O primeiro debate entre os protagonistas deste “verão” iniciou ontem com José Sócrates e Paulo Portas.
Numa abordagem objectiva o meu primeiro cartão vermelho vai para o formato.
Não funciona.
Não faz qualquer sentido a existência de tantas regras onde se limita claramente o debate.
Enfim…
Quanto ao debate fiquei com a certeza que José Sócrates não vai ter um verão / outono nada fácil.
Primeiro, porque tem um erro de estratégia que não lhe traz benefício nenhum, a constante evocação do passado.
Será que José Sócrates não entende que quando ganhou a maioria absoluta, há 4 anos, fechou um ciclo?
Será que José Sócrates não entende que Portugal precisa de ter coragem de aprender com o passado e virar-se para o futuro?
Sinceramente, começa a ser incómodo estar sempre a ouvir a história do “verão passado” e não existir uma humildade de José Sócrates para admitir que é a sua politica que vai ser avaliada nas próximas eleições.
E, é aqui que tudo muda, a tentativa de apaziguar as guerras dos últimos anos com os professores, a tentativa de camuflar o desemprego, a incapacidade de explicar os rendimentos mínimos de inserção social, a infelicidade de apresentar dados que apenas convêm serem apresentados.
É aqui que tudo muda, quando do outro lado se apresenta Paulo Portas com uma preparação plena de todos os dossiers, com uma capacidade de argumentação forte e objectiva, com a felicidade de não ter nada a perder.
Espero que os próximos debates sejam melhores e mais produtivos.
E deixo uma nota a José Sócrates (é sempre importante ter um blog onde possa deixar mensagens sem ser criticada por isso): os portugueses querem ter esperança num futuro melhor, mas uma esperança real, não “encenada”, nem “camuflada”.
É fundamental José Sócrates entender isto, para que no próximo verão não diga “ai, porque é que eu não trabalhei (a)sério no verão passado”.