quinta-feira, 9 de julho de 2009

Não é "atitude". É "carácter"

Como se avalia a qualidade dos assessores de comunicação de um partido?
Precisamente pelo tipo de mensagem a que sujeitam os seus clientes. Não sei quem serão os consultores do PS (para além da Blue State) para as próximas legislativas, mas a julgar pelas palavras (já bem "regadas"?) proferidas pelo querido líder no jantar de final de sessão legislativa, o grupo dever ser composto por uma mistura de assessores do PSOE e de estivadores, daqueles que ontem fizeram uma pequena visita à AR. Ou seja, gente do melhor!

Mas centrando-nos no repasto de ontem à noite, o que nos continua a chamar a atenção é a insistência no caminho trilhado pelo (ou para) o PS: o da insinuação rasteira.

Senão vejamos:
José Sócrates afirma que a oposição possui
"uma agenda escondida de privatizações". Muito bem, senhor primeiro-ministro! Nunca ninguém tinha ouvido falar em tal agenda. Essas supostas privatizações aparecem em algum dos programas eleitorais até agora divulgados pela oposição? Se não aparecem só nos resta conluir que Sócrates anda agora a cuscovilhar os objectos pessoais dos seus adversários políticos! Com que então a escutar atrás das portas, hã?! Menino feio!
E se não tem provas das insinuações que faz, só nos resta fazer nossas as palavras dos tais estivadores. É que já estamos todos fartos do politicamente correcto "faltar à verdade". Faltar à verdade, na minha terra chama-se mentir!

Já agora: essa agenda nunca poderia ser assim tão grande, dado que nos últimos 20 anos o PS tem vindo a privatizar quase todas as empresas públicas...

Sócrates disse ainda (imagino que a hora já iria bastante adiantada e o clima de festa imperaria) que
“sempre que o PS passa pelo Governo deixa as políticas sociais melhores”. Diria antes que tendo em conta os números galopantes do desemprego e do número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção, o que os governos PS têm feito é aumentar a necessidade de melhores políticas sociais...

E em relação ao combate que se avizinha, "caro" primeiro-ministro, não se trata de um combate de "atitude", mas sim de "carácter", como aliás demonstram as suas palavras no jantar de ontem.

P.S. - Senhor primeiro-ministro: a "tempestade" ainda não acabou. Falta ainda o furação que o irá levar de volta para a Cova.

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