quarta-feira, 8 de julho de 2009

A culpa é do primo do tio do vizinho...


Os maus resultados nos exames nacionais de Matemática deveram-se:
a) À instituída falta de exigência e de qualidade no ensino;
b) À difusão, pela comunicação social, da ideia de que os exames eram fáceis;
c) Às alterações climáticas associadas à chegada da Gripe A.

Apesar das compreensíveis dúvidas, a resposta certa é a b). A Senhora Ministra da Educação dixit.

Mas, caro leitor, não desespere caso tenha respondido c). Ontem mesmo, o Secretário de Estado Valter Lemos atribuía igualmente as culpas à Sociedade Portuguesa de Matemática e a partidos e pessoas com responsabilidades políticas...

Como se alguém sentisse a tentação de imputar responsabilidades ao Ministério da Educação! Como se fosse possível responsabilizar os irresponsáveis...

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Pois é Carlos...

    inverosímil, mas verdadeiro...

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  3. A média do exame nacional de Matemática A, 12.º ano, desceu de 12,5 para 10 valores, tendo mais do que duplicado a taxa de reprovação à disciplina [...] Para a tutela este resultado traduz “menos investimento, menos trabalho e menos estudo” do lado dos alunos, na sequência da “difusão da ideia que os exames eram fáceis” por parte da comunicação social.

    Ou seja, para a Ministra da (Des)Educação, os resultados bons devem-se ao aumento de capacidade dos alunos, e não ao facilitismo verificado em várias provas. No mesmo ano, com os mesmos alunos, quando os resultados são maus, a culpa volta a ser dos alunos, da sua incapacidade.

    Em nenhuma das situações, Maria de Lurdes Rodrigues tem qualquer responsabilidade. Sendo assim, mais 3 pontos para a Ministra na Superliga "incompetente-mor".

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  4. Vamos lá analisar mais um "alegado" cenário improvável, em passos simples:

    Pressupostos

    1- O Governo não percebe nada de Educação, mas domina a arte da comunicação

    2- Os alunos conhecem bem os princípios da "Lei do Menor Esforço"

    3- Os alunos também conhecem o dito popular «Quanto mais se abaixa, mais o rabo lhe aparece», aplicável ao universo em análise, especialmente em ano de eleições


    Cenário "Improvável":

    1 - O Governo esforçou-se para facilitar, mas ainda assim surpreendeu-se com a falta de eficácia do "facilitismo"

    2 - Aproveita o facto para "demonstrar" que afinal os exames não são fáceis, embora não sejam difíceis, o que, ao fim e ao cabo não importa porque a culpa é da comunicação social, ou dos alunos, ou do "sistema", deixando "a opinião pública"/eleitores satisfeitos.

    3 - Na segunda fase, e sem o impacto mediático da primeira, resolve o problema "facilitando" ainda mais, deixando os pais/eleitores satisfeitos


    A ver vamos o que acontece...

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