vários órgãos, etc.) e
5 o líquido amniótico.
Em primeiro lugar e, como se pode verificar, não é obrigatório o recurso a embriões.
Em segundo lugar e, não menos importante, o recurso a terapias com base em células-mãe fetais envolve um maior risco do que as terapias com recurso a células estaminais retiradas, por exemplo, do sangue do cordão umbilical. De acordo com a The Coalition of Americans for Research Ethics (será que de acordo com o critério dos media faz parte da comunidade científica americana?...), as células estaminais adultas tem já um track-record de experiências bem sucedidas na cura de doenças como leucemia e cancros relacionados com problemas ósseos e sanguíneos.
Depois de disparates como, um plano de recuperação económica irracional ou os disparates no protocolo na recepção a Gordon Brown, é caso para afirmar Obama é quem se está a revelar o verdadeiro excedentário.
Para mais informação acerca de células estaminais:
1. http://article.nationalreview.com/?q=ZjliNTUwNjgzNmE1OWU3MTg1OGE3ZjE5ZjM5YzEwNjc
2. http://www.nature.com/stemcells/2007/0710/071011/full/stemcells.2007.100.html
3. http://www.sciencedaily.com/releases/2009/02/090217212253.htm
Os sado-masoquismos do PS
domingo, 8 de março de 2009
The Blair Years (I)
in Alastair Campbell, The Alastair Campbell Diaries
É sempre agradável quando alguém com prestígio e provas dadas no mundo da política e do jornalismo expressa opiniões com as quais concordamos, mas que se forem por nós pronunciadas não teriam o mesmo impacto e, provavelmente, seriam mal interpretadas...
Enfim, à medida que avançar na leitura do livro, voltarei a colocar no blog do GB algumas das mais interessantes citações.
sábado, 7 de março de 2009
Nascimento com parto tardio
Estudo do Sol: S.João Madeira lidera no Urbanismo
Enfim o funcionamento NORMAL da justiça
Ainda esta semana o presidente do Sindicato dos Magistrados do MP afirma que "existiu objectivamente uma campanha para condicionar" os Magistrados no "Caso Freeport" e todo o parlamento, tão pronto noutras matérias, acha isto normal.
Enfim, parece que justiça começa a funcionar com normalidade!
O Magalhanês ao serviço da Educação
sexta-feira, 6 de março de 2009
Boas notícias da Economia Americana
Os dados do emprego nos Estados Unidos foram tão maus que de acordo com alguns economistas só podem melhorar! A perda de 651.000 empregos em Fevereiro veio em linha com as expectativas e, apesar de se terem destruído cerca de 2 milhões de empregos em 3 meses, a verdade é que os números têm vindo a melhorar (685.000 - mínimo de 59 anos; 655.00; 651.000).
O Robert Barro (de Harvard) aponta para uma probabilidade de a economia entrar em depressão de 30%, sendo que considera depressão uma queda do produto superior a 10%.
Venham de lá essas melhorias, até porque as "piorias" só agora começam a chegar aqui país das 495 praias, 151 cidades, 40 serras e 26 picos.
A foto é uma sugestão para as próximas férias que faz parte da nova campanha do Turismo de Portugal. Vá para fora cá dentro, a pé ou de bicicleta que é um belo exercício e uma boa forma de apreciar / respeitar a Natureza. "Que remédio" - dizem muitos de nós...
Regionalização, Não!
Um equívoco corrente na discussão deste tema é o de pensarmos no processo de regionalização como sendo ele opcional, o que de facto não corresponde à verdade, como fez questão de recordar Rui Vilar. De acordo com a CRP, nos seus art. 255º e 256º, a opção não é entre ter ou não ter regiões administrativas, mas sim QUAIS as regiões que serão criadas, sendo que a "A instituição em concreto das regiões administrativas, com aprovação da lei de instituição de cada uma delas, depende da lei prevista no artigo anterior e do voto favorável expresso pela maioria dos cidadãos eleitores que se tenham pronunciado em consulta directa, de alcance nacional e relativa a cada área regional." (n.1 do art. 256º da CRP). Ou seja, o que está (ou estaria) em causa é meramente QUE REGIÕES teremos e NÃO SE AS TEREMOS.
Estamos portanto a falar de uma questão de vontade política. Se, feliz ou infelizmente segundo a opinião de cada um, a regionalização não foi posta em prática em Portugal deve-se à falta de vontade política (e ao arrepio da CRP, diga-se de passagem).
Gostaria de destacar algumas ideias interessantes lançadas por Rui Vilar, como alternativa ao processo de regionalização, embora nenhuma delas isenta dos seus contras como todos reconheceram:
- a criação de círculos uninominais nas eleições para o Parlamento;
- uma reforma da administração pública, que implicaria necessariamente uma descentralização coordenada de poderes do governo central para as regiões;
- o reforço do processo de Metropolização do Porto e de Lisboa, como melhor modo de aproveitar as todas as suas potencialidades económicas e sociais
Valeu a pena a presença, dada a racionalidade e a qualidade dos argumentos apresentados pelos 3 convidados e também pelo modo disponível e afável com que, quer o Presidente da Câmara, quer os oradores, se predispuseram a trocar impressões com os assistentes - alguns deles, como brincou, Rui Rio, a desempenharem claramente o papel de 4º ou 5º conferencista :-).
Este conjunto de conferências termina no próximo dia 2 de Abril, com Arlindo Cunha, Luís Valente de Oliveira e Mário Rui Silva a defenderem o "Sim" à regionalização. Lá estarei.
Na política os pequenos comem os grandes
quinta-feira, 5 de março de 2009
Green is good. (Literally)
Talvez não...não me refiro a energias limpas, a passeios pelo campo ou à floresta amazónica. Refiro-me à cor verde. Sim, de acordo uma tese de mestrado apresentada em 2006 na Universidade de Utrecht, a cor verde faz bem à saúde! Alguém que esteja normalmente envolvido por um ambiente verde tem, por exemplo, 33% menos hipóteses de ter uma depressão ou 25% menos hipóteses de ter diabetes!
Uhmm...espera aí...agora que começo a pensar melhor e a lembrar-me de alguns emblemas clubísticos...nãã...
The answer my friend, is blowing in the WIND!
Bem ou mal (na minha opinião bem), o vento terá uma palavra importante a dizer no desenho das soluções para este problema. Mas o vento tem os seus prós e contras...
Imaginemos que o vento sopra fortemente no mar Báltico e que, ao mesmo tempo, em Itália existe uma elevada necessidade de energia eléctrica; mas, por azar, o vento não sopra em Itália! Em tais casos as referidas poderosas redes de alta voltagem simplesmente transportariam a energia do Mar Báltico para onde ela é precisa!
O novo Inimigo Público
A outrora campanha negra dá lugar a um Arquipélago da Insónia.
quarta-feira, 4 de março de 2009
O Estado que ajuda é o mesmo que castiga
A triste alegria de Sócrates
Após a tentativa de afastamento, descredibilização e as constantes "agressões" a Alegre - infligidas, sobretudo, por Augusto Santos Silva (o "caceteiro-mor do Reino") -, o PS apercebeu-se que os "prós" desta estratégia seriam largamente superados pelos "contras".
Helena Roseta, ontem em comentários na Sic Notícias, lançou a dor de cabeça mais duradoura do PM: Manuel Alegre criticou várias das posições de José Sócrates, pelo que não é certo que esteja ao seu lado nas próximas eleições.
terça-feira, 3 de março de 2009
E se Lello fosse Gomes da Silva?
Haveria 1ªas páginas?
Haveria rasgar de vestes da classe jornalista?
Comentadores a mudar de canal? (entenda-se! a mudar de canal onde fazem os seus comentários! :-) )
Dissolução da AR?
A Raposa a guardar o galinheiro
Por acaso, Sebelius é uma das figuras políticas que mais se tem destacado pelas suas decisões a favor da prática do aborto livre. Alguém a quem o colunista Robert Novak já apelidou de "the national pro-choice poster girl"!
Entre os troféus incluídos no seu vasto curriculum, encontram-se medidas como lutar contra leis que requeiram a obrigatoriedade de notificação parental por parte de menores que abortem, as suas ligações à indústria do aborto (entre as quais o recebimento por parte da Planned Parenthood do prémio de CAMPEÃ do movimento pró-aborto!), etc.
Como afirmou Mathew D. Staver, reitor da Liberty University School of Law, tê-la como Secretária de Estado da Saúde, seria como ter a raposa do provérbio a guardar o galinheiro….
Claramente, that’s the change we need…
PS - A nomeação manter-se-á, pelo menos, até à descoberta de uma qualquer fuga ao fisco...:-)
Só dá Sócrates
Devo confessar que comecei a ler o texto (por ele escrito? pelas agências de comunicação que o moldam? não chegaremos a saber) e não fui capaz de acabar.
Por duas razões:
1ª imaginei-o a ler o teleponto e a discursar com aquele seu ar de salvador da pátria e de moralmente superior e não aguentei.
2ª Sócrates aponta como a primeira das três razões para se recandidatar a primeiro-ministro, a do sentido de responsabilidade. E como estou convencido de que esse é precisamente o principal motivo para não se recandidatar, parei por aí a minha leitura.
Mas mais chamativo é mesmo a excessiva centralização da campanha na sua figura e a quase ausência de referências ao PS (sigla que daqui por diante passará a significar Propriedade de Sócrates).
Segundo o Público de hoje, alguns socialistas encontram-se desagradados com o excessivo enfoque na figura do seu timoneiro.
Acredito que, de facto, se encontrem desagradados, mas já não acredito que se encontrem surpreendidos. Já todos terão percebido que a estratégia do “PS” para vencer as eleições legislativas passará pela lógica de vitimização, pela aposta na campanha negra levada a cabo por forças ocultas (que afinal não são ocultas e são a TVI e o Público), em curso precisamente contra a figura de José Sócrates. Estejamos atentos aos timings de evolução do caso Freeport…como alguém dizia “não há coincidências”…
Propostas concretas para a resolução dos problemas do país, prestação de contas pelas promessas não cumpridas, discussão do papel da comunicação social na sociedade, justificação para a escolha de sistemas informáticos propícios à violação do segredo de justiça, tentativas legislativas de prejudicar grupos de comunicação social, são temas que com certeza não serão discutidos na campanha eleitoral.
Men Interrupted
De facto, se pensarmos um pouco, uma das principais fontes de prazer que podemos experimentar é o de uma animada conversa entre amigos, na qual nos interrompemos constantemente! Realmente, não existe diálogo mais monótono do que aquele no qual cada um dos intervenientes tem oportunidade de expressar o seu raciocínio até ao fim. Só de imaginar, uf!
Surpreendentemente, existe também a evidência científica de que o nosso Prazerómetro agradece uma interrupção durante uma série de TV, um filme, um livro, etc. E isto porquê? Porque o nosso nível de gozo tende a diminuir com a passagem do tempo, ou seja, com o aumento de período de fruição o prazer vai gradualmente diminuindo. Assim se estamos a assistir à nossa favorita série há mais de 45 minutos, nada melhor do que um pequeno intervalo, para podermos relaxar, seguir as indicações do João Baião e depois voltar a investir toda a nossa energia emocional nos últimos minutos do episódio onde tudo se resolve!
Outros exemplos poderão ser dados: o tão esperado telefonema a meio da manhã que nos interrompe a concentração no trabalho, o cigarro a meio da tarde, etc, etc.
Claro que nem sempre assim é; no caso de termos de entregar um relatório na próxima meia hora esse telefonema já não será tão bem-vindo…
Mas o facto é que está provado que o estado natural da nossa actividade cerebral inclui um “protocolo” que, de algum modo, nos faz estar preparados e até predispostos para ser interrompidos.
Sensação de que nada acontecerá
Estão longe de ser os Ultimate Benificiary Owners porque o sistema em Portugal nunca chega, nem parece querer chegar, aos verdadeiros beneficiários do que quer que tenha acontecido a muitos milhões, entre bandos de flamingos desalojados para sempre do delta do Tejo, sobreiros seculares cujo abate é autorizado a peso de Euro e dinheiros partidários que têm circulado por blocos centrais de interesses desde o 25 de Abril. Mas como se fala em milhões de Euros sonegados e é cada vez maior a horda ululante de desempregados, precisa-se de bodes expiatórios para dar a imagem virtual de que, em Portugal, com bens públicos não se brinca. No Freeport, Charles Smith cumpre com o perfil para ser o primeiro imolado. Ver Mr. Smith a entrar e a sair do Tribunal de Setúbal entre câmaras de TV sugere que a justiça funciona. Depois, como é estrangeiro e é britânico, e como desde o Ultimato à Maddie em Portugal não gostamos dos Ingleses, Charles Smith é o suspeito perfeito para ser o corruptor num processo em que não há, e provavelmente nunca vai haver, corrompidos. Se os houvesse também pouco interessava. Em Portugal a corrupção detectada e não provada venera-se porque é sinal de esperteza. A bem investigada cai fora de prazo e deita-se fora. A apanhada em flagrante custa cinco mil Euros. No Banco Português de Negócios o bode que expia é Oliveira e Costa. A prisão preventiva dá a ilusão de que a justiça funciona mas o ameaçador mutismo do testa de ferro da bizarra construção de contabilidade prevaricadora grita acusações ao mais alto nível imaginável. A sua serena declaração de auto-incriminação (que é tudo o que realmente se sabe sobre Oliveira e Costa) é a mais ameaçadora postura na história portuguesa do crime sem castigo. Enquanto Oliveira e Costa se mantiver calado está seguro na zona dos privilegiados da prisão dos ricos. Quando falar (e ele acabará por falar), provavelmente, cai o regime. É materialmente impossível ser ele o único responsável pela infinita complexidade das urdiduras financeiras nos Second Lives do BPN e da SLN. Logo, ao assumir toda a culpa, Oliveira e Costa mente e encobre. Pelos montantes envolvidos ele não pode ter sido o único beneficiário dos dinheiros que saltaram continentes, vindos sabe-se lá de onde para a maior operação de Dry Clean na história de Portugal, e foram parar…sabe-se lá onde. O certo é que se traduziram em compras de poder e de influência que conseguem transtornar o normal funcionamento das instituições. O problema não é da justiça. Este Carnaval tivemos dois exemplos da celeridade vertiginosa com que o Ministério Público e a Polícia conseguem actuar quando querem. Num par de horas confiscaram, censuraram, ameaçaram, intimaram e intimidaram por causa de imagens de mulheres nuas apensas a um objecto de propaganda governamental e a um livro. Já no Freeport e no BPN, entre investigações, rogatórias e reguladores apáticos, os anos foram passando no dengoso bailado de impunidades rumo ao limbo de todas as prescrições. Hoje ficamos com aquela terrível sensação tão bem descrita por Torga, de que, apesar de estarmos todos a ver tudo nas angústias paradas da vida que não temos, nada vai acontecer.
segunda-feira, 2 de março de 2009
O Congresso: a Tese do PS e a Antítese do PM
domingo, 1 de março de 2009
Algumas ideias sobre a economia portuguesa
As conclusões são claras: independentemente da crise que agora atravessamos, Portugal esteve bem e está mal.
A economia portuguesa cresceu muito e bem durante muitos anos, porque o país estava muito atrasado, a economia mundial ajudou e as prioridades políticas foram bem decididas. Era a altura de investir numa economia de mão-de-obra intensiva, de grandes investimentos na construção de infraestruturas, etc.
Ora bem, este modelo esgotou-se há já vários anos. O país já não está tão atrasado, as pessoas já têm maior nível de conhecimentos (não sei se se pode dizer que têm melhor educação), e existe oferta de mão-de-obra muito mais barata no mercado mundial. Além disso, o peso do Estado na Economia cresceu desmesuradamente, a sociedade tornou-se mais desigual e o país está endividadíssimo.
A estes problemas acresce o da crise actual, que torna mais difícil implementar as medidas que são imprescindíveis: diminuição do peso do Estado na economia, diminuição da dívida do Estado, das empresas e das pessoas, e aumento da produtividade.
As soluções para estes problemas são simples de enunciar, e difíceis de pôr em prática. Segundo o GE do PSD, é preciso reformar o Estado, para que não comande a economia, e que esteja ao serviço das iniciativas da sociedade civil; promover a inovação, a criação e desenvolvimento de novas empresas (nos sectores que ajudem a economia a crescer saudavelmente, que consigam exportar); apoiar um sistema de educação exigente, e com uma boa oferta de formação profissional; e promover a eficiência na utilização dos recursos.
Se estas ideias se puserem em prática, é possível esperar que o país melhore, que a economia esteja em melhores condições para voltar a crescer no final da crise, e que, a médio prazo, o fosso entre ricos e pobres que tem aumentado, diminua.
Também publicado aqui.