quarta-feira, 8 de julho de 2009

Uma no cravinho outra na ferradura

João Cravinho defendeu a participação de Manuel Alegre na elaboração do programa de governo do PS.
Segundo o administrador do BERD, José Sócrates deveria “convidar Manuel Alegre a responsabilizar-se, conjuntamente com Vitorino, pela elaboração de um programa de governo, para uma síntese daquilo que deve ser a posição do PS no sentido de congregar em torno de um núcleo forte de princípios, propostas eleitorais [em] que se perceba nitidamente que a esquerda se possa rever nelas”. Ou seja, uma bela duma saladinha russa para agradar a gregos e troianos.

Como é óbvio, tal não acontecerá.

Antes de mais, porque Manuel Alegre revela uma maior inclinação (e dizem que também talento) para a poesia e a prosa indigesta do programa eleitoral do PS não é capaz de atrair a mais paciente das almas (sem contar obviamente com a polivalente Dianta Mantra/Julião).

Por outro lado, o próprio Alegre, revelando-se como homem de fé, apressou-se a dizer que “seria preciso um milagre para eu mudar e nestas coisas os milagres são difíceis”. Ou seja, a parada ainda está demasiado baixa.

Calculismos eleitorais à parte, o que mais estranha no meio desta sugestão de Cravinho, é a perfeita indiferença com que este encara a hipotética elaboração de um programa eleitoral baseado em convicções tão diferentes e até contraditórias como as de Vitorino e de Alegre.

Sendo a corrupção uma das especialidades de Cravinho, é caso para perguntar se não estaremos perante mais uma caso de corrupção intelectual...


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